O poder do ipê roxo
Diário da Manhã
Publicado em 23 de maio de 2018 às 00:42 | Atualizado há 7 anosA o se referirem ao ipê roxo os índios Callawaya, descendentes dos incas, usavam a expressão “Árvore Divina”.
Theodoro Meyer, botânico da Universidade de Tucumán, na Argentina, foi um dos pioneiros a estudar o ipê roxo. Ele presenciou várias curas de operários que trabalhavam na construção do canal do Panamá e eram acometidos por Febre Amarela. Segundo Meyer, os curandeiros Callawaya tinham conhecimento sobre o poder terapêutico de mais de mil plantas e esse conhecimento era passado de geração a geração. Os “Senhores do Saco de Remédio” – denominação dada aos curandeiros–consideravam o ipê roxo uma das principais “plantas mestras”, sendo indicada para a cura de câncer, infecções em geral, leucemia, anemia e parasitoses. Meyer, convencido do extraordinário poder terapêutico da planta, passou anos estudando-a, e, posteriormente, tentou convencer a comunidade médica dos inúmeros benefícios decorrentes dos princípios ativos equilibrados e harmoniosos nela existentes,porém sem êxito. Em seu trabalho, Meyer, afirma que as substâncias ativas do ipê roxo melhoram o nível de oxigenação celular e consequentemente, ampliam o nível energético das células do corpo.
No Brasil, o professor da Universidade de São Paulo (USP), Walter Accorsi, que também é médico e farmacêutico, estudou a parte interna do ipê roxo. Accorsi detectou que o uso do chá , além de promover alívio para a dor, também promove o aumento dos glóbulos vermelhos, células responsáveis pela oxigenação de todas as outras células do corpo humano.Pacientes do hospital Municipal de Santo André, que eram tratados por Accorsi, recebiam o chá como parte de uma terapia integral para casos de câncer, úlcera reumatismo.
O terapeuta holístico, o alemão Walter Luberck, se interessou pelo ipê roxo e após anos de estudos, lançou o livro O Poder Terapêutico do Ipê-roxo. Na obra,ele ressalta o benefício da planta para a cura de vários distúrbios e sem riscos de efeitos colaterais que possam ser perigosos. Entretanto, Luberck sugere que o chá, mesmo tendo efeitos poderosos já confirmados por investigações científicas em países como o Japão, Alemanha, Estados Unidos e outros , não deve substituir os tratamentos médicos. O ideal, diz ele, é procurar um médico naturopata. Luberck destaca que todas as pesquisas realizadas pelos cientistas confirmam as teorias dos índios. Elas apontam para a existência, não de um, mas de vários ingredientes ativos que atuam equilibradamente em prol de um resultado bom. “O extenso poder de cura, que com razão consideramos único, origina-se da totalidade das substâncias contidas na planta, do seu estado de equilíbrio e da harmoniosa combinação umas com as outras”,ressalta.A combinação de muitos ingredientes ativos é a chave para o funcionamento positivo que determina o desmanche do tumor. O autor destaca também importância do Selênio no ipê roxo. Esse elemento químico é um poderoso antioxidante que atua como sequestrador dos radicais livres, além disso, o selênio atua também no processo de desintoxicação do Cádmio, um metal pesado, que é uma das mais frequentes toxinas ambientais da atualidade e causa da pressão alta, de doenças coronárias e de enfraquecimento do sistema imunológico.
No livro O Poder Terapêutico do ipê-roxo, o chá é indicado para diversos males, alguns deles são: anemia, infecções da próstata, bronquite, arteriosclerose, diabetes, aids, esclerose, câncer, cistite, parasitoses, fístula, lúpus, mal de Parkinson, psoríase, gastrite e alcoolismo.
No livro, o autor ensina a preparar o chá do ipê-roxo com base em rituais xamânicos.
RECEITA :Coloque 1 a 2 colheres de chá moderadamente cheias (5 a 10 gramas) de casca de ipê roxo em 1,2l de água fervente. Tampe a panela e deixe ferver por cinco minutos. Tire a panela do fogo e deixe o chá em infusão uns 20 minutos. Coe o chá em uma peneira de seda ou em coador de tecido fino, diretamente no recipiente que irá armazená-lo, de modo que os pedaços de casca sejam separados totalmente do líquido. Caso contrário, o chá poderá ficar um pouco amargo.
Quem preferir pode tomar o chá frio. Para adoçá-lo, use mel ou açúcar não-refinado. Mas o melhor efeito obtém-se do chá natural, sem que seja adoçado.
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