Policiais militares e civis entram na disputa eleitoral

Policiais e bombeiros milita­res decidiram lançar seus can­didatos a cargos eletivos nestas eleições em Goiás, principal­mente a deputado federal e es­tadual. A razão: ocupar espaços no Legislativo na defesa de suas bandeiras, causas e propostas que julgam mais adequadas, no interesse das categorias e, por consequente, da sociedade.

São 30 os nomes dos militares que enfrentaram as urnas em 7 de outubro. Atualmente, existem 250 políticos militares com man­datos no Estado e que já exerce­ram cargos eletivos, sendo 5 pre­feitos e mais de 30 vereadores

“O cidadão de bem entendeu que os militares são a salvação da política no Brasil”, diz, por exem­plo, o ex-vereador e ex-deputado federal Capitão Wayne, porta-voz dos anseios dos candidatos inte­grantes da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros de Goiás.

Pra o coronel Anésio Bar­bosa da Cruz Júnior, 2018 é um ano especial para os militares. “Nunca tivemos um momento tão favorável para organização política e captação de todo o nosso potencial eleitoral”.

O coronel Fernando Augus­to Caramaschi de Mello diz que a política passa a ser a estratégia dos militares mais eficiente na defesa dos seus direitos e de sua representatividade. “Pela pri­meira vez, temos uma grande chance de aumentar o nosso po­derio no Legislativo”. Na sua opi­nião, os militares têm que atuar para deixar de ser legislados por “aqueles que nada ou pouco en­tendem de nossa atividade”.

Nesta campanha eleitoral, os candidatos militares abordam te­mas como direitos políticos das categorias, propostas de mudan­ças na legislação e demandas de melhorias para a classe.

Um dos palestrantes do 2º Sim­pósio dos Políticos Militares do Esta­do de Goiás, realizado, no início des­te mês, em Goiânia, o coronel Elias Miller, presidente da Associação dos Oficiais Militares de São Paulo e che­fe de gabinete do deputado federal Major Olímpio, disse ser preciso des­montar o discurso de “privilégios de militares”, especialmente quanto à aposentadoria e pensões. “Não te­mos privilégios, mas compensação por tudo aquilo que nos é tirado”.

Deputado Major Araújo (PRP) tenta conquistar o terceiro manda­to à Assembleia Legislativa e mar­ca sua atuação na defesa dos poli­ciais militares goianos. “Temos que nos unir cada vez mais, conquistar maiores espaços na Assembleia Legislativa e Congresso Nacional, para que os nossos direitos sejam respeitados”. Ele sustenta que o governo estadual não valoriza a classe dos militares, não reconhe­ce seus direitos e oferece condições inadequadas para o desempenho das atividades. “Só teremos segu­rança pública adequada se valori­zarmos os nossos policiais”.

A pulverização de candidatos a deputado federal e estadual poderá prejudicar a eleição de uma bancada expressiva de policiais militares. Durante o ano, as entidades de clas­se mobilizaram os policiais militares na tentativa de convencê-los a reduzir a lista de pré-candida­tos, mas o esforço não foi conseguido.

CANDIDATADOS DA POLÍCIA MILITAR

Deputado federal

Coronel Alessandri Rocha

Sargento Denise

Sargento Alisson Maia

Coronel Puglia

Tenente Jossimar

Sargento Teles

Major Zamor

Sargento Moro

Tenente-coronel Caixeta

Deputado estadual

Major Araújo

Coronel Helbinger

Capitão Pedro Rocha

Coronel Adailton

Coronel Viveiros

Cabo Senna

Sargento Bueno Hermany

Capitão Tarley

Sargento Rocha

Coronel Belelli

Sargento Belair

Coronel Anésio

Coronel Macário

Coronel Caetano

Sargento Augusto

Coronel Gondim

Major Davi Pires

Cabo Donato

Soldado Geraldo

Sargento Narciso

Capital Rocha

Delegados e agentes também estão no páreo

Oito delegados de polícia e três agentes participam das eleições deste ano como can­didatos à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa. Entre eles, os atuais deputados fe­derais João Campos (PRB) e Delegado Waldir Soares (PSL).

João Campos está no exercí­cio de seu quarto manda­to à Câmara Federal. É Delegado de Polícia de Classe Especial. Waldir Soares exerce o primei­ro mandato parlamen­tar. Foi candidato a pre­feito de Goiânia, em 2016 e não obte­ve êxito. É de­legado de polícia de Classe Es­pecial.

Adr ia­na Accor­si (PT) vai buscar o segundo manda­to como depu­tada es­tadual. Ela foi candi­d a t a à Pre­feitura de Goiânia, em 2016, sem êxito.

Paulo Sérgio Alves Araújo, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol-GO), diz que a presença de policiais civis no processo político-eleitoral é importante para a categoria e a segurança como um todo. “Um representante dos agen­tes na Assembleia Legislativa é importante para que o deba­te seja ainda mais qualificado.”

O Sinpol apoia a candidatura da agente de polícia Keithe Amo­rim (PSL) à Assembleia Legis­lativa. Ela recebeu respaldo de 95% dos 3.500 servidores ativos (agentes, escrivães, datiloscopis­ta, auxiliares de autópsia) da Po­lícia Civil de Goiás. Keithe traba­lha em Jataí, no Sudoeste goiano.

Com dois candidatos à Câ­mara Federal, os atuais depu­tados federais João Campos e Waldir Soares, e com seis no­mes lançados à Assembleia Le­gislativa, os delegados de poli­cia, mais uma vez, se dividem, o que poderá prejudicar a elei­ção de uma bancada conside­rável para o Parlamento.

Nas últimas eleições, os de­legados e agentes de polícia não conseguiram eleger uma bancada de deputado para a Assembleia Legislativa. Em 2014, a delegada Adriana Ac­corsi, filha do ex-prefeito Dar­ci Accorsi, conquistou o man­dato, com votação expressiva.

CANDIDATOS DA POLÍCIA CIVIL

Deputado federal

Delegado João Campos

Delegado Waldir Soares

Deputado estadual

Delegado Álvaro Cássio

Delegado Eduardo Prado

Delegada Adriana Accorsi

Delegado Humberto Teófilo

Delegado Cristiomário Medeiros

Delegado Felipe Socha

Agente Silveira Alves

Agente Goes