Diversidade cultural
Diário da Manhã
Publicado em 25 de agosto de 2018 às 03:43 | Atualizado há 6 anosDiversidade cultural não é modismo, como alguns insistem em propagar, mas necessidade humana infelizmente por muito tempo renegada. É nos universos mais ricos de pontos de pista e origens distintos que resultam as ideias mais criativas. Uma prova disso está no filme ‘O Rei e Eu’ (‘The King and I’).
Lançada em 1956, dirigida por Walter Lang, a obra é baseada em peça da Broadway que, por sua vez, tem sua base no livro ‘Ana e o Rei de Sião’, de Margaret Landon, publicado em 1944. Além de quatro prêmios Oscar, inclusive o de Melhor Ator para Yul Brynner, o musical revela uma atualidade até assustadora em certos aspectos.
A narrativa gira em torno da história verídica de Anna Leonowens, que viaja ao Sião, atual Tailândia, para ser preceptora e professora dos filhos do rei local. A questão central está na diferença cultural entre os valores da Inglaterra vitoriana e os de uma sociedade autocrática. Os choques são inevitáveis e ocorrem em diversos âmbitos, como o da posição da mulher na sociedade e das relações entre o monarca e seus súditos.
Essa fascinante história gerou mais dois filmes (‘Anna and the King of Siam’, 1946, com Irene Dunne e Rex Harrison, e ‘Anna and the King’, 1999, com Jodie Foster e Chow Yun-Fat). Seguramente isso se deve ao fato de o enredo suscitar, ao longo do tempo, a mesma reflexão sobre a dificuldade dos diferentes conviverem. E, dessa conversa, pode surgir uma sociedade melhor, como bem mostra o filho do rei ao final do filme, um sopro de esperança na construção de sociedades mais justas.
(Oscar D’Ambrosio, mestre em Artes Visuais e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo)
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