Cotidiano

Seca pode causar doenças respiratórias

Diário da Manhã

Publicado em 17 de agosto de 2018 às 00:13 | Atualizado há 2 semanas

Com a umidade relativa do ar na casa de 7% em Goiâ­nia, a população deu o pontapé inicial em medidas que podem atenuar os efeitos dano­sos provocados pelo tempo seco. A escolha mais comum é manter os umidificadores ligados durante a maior parte do dia para refrigerar o ambiente. À noite, quando o sol tiver dado lugar à lua, especialistas recomendam que bacias com água sejam colocadas próximo à cama. Por outro lado, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu no início desta semana alerta de emer­gência em função da continuidade da estiagem, que chegou a 5% em Pires do Rio, no sul do Estado.

Alguns dos efeitos à saúde ge­rados pela baixa umidade do ar vão desde complicações alérgi­cas e respiratórias devido ao res­secamento das mucosas e pele a sangramento nasal e irritação dos olhos. A recomendação é que exer­cícios físicos sejam feitos no perío­do matutino, e evitados de serem praticados das 11h às 15h, horário em que o sol está mais forte. Além disso, é indicado permanecer em lugares protegidos do sol. Consu­mo de água também ajuda a man­ter o organismo hidratado. Tam­bém recomenda-se o uso de soro fisiológico para os olhos e narinas. Umidade acima de 60% aspira cui­dado, de acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS).

Insatisfeita com a falta de qua­lidade de vida durante a seca, a es­tudante universitária Aymê Virgí­nia, 28, contou que a saída mais eficaz para viver bem nessa época do ano se dá por meio da ingestão em grande escala de água. Segun­do ela, procurar deixar o quarto ventilado no decorrer da noite também é importante para a saú­de, além de ser importante para uma boa noite de sono. “Embora seja um pouco difícil ter qualida­de de vida nesse período do ano, eu sempre procuro manter meu quarto ventilado e rezo pra pacha­mama mandar chuva, pois é a úni­ca saída para conter a seca”, relata.

Nas farmácias da capital goia­niense, as vendas de umidificado­res nasais subiram cerca de 30% neste ano deste ano em relação ao mesmo período de 2017. No ano passado, foram comercializadas mais de 1.100 unidades somente no mês de agosto em uma rede far­macêutica. Apesar da utilização do aparelho ser recomendada duran­te a seca, o farmacêutico Marcos Vinícius afirmou que é importan­te ter cuidado na hora de usá-lo. “O ideal é ligá-lo duas horas antes e, os que possuírem timer, programá-los para até mais duas horas após dor­mir”, afirma o farmacêutico.

Ele chama atenção ainda para o fato de que, na hora em que cair no sono, é preciso desligar o aparelho. “Os que não tiverem essa opção de programação de­vem ser ligados quatro horas an­tes e serem desligados na hora de dormir”, explica o farmacêutico. De acordo com ele, a umidifica­ção usada em excesso causa au­mento na proliferação de fungos e bactérias. “Tem que ter equilíbrio. Quando sentir conforto na respi­ração, duas horas depois já pode desligar o umidificador”, pontua. Ele destaca objeto tem de ser posi­cionado em locais que retêm umi­dade, tais cortinas e camas. “De­vem (pessoas alérgicas) utilizar se tiver recomendação médica”.

No ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que todos os anos 1,6 milhão de pessoas morreram em decorrên­cia de pneumonia no mundo. Na maioria das vezes, a doença atinge idosos e crianças menores de cin­co anos, porém outras faixas etá­rias não estão imunizadas de con­traí-la. A médica Marilene Lucinda afirmou que “o clima seco gera res­secamento das vias respiratórias, e a baixa umidade do ar torna os ris­cos de contágio mais alto”, alerta.

QUEIMADAS

Fora os cuidados com a saú­de, a baixa umidade do ar e a es­cassez de chuvas exigem atenção para o aumento dos casos de in­cêndio florestal. Na semana pas­sada, o Diário da Manhã noticiou que houve alta de 11% no número de queimadas no Cerrado duran­te o tempo em que não caiu uma gota de chuva do céu – no final do último dia 6 houve chuva no final da tarde, o que não contribuiu para que houvesse redução na porcen­tagem da umidade relativa do ar.

A reportagem mostrou que o ín­dice mês a mês a partir de maio só veio subindo em Goiás. Em maio de 2017, foram contabilizados 336 focos de incêndios florestais. Nes­te ano, no mesmo mês, houve 552. Em junho de 2017 foram registra­dos 811 focos de queimada ante 924 em comparação com o mes­mo mês neste ano. Coordenador da Operação Cerrado Vivo, o te­nente-coronel Ulisses José da Silva disse que o aumento é preocupan­te e ocorre por conta de vários fato­res, dentre eles, a falta de conscien­tização das pessoas em relação aos cuidados para evitar queimadas.

 


Eu sempre procuro manter meu quarto ventilado e rezo pra pachamama mandar chuva, pois é a única saída para conter a seca”

 

 

COMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE PROVOCADAS PELA BAIXA UMIDADE DO AR:

-Complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas

-Sangramento pelo nariz

-Ressecamento da pele

-Irritação dos olhos

Cuidados em caso de a umidade do ar estar entre 20% e 30%:

-Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h

-Umidificar o ambiente por meio de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água

-Sempre que possível permanecer em locais protegidos pelo sol

-Consumir água à vontade

Fonte: Cepagri/Unicamp

 

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