Opinião

Renovar com os mesmos?

Diário da Manhã

Publicado em 20 de agosto de 2018 às 23:05 | Atualizado há 6 anos

Ve­jo pos­si­bi­li­da­de de re­no­va­ção com os mes­mos, até pa­ra não me con­tra­por ao que leio em Co­los­sen­ses, 3, ver­sí­cu­lo 10: “e vos re­ves­tis­tes do no­vo ho­mem, que se re­no­va pa­ra ple­no co­nhe­ci­men­to, se­gun­do a ima­gem da­que­le que o cri­ou;”.

Ago­ra, a re­no­va­ção é pa­ra “ple­no co­nhe­ci­men­to”, o que não vis­lum­bro pa­ra as elei­ções des­te ano.

No en­tan­to, o que ve­jo, nos po­lí­ti­cos atu­ais que bus­cam man­da­tos, es­tá fla­gran­te­men­te em opo­si­ção ao li­vro e ca­pí­tu­lo ci­ta­dos, no ver­sí­cu­lo 9: “Não min­tais uns aos ou­tros, pois já vos des­pis­tes do ve­lho ho­mem com su­as ati­tu­des,”. A ques­tão é que os po­lí­ti­cos men­tem. E is­so é ca­na­lhi­ce pa­ra com o po­vo.

Es­tar re­ves­ti­do do “no­vo ho­mem” é o pon­to de on­de ti­ro mi­nhas con­clu­sões, por­que sig­ni­fi­ca ter aban­do­na­do a ves­ti­men­ta do “ve­lho ho­mem”. Ao pres­sen­tir que não hou­ve tal re­no­va­ção me aba­la a fé.

Ou­tra des­cren­ça, ain­da mais, me faz tre­mer. O “não min­tas mais” afas­ta qual­quer con­vic­ção boa que eu qui­ses­se en­con­trar no tão di­mi­nu­í­do mun­do po­lí­ti­co. Co­mo é di­fí­cil se­pa­rar o joio do tri­go.

Por mui­to que eu quei­ra en­con­trar tri­go só en­xer­go joio.

Cor­rom­per é o ver­bo que se fez car­ne. Não, não é ce­guei­ra ou crí­ti­ca a es­mo. Não se es­que­ça de que des­se ter­ri­tó­rio co­nhe­ço ca­da be­co. O que me au­to­ri­za afir­mar que é ca­da um mais es­cu­ro do que o ou­tro.

Qui­se­ra eu en­con­trar um só que se­ja pa­ra ex­cluí-lo des­ta mi­nha du­ra aná­li­se. Ain­da que en­con­tras­se, de na­da adi­an­ta­ria. Uma an­do­ri­nha só não faz ve­rão, e, pa­ra pi­o­rar, o ban­do es­tá to­do con­ta­mi­na­do. Ima­gi­no o que vai acon­te­cer com a elei­ção de 2.018.

Re­to­man­do a mi­nha fé, nos ter­mos do sen­ten­ci­a­do no li­vro de Co­los­sen­ses, acre­di­to, sim, na re­no­va­ção com os mes­mos.

Mi­la­gre exis­te! Quem sa­be se­ja o ca­so des­de des­cren­te ano.

Con­ti­nuo pa­gan­do pa­ra ver.

 

(Iram Sa­rai­va, mi­nis­tro emé­ri­to do Tri­bu­nal de Con­tas da Uni­ão)

 

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