AGM e FGM não apoiam criação de novos municípios
Hélio Lemes da Silva Filho
Publicado em 8 de junho de 2018 às 02:15 | Atualizado há 2 semanas
A Associação Goiana de Municípios (AGM) acompanha atentamente, no Congresso Nacional, a tramitação da proposta de se permitir a criação de novos municípios no Brasil. A entidade vê com muita preocupação a possibilidade de aprovação da matéria devido às consequências que poderão advir. E essa perspectiva tem como base as experiências já realizadas. No passado foram criados inúmeros novos municípios sob a argumentação de que “isso propiciaria o desenvolvimento de várias regiões”. Na prática isso não aconteceu e o resultado foi bem diferente.
O presidente da AGM, Paulo Sérgio de Rezende (Paulinho), ao comentar o assunto, mostra-se radicalmente contra a proposta e faz uma sugestão: “O que deve ser feito é o governo federal cuidar melhor dos municípios já existentes, fazendo uma distribuição justa dos recursos”. Como se sabe os municípios brasileiros passam por um momento de grave crise financeira devido a centralização de recursos nas mãos da União e lutam por mudanças no Pacto Federativo.
Paulinho alerta para o fato de que já é de conhecimento de todos que na divisão do bolo dos recursos os municípios atuais vão sair perdendo. “Não vai aumentar o tamanho do bolo da arrecadação, mas sim a divisão em pedaços menores para um número maior de municípios cada vez mais famintos devido a atual politica discriminatória e centralizadora. Criar mais quatrocentos novos municípios é um absurdo. Completamente irracional”, argumenta.
O presidente da AGM sugere aos prefeitos goianos que mantenham contatos com os deputados que integram a bancada federal goiana e expressem a eles os motivos da preocupação e os prejuízos que serão causados principalmente aos municípios de nosso Estado.
PREJUÍZOS
Vai entrar em pauta de votação, na Câmara Federal, projeto de viabilidade municipal para criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios. A FGM, neste momento é radicalmente contra a proposta, segundo o presidente, Haroldo Naves, pois, segundo ele, o momento é inoportuno tirando dinheiro dos demais. “Quero deixar bem claro, que somos favoráveis à criação de novos municípios, desde que se revejam outras relações federativas, inclusive a repactuação do FPM. A criação simples de municípios com as atuais regras irá diluir ainda mais os repasses constitucionais, em especial o FPM. O plano de emancipação político-administrativos aglomerados abaixo de 10 mil habitantes pode ser positiva, desde que se reordenem critérios de distribuição, ou seja, revisão mais ampla do regramento do pacto federativo. Portanto nesse momento a FGM é radicalmente contra essa proposta, principalmente nesse momento de crise”.
O presidente salientou ainda que no futuro, com a melhoria da economia e melhores indicadores, seria sim viável o projeto. Mas que no momento da grave situação econômica do país é inadequado. “O bolo tributário é um só, o dividindo ainda mais iremos tirar dinheiro dos que já existem. Entendemos que no momento será muito prejudicial aos existentes e sem benefícios nenhum aos novos”.
O que deve ser feito é o governo federal cuidar melhor dos municípios já existentes, fazendo uma distribuição justa dos recursos” Paulinho Rezende (AGM) Quero deixar bem claro que somos favoráveis à criação de novos municípios, desde que se revejam outras relações federativas, inclusive a repactuação do FPM” Haroldo Naves (FGM
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