Cotidiano

Ciência em Animais de Laboratório discutida em Goiânia

Diário da Manhã

Publicado em 12 de junho de 2018 às 02:01 | Atualizado há 7 anos

O 15° Congresso da Sociedade Brasileira da Ciência em Animais de Laboratório (SBCAL) e o Con­gresso International Council for Laboratory Animal Science serão realizados, de 16 e 19 de junho, no Centro de Eventos da Universidade Federal de Goiás (UFG),em Goiâ­nia-GO. O evento tem o apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás (CRMV-GO). Segundo a médica veterinária, pro­fessora doutora Ekaterina Akimov­na Botovchenco Rivera, presidente do SBCAL e também da Comissão de Bem-estar Animal do CRMV­-GO, essa é uma área carente de profissionais qualificados, mes­mo com a Lei 11.794/08 (Lei Arou­ca, que completa 10 anos este ano), que rege a experimentação animal e que exige a presença de profissio­nais capacitados para exercerem a função de responsáveis técnicos (RTs) nesses locais.

Hoje, cerca de 60% dos animais usados em pesquisa são ratos e ca­mundongos e 22% são aves. Esses animais são importantes fontes de estudo e pesquisas para o desen­volvimento de vacinas, como a re­cente vacina contra a dengue lan­çada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e novas descobertas para a cura ou controle de doenças na medicina e medicina veterinária.

Para Ekaterina, é preciso que o médico veterinário ou zootecnis­ta que trabalha na área de ciên­cia de animais de laboratório faça uso ético dos seres vivos usados em pesquisas, sempre pesando os benefícios desse trabalho para a sociedade, evitando causar efei­tos adversos nos animais. A meta da Ciência de Animais de Labo­ratório é ajudar os pesquisadores a realizar pesquisas biomédicas e agrárias sempre pensando no bem-estar dos animais e na ob­tenção de dados científicos con­fiáveis, o que se traduz em uma melhor qualidade de vida para os homens e os animais.

As diretrizes para o uso de ani­mais de laboratório são norteadas pelo Conselho Nacional de Con­trole de Experimentação Animal (Concea) e todos os projetos que envolvem animais precisam ser aprovados por uma comissão de ética no uso de animais. Deve-se constar nesses projetos informa­ções sobre médico veterinário res­ponsável técnico devidamente re­gistrado no CRMV.

O profissional que deseja atuar com animais de laboratório deve conhecer a biologia e a etologia da espécie animal com a qual ele vai trabalhar para evitar o manejo inadequado que pode gerar maus tratos por falta de informação. Sa­be-se que o conhecimento obtido apenas na graduação em Medici­na Veterinária ou Zootecnia não é suficiente para atuar com determi­nadas espécies, que possuem ne­cessidades específicas.

Camundongos, por exemplo, são diferentes de ratos, de hams­ters e de outros roedores. Portanto, conhecer a fundo a biologia do ani­mal significa aproveitar melhor to­dos os dados que a pesquisa pode oferecer e garantir o bem-estar dos animais. Atualmente é possível fa­zer pesquisa sem causar dor e so­frimento aos animais, pois todos os projetos seguem rigorosos princí­pios éticos que regem o uso de ani­mais em pesquisa, ensino e testes, como explicou a presidente da Co­missão de Bem-estar Animal do CRMV-GO.

A programação do evento pro­curou contemplar o maior núme­ro de áreas nas quais animais são utilizados em pesquisa, ensino e testes como: responsável técni­co em biotérios, patologia de ani­mais usados em pesquisa, leis e animais, bem-estar na experimen­tação com animais de produção, dor e sofrimento de animais em pesquisa e alternativas ao uso de animais. Foram convidados pa­lestrantes nacionais e internacio­nais de renome que trabalham nas mais diversas áreas, como Pat Turner, presidente da Associação Mundial de Veterinária, Kathryn Bayne, diretora do Serviço de Acre­ditação Internacional (AAALAC) e Bryan Howard, ganhador dos maiores prêmios na área da Ciên­cia de Animais de Laboratório. Veja mais informações sobre este even­to em www.sbcal2018.com.br.

 

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