A Justiça Eleitoral e o pleito de 2018
Diário da Manhã
Publicado em 25 de agosto de 2018 às 03:49 | Atualizado há 6 anosApós o escândalo imoral do “Mensalão e o atual, em apuração, a operação Lava Jato, mostrando a cara da corrupção, corrupção gigantesca, levada a cabo, justamente, por aqueles que deveriam ser modelo, exemplo de integridade para a sociedade brasileira, a Justiça Eleitoral, possui argumentos sobejos para mobilizar a nação em torno de eleições limpas. Tanto acompanhando, fiscalizando, toda a campanha eleitoral, pois é nela, que acontece as mutretas, desenrola negociações sujas, conluio, com o propósito de perpetuar no cargo, por meio do famigerado caixa dois, caixa dois este, que sustenta, financeiramente, os votos de cabresto, voto do compadrio, voto servil. Incrível, é ele, o responsável, pela formação e sustentação da política profissional, inimiga abismal da democracia, amiga incondicional das oligarquias, ora, pululando por todo o país, causadora do atual quadro melodramático de insolvência, recessão, descrença do povo no regime republicano, como atuando no próprio pleito, com bem mais garra, ação, do que nos anteriores, requisitando, mobilizando, capacitando funcionários, nas três esferas, para fiscalizar, controlar as eleições, assegurando transparência, evitando toda sorte de votos sujos: cabresto, do compadrio, mercantilizado, tão comunal , conluiado, nas véspera das eleições, consagrando, forjando, a atual política profissional. Afim de evitar, sabotar isto, o Superior Tribunal Eleitoral, tem poderes para requisitar servidores públicos municipais, estaduais e federal, com o fim de assegurar, como dito, transparência no pleito, boicotando o voto servil, de cabresto, mercantilizado, apondo, no seu lugar, o voto consciente, consciente sapiente, ou seja, sábio, aquele que o eleitor é levado, pela motivação, a promover a maior das revoluções, revolução, pelo conhecimento, cultura. Na realidade, é induzido, de modo sublime, a realizar seu mais nobre papel, na construção da verdadeira democracia. Portanto, capaz de jogar no lixo as oligarquias enquistadas no poder, oxigenando o regime, ora desacreditado. Essa motivação deveria, por determinação da Justiça Eleitoral, começar bem cedo, e continuar, com o horário eleitoral, iniciado na última semana. Entremeada com a atual propaganda eleitoral, o despertar seria maior ainda, levando luz, orientação inolvidável, a toda sorte de eleitores, nada afetando a propaganda partidária, pois, está situada acima dos partidos políticos, todavia contribuindo sobejamente, para a grande virada que a nação, angustiada, sufocada, com tamanha orgia pública, agravada pela dívida pública, superior a três bilhões de reais, onerando, tal qual, carga tributária, que a sociedade contribuinte de impostos, obrigatoriamente, tem que pagar, mais 6% de juros, que, somados aos atuais 34,5% do PIB, ultrapassa, assustadoramente, mais de 40% do bendito PIB, ora, por isto mesmo, um tanto nanico. Espantoso leitor, não o espanto filosófico, mas o dá dívida monstrengo, associada ao descrédito nos políticos, em véspera de eleição. Pudera, leitor, a população brasileira que, desde os primórdios da proclamação da república, deveria estar sendo preparada para a vida política do país, nas escolas, e, mesmo, fora dela, com isto, ser despertada para seu papel singular de controlar os governantes, permanece ignara, marginalizada, no agora, por pura velhacaria dos sucessivos gestores públicos, vez que, desperta o votante, para seu real papel, sublime missão, de premiar os bons representantes e punir os ruins, dessa forma, o cenário brasileiro seria opulento, ou seja, carregado de satisfação, bem estar de todos patrícios, às vésperas das atuais eleições. Motivada, estaria se preparando, através da figura singular do voto consciente, para descartar de modo pacifico, ordeiro, transparente, todos os ocupantes de cargos eletivos e, ao mesmo tempo, contratar, de igual forma, outros novos, colocando farofa no ventilador das oligarquias, ora enquistadas no poder. Genial leitor, quando consciente, é o tipo de ferramenta universal, capaz de consertar os defeitos da república, no entanto, uma vez reparados, afim de que, os defeitos, males não voltem a atormentar a vida pública, a sociedade eleitora terá que ser vigilante, atenta, controlando, de forma organizada, os novos figurões eleitos. Não basta o Ministério Público e outras instituições, também públicas, fazer o necessário controle, controle interno. A sociedade que paga a conta de tudo, tem de igual forma, que exercitar o seu papel de controladora externa, como faziam os cidadãos, antigamente, na Cidade Estado de Atenas, por meio da Eclésia, o controle de instituições públicas, como a Boulè, bem como, o Conselho dos Magistrados no Aerópago. Essa vigilância, já naquele tempo, gerava disputa acirrada, entre poderes, como conta Tucídedes, historiador grego, da era da grande geração, que viveu Atenas, antes e durante a guerra do Peleponeso, entre Péricles, um dos maiores Estrategos daquela Cidade Estado e Címon, da Magistradura. Da disputa de prestigio, de um com outro, nasceu, por iniciativa de Péricles, a mistoforia (misthos heliastikos), destinada a conclamar o povo a participar da vida política, tornando, com o perpassar do tempo, a maior virtude pública do sistema democrático. Péricles era descendente de famílias nobres, salvo juízo, mais acurado, Clistenes, considerado fundador da república, era seu tio avô. Com a mistoforia, passou a atrair a população do campo a participar das assembleias, tornando-o, ainda mais popular, enquanto Címon, muito rico, procurava rivalizar prestigio com Péricles, promovendo banquetes, abrindo as cercas de suas propriedades, para que a população pobre desfrutasse dos frutos, nelas produzidos. Toda esta história, leitor, para exaltar a importância da participação da comunidade na vida política do município, estado e país, muito mais, do município, ainda hoje, na plena aurora do terceiro milênio, quase nula, na república, mais do que centenária. Abismal, gestor algum, exceto Rui Barbosa, preocupou, com tal virtude, de singular valor, para a república. Ao passo que, na realidade, num ano de eleições como este, deveria, de forma ordeira, estar mostrando à cara, se interessando, sobejamente, pela renovação dos representantes dos poderes legislativo e executivo, nas esferas estadual e federal. Uma sociedade amante da democracia, tem que ser, antes de tudo, dotada de espírito cívico elevado, em véspera de pleito, como este, de campo minado de feudos oligarcas, portanto, contra mão da história democrática, tem que participar, ficar de olho, no pleito. Por isto, precisa fazer corrente, formar opinião, em busca do voto consciente, ferramenta, mais valiosa, que possui para pôr fim, alijar do poder, a atual política profissional. Afinal, como mencionado, o voto consciente, de qualidade, de modo pacifico, contrata e dispensa, premia e pune, de uma só vez, cajadada única, os ocupantes de cargos públicos eletivos, perpetuando no poder, arejando o estado, pessoa jurídica. Todavia, como nunca foi preparada, educada para a vida política, carece, de forma imperativa, de instrução, mais do que instrução, de concitação cívica da Justiça Eleitoral.
(Josias Luiz Guimarães, veterinário pela UFMG, pós-graduado em filosofia política pela PUC-GO, produtor rural)
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