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VINGADORES: GUERRA INFINITA

Diário da Manhã

Publicado em 3 de maio de 2018 às 01:15 | Atualizado há 1 semana

Há 10 anos, a Marvel Studios co­meçava, com “Homem de Ferro”, a ousada estratégia de criar um uni­verso compartilhado e coeso no cinema. Desde então, a indústria cinematográfica nunca mais foi a mesma. Hoje, cada estúdio quer criar um universo para chamar de seu, e todos se inspiram na compe­tência organizacional que tornou a Marvel Studios o maior fenômeno pop da atualidade. A visão foi tão grande que a Disney passou na fren­te e já garantiu de comprar a empre­sa para englobar seu conglomerado de gigantes que compõem, na atua­lidade, a maior parte do entreteni­mento mundial.

Com “Vingadores: Guerra Infini­ta” a Marvel Studios não apenas ce­lebra 10 anos de vida–com 18 filmes anteriores e personagens que entra­ram em definitivo no imaginário popular -, como também culmina 10 anos de preparação narrativa em um ápice aguardado por todos, com o vilão Thanos finalmente dando as caras após muita peleja orquestran­do ataques e planos frustrados com outros vilões dos longas anteriores. Seu objetivo é simples: reunir as seis joias do infinito que lhe dão poder imensurável sobre a vida na galá­xia, e aniquilar metade da popu­lação universal com a intenção de estabelecer, desta maneira, o equi­líbrio no cosmos.

Thanos já começa o filme mos­trando que não é um vilão como os outros. Aliás, um dos principais pro­blemas da Marvel Studios no cine­ma são os vilões. Geralmente paté­ticos e esquecíveis, pouquíssimos conseguiram ter, de fato, uma pre­sença importante e marcante nas te­lonas. Os heróis sempre consegui­ram roubar por completo a cena. Com Thanos é diferente. 10 anos de preparação não poderia resul­tar em um vilão raso. Superficial. E sem impacto. Os primeiros minu­tos de “Guerra Infinita” já mostram a força, a liderança e a falta de medo em fazer o que for necessário para alcançar o seu objetivo. É um vilão cuja trajetória é todo o DNA do ro­teiro do filme, que explora com afin­co seus sentimentos e motivações e constrói, sem pressa, mas com rit­mo frenético e extasiante, a jornada de Thanos pelas jóias e em alcançar o domínio sobre o universo.

Dirigido pelos excelentes ir­mãos Joe e Anthony Russo, que surpreenderam com “Capitão América: Soldado Invernal”, fize­ram um competente trabalho em “Capitão América: Guerra Civil”, e agora, transportam o tom de­sesperador, e frenético da ação, para uma história que reúne todos os personagens do universo Mar­vel. O trunfo de “Guerra Infinita” não apenas consiste em reunir os Vingadores com os Guardiões da Galáxia, mas em o fazer com uma fluidez e naturalidade que já não surpreende mais. A Marvel Stu­dios não teme mais nada, pois já provou diversas vezes a capacida­de exímia em apresentar mundos novos, personagens antes desco­nhecidos que atrelados a um tra­balho narrativo e visual soberbos, conseguem conquistar a atenção e paixão do público.

“Vingadores: Guerra Infinita” é puro êxtase. Um filme cujo foco é seu antagonista, mas que não es­quece as relações fundamentais entre o elenco e não torna a gran­de quantidade de personagens um problema para o roteiro. Pelo contrário, todos são importantes e possuem momentos chaves fun­damentais. Mas “Guerra Infinita” não é um filme que encerra um ci­clo. Celebra os 10 anos da empre­sa que transformou os filmes de super-heróis? Sem dúvida! Mas a conclusão épica veremos apenas no ainda sem título Vingadores 4. E prepare o seu coração, pois se a emoção aqui já é grande, o que é deixado para o próximo–que já foi filmado, está em pós-produção e chega aos cinemas ano que vem -, promete ser, sim, muito mais emocionante e memorável do que “Guerra Infinita” já é. Só digo uma coisa: Haja coração!

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