Opinião

Dona Íris: defensora da saúde da mulher e protagonista de políticas sociais

Diário da Manhã

Publicado em 24 de setembro de 2018 às 21:52 | Atualizado há 6 anos

A qua­li­da­de dos ser­vi­ços de aten­ção à sa­ú­de da mu­lher no Bra­sil é con­se­quên­cia de es­for­ços co­le­ti­vos e in­di­vi­duas. Em Go­i­ás, por exem­plo, a pri­mei­ra-da­ma Do­na Íris te­ve um pa­pel fun­da­men­tal pa­ra ga­ran­tir que mi­lha­res de mu­lhe­res ti­ves­sem aces­so dig­no à as­sis­tên­cia ob­sté­tri­ca.

Na dé­ca­da de 1960, en­quan­to o pa­ís ain­da en­ga­ti­nha­va na lu­ta pe­lo di­rei­to à sa­ú­de pú­bli­ca, Do­na Íris já mo­bi­li­za­va os go­i­a­ni­en­ses em tor­no de um pro­je­to as­sis­ten­ci­al pa­ra as mu­lhe­res do Es­ta­do.

Quan­do Iris Re­zen­de as­su­miu a Pre­fei­tu­ra de Go­i­â­nia pe­la pri­mei­ra vez, em 1966, Do­na Íris, mo­vi­da pe­los ide­ais de uni­ver­sa­li­za­ção da sa­ú­de e sen­sí­vel às ques­tões so­ci­ais, so­nhou com a cons­tru­ção de uma ma­ter­ni­da­de que pu­des­se aco­lher as mu­lhe­res go­i­a­nas que so­fri­am com a fra­gi­li­da­de do sis­te­ma de sa­ú­de da épo­ca.

A opor­tu­ni­da­de de edi­fi­car a tão so­nha­da uni­da­de hos­pi­ta­lar sur­giu quan­do ela ga­nhou um fus­ca dos co­mer­cian­tes da re­gi­ão de Cam­pi­nas. Foi nes­se ins­tan­te que Do­na Íris te­ve a ideia de mo­bi­li­zar a co­mu­ni­da­de, fa­zer uma ri­fa do car­ro e apli­car os re­cur­sos na cons­tru­ção de uma ma­ter­ni­da­de na re­gi­ão da Vi­la Re­den­ção.

Anos de­pois, em 1976, o Es­ta­do tes­te­mu­nhou a inau­gu­ra­ção da uni­da­de de sa­ú­de, que foi, em uma jus­ta ho­me­na­gem, no­me­a­da de Ma­ter­ni­da­de Do­na Íris. Ho­je, mais de 40 anos de­pois, o lo­cal é re­fe­rên­cia no aten­di­men­to hu­ma­ni­za­do e re­ce­beu da Uni­cef e da Or­ga­ni­za­ção Mun­di­al de Sa­ú­de (OMS) o tí­tu­lo de Hos­pi­tal Ami­go da Cri­an­ça por ga­ran­tir um am­bi­en­te aco­lhe­dor às mu­lhe­res e pro­mo­ver a sa­ú­de da cri­an­ça.

A his­tó­ria, por­tan­to, mos­tra que Do­na Íris é uma das mu­lhe­res mais com­pe­ten­tes da po­lí­ti­ca bra­si­lei­ra, pois sem­pre de­fen­deu a hu­ma­ni­za­ção da sa­ú­de e lu­tou con­tra as dis­pa­ri­da­des so­ci­ais. No iní­cio de sua vi­da pú­bli­ca, ide­a­li­zou a ma­ter­ni­da­de ao mes­mo tem­po em que pro­mo­via po­lí­ti­cas de as­sis­tên­cia so­ci­al com a en­tre­ga de co­ber­to­res e ces­tas bá­si­cas às fa­mí­lias em si­tu­a­ção de vul­ne­ra­bi­li­da­de eco­nô­mi­ca.

Em 1983, foi pro­ta­go­nis­ta dos mu­ti­rões que, a par­tir de um pro­ces­so cons­tru­ti­vo ino­va­dor, en­tre­gou mi­lha­res de uni­da­des ha­bi­ta­cio­nais à po­pu­la­ção go­i­a­na. Pos­te­rior­men­te, já no Se­na­do, apre­sen­tou o pro­je­to que re­ser­va ha­bi­ta­ções pa­ra pes­so­as da ter­cei­ra ida­de.

Além dis­so, en­quan­to de­pu­ta­da fe­de­ral, re­a­li­zou um tra­ba­lho in­can­sá­vel pa­ra des­ti­nar emen­das pa­ra Go­i­ás. Do­na Íris foi uma par­la­men­tar mu­ni­ci­pa­lis­ta e re­pu­bli­ca­na, que be­ne­fi­ciou cer­ca de 170 mu­ni­cí­pios go­i­a­nos. So­men­te no pri­mei­ro man­da­to fo­ram R$ 87 mi­lhões pa­ra o Es­ta­do. Des­se mon­tan­te, R$ 31 mi­lhões fo­ram des­ti­na­dos pa­ra Go­i­â­nia.

Ao la­do de Iris Re­zen­de, ela aju­dou a cons­tru­ir o Es­ta­do de Go­i­ás, con­tri­bu­iu di­re­ta­men­te com a me­lho­ria da qua­li­da­de de vi­da do nos­so po­vo e com o avan­ço dos ser­vi­ços pú­bli­cos de sa­ú­de. A tra­je­tó­ria de Do­na Íris nos mos­tra que ela é, de­fi­ni­ti­va­men­te, o exem­plo de for­ça e de­ter­mi­na­ção que de­ve sem­pre nos re­pre­sen­tar nos es­pa­ços po­lí­ti­cos. So­men­te com as mãos lim­pas é que se faz um tra­ba­lho lim­po. Es­ta­mos con­ti­go!

 

(Thi­a­go Araú­jo, jor­na­lis­ta)

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