Cotidiano

Atacadão ao ar livre e shopping a céu aberto

Diário da Manhã

Publicado em 9 de junho de 2018 às 02:06 | Atualizado há 4 semanas

A região da Rua 44 no Setor Norte Ferroviário vem a cada ano conquistando mais espaço no mercado de ven­das da capital, mesmo com a Fei­ra Hippie ao lado e com a enorme quantidade de camelôs que cir­cundam o local. De acordo com dados da associação empresa­rial da 44, os shoppings reúnem atualmente mais de 20 mil pon­tos de vendas recebendo cerca cerca de 200 mil turistas de com­pras por semana. Nos últimos três meses do ano, esse número aumenta em 30%, devido às com­pras de fim de ano.

A estrutura ao redor do com­plexo de shoppings também é gi­gantesca reunindo 84 empreendi­mentos e cerca de cinco mil leitos de hotelaria. Tudo isso gera mais de 150 mil empregos diretos movi­mentamos por mês mais de R$ 570 milhões. Integram a cadeia econô­mica centenas de pequenas, mé­dias e grandes confecções insta­ladas em mais de 20 municípios goianos, que por sua vez também geram milhares de empregos e mi­lhões em renda e impostos.

HISTÓRICO

O surgimento da Região da 44 foi impulsionado pela transferên­cia, no ano de 1995, do funciona­mento da Feira Hippie de Goiâ­nia para a Praça do Trabalhador, no Setor Central da Capital. Nes­sa época, a feira, considerada a maior da América Latina realiza­da a céu aberto, já tinha uma for­te e consolidada vocação para o comércio de confecções.

Hoje, é o maior polo atacadista de moda do Centro-Oeste e o se­gundo maior do Brasil, com mais de 120 empreendimentos, entre shoppings, galerias e hotéis, que estão concentrados em oito ruas, mais duas avenidas da Região Central de Goiânia.

Atualmente são mais de 12 mil lojas que comercializam, no atacado e varejo, os mais varia­dos estilos de roupas e artigos de moda, recebendo turistas de compras e varejistas dos quatro cantos do Brasil, especialmen­te do interior de Goiás e dos Es­tados de Minas Gerais, São Pau­lo, Tocantins, Pará e Maranhão, além de outros países.

Lojistas mostram felicidade com shoppings da 44

A reportagem do DM foi conferir de perto como a opi­nião dos lojistas em relação ao Shopping da 44. Lúcia Soares (proprietária) e Luciene Cos­ta (funcionária), da Loja Desa­catto, alugaram há dois meses uma sala em um dos shoppings da 44 e mostram felicidade ao falar do novo empreendimen­to. “Fazíamos só vendas exter­nas. Aí falaram pra gente que aqui era muito bom para ven­der no atacado. Montamos a loja e não nos arrependemos. Tá vendendo bem”.

Clécia Espíndola, da Loja Espíndola Criações roupas fe­mininas, também não tem do que reclamar. “Aqui é muito bom pra vender no atacado. Temos outra loja em outro sho­pping da 44 e resolvemos in­vestir em mais uma. Nestes 6 meses que estamos aqui,não temos do que reclamar”.

Zilair Benedita, da Trips Moda, diz que trabalha há 17 anos na região da 44. Na Trips há 6. “Aqui é muito bom de traba­lhar. É movimentado o dia intei­ro. Estou aqui há 17 anos e nun­ca tive atraso de salário em todos os lugares que trabalhei. O meu patrão vive bem. Nunca reclama da vida”, conclui a servidora, feliz.

 

Feirantes da Feira Hippie querem mais dias para melhorar vendas

A tradicional Feira Hippie, a maior feira aberta da Améri­ca Latina, que iniciou pequena aos domingos no final dos anos 60 por um grupo de artistas no Mutirama, depois foi pra Pra­ça Cívica, Avenida Goiás, e hoje funciona na Praça do Traba­lhador, é dominada atualmen­te por vendedores ambulantes e pelos próprios lojistas da Rua 44, centro comercial que se ori­ginou a partir da transferência da Feira para a Praça do Tra­balhador. Atualmente, segun­do o presidente da Associação dos Feirantes da Feira Hippie, Waldivino Silva, existem mais de 6 mil bancas distribuídos em toda a Praça do Trabalhador.

Além do comércio da Rua 44, a Feira Hippie enfrenta a con­corrência de muitos ambulan­tes que se arriscam montando suas barracas sem autorização na luta pela sobrevivência. To­dos estão alí, legais e ilegais, buscando um rendimento para manter suas famílias. devido a problemas envolvendo os fei­rantes da chamada Feira da Ma­drugada que funciona no mes­mo local, a Feira Hippie ainda não funcionou sexta sexta-fei­ra, mas os acertos estão sendo feitos para a próxima semana.

Waldivino Silva, Presidente da Associação dos Feirantes da Feira Hippie, diz que o funcio­namento a partir de sexta-feira é fundamental para a continui­dade da feira que vem perden­do clientes ao longo dos anos para as galerias e shoppings populares que se instalaram na região. “40 % das confecções que trabalhavam só na Feira Hippie quebraram nos últimos anos. Muitos compradores es­tão chegando em Goiânia no meio da semana e indo em­bora no sábado. O funciona­mento na sexta-feira se tornou essencial para a sobrevivência dos feirantes da Feira Hippie.

Ontem a montagem das bar­racas começou a ser feita no final da tarde. Mas no corredor cen­tral que dá acesso a rodoviária, alguns ambulantes estavam ali vencendo mercadorias na cha­mada Feira do Dia. Maurício Barbosa, 50 anos, vende roupas de crianças e bolsas, e não arre­pende de ser camelô. “É preci­so viver né. Estou trabalhando e ganhando de forma honesta”. Outro ambulante, Nei Gomes, há 30 anos no setor de roupas também diz estar satisfeito com o trabalho. “Já fui empresário. Tinha uma loja de roupas na 44 mas devido a problemas pes­soais tive que vender. Aqui te­nho o meu ganha pão”.

Já o faturamento de cada vendedor ambulante é um mis­tério. Não gostam muito de fa­lar sobre o assunto. Uns dizem que é 1 salário mínimo, outros de dois a 3 mil reais.Outros, de­pendendo do setor, até mais. Mas todos afirmam que vale a pena, mesmo que tenha de trabalhar sem a devida legali­zação correndo o risco de ser pego pela fiscalização. “O que não pode é ficar parado vendo o tempo passar”,dizem uns. Ou­tros: “Diante desta crise qual­quer ganho é lucro. A gente tem que trabalhar né”, afirmam.

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