O longo caminho para a recuperação
Diário da Manhã
Publicado em 27 de abril de 2018 às 01:58 | Atualizado há 1 semanaMuita água ainda vai correr no Córrego Botafogo até que se tenha uma solução definitiva para os problemas de infraestrutura na Marginal, que vem ocorrendo sempre que cai uma chuva mais forte em Goiânia. Pelo menos esta é a visão do Crea–Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás, que vem alertando a prefeitura de Goiânia desde 2010 sobre os graves problemas de infraestrutura da via.
O engenheiro civil Everton Schmaltz, especialista em Drenagem Urbana e Sistema Viários, diz que em 2010 foi feito um estudo técnico sobre a Marginal Botafogo que identificou vários problemas, mas nada foi feito de concreto. Em 2015 o Crea, em um uma entrevista coletiva, alertou novamente que os problemas da via aumentaram e se nada fosse feito poderiam ocorrer mais danificações, mas só foram tomadas medidas paliativas. A Seinfra fez um novo projeto de recuperação que também não foi colocado em prática. Já em 2017, mais um desabamento e novamente tomadas medidas paliativas que continuam deixando a Marginal Botafogo uma via perigosa em períodos chuvosos como está ocorrendo atualmente neste ano.
“As condições estruturais da Marginal Botafogo pioraram muito. Se tivesse sido feito algo de concreto antes, com base nos estudos técnicos anteriores, a situação seria outra. A Marginal virou uma colcha de retalhos. Agora é preciso um novo estudo técnico para uma intervenção definitiva que solucione os problemas da via”, afirma Everton Schmaltz. De acordo com o engenheiro é necessário que se faça uma macro drenagem no subsolo onde está a via. Ele diz ainda que são três fases para que se tenha uma solução definitiva. A primeira, um novo estudo técnico. A segunda, o desenvolvimento do projeto e terceira, a execução. “De nada adianta fazer um estudo técnico como já foi feito e não executá-lo. Porque o sistema, a cada dia que passa, vai piorando, com o concreto do córrego rachando abrindo valas subterrâneas. A Marginal Botafogo hoje é o maior passivo ambiental da Capital. É preciso fazer uma macro drenagem, já que a água infiltra e escava o solo abrindo canais embaixo da via, tornando-a cada vez mais perigosa”, conclui o engenheiro.
LIBERAÇÃO DAS VIAS
Dos quatro trechos que estavam interditados um foi liberado na última terça-feira. Os outros três, segundo a Seinfra, devem estar recuperados em 50 dias. A parte da via liberada fica no sentido sul norte, entre o cruzamento da Marginal com a Jamel Cecílio e o viaduto da rua 88. Está livre para tráfego pela pista direita com velocidade máxima reduzida para 60 Km. Nos pontos de obras a velocidade cai para 30 Km. As restrições para ônibus e caminhões permanecem. Outros três trechos em obras continuam interditados. Cruzamento da Avenida Anhanguera e Independência (dois sentidos). Intersecções com a Rua PL e a Avenida Jamel Cecílio no sentido Norte-Sul.
A Prefeitura conseguiu recursos junto ao Ministério de Infraestrutura na ordem de um milhão e trezentos mil reais para a realização de um novo estudo técnico sobre os problemas de infraestrutura da Marginal Botafogo, mas de acordo com o engenheiro Everton Schmaltz, estes recursos estão longe de garantir uma recuperação definitiva da Marginal. “O estudo técnico fica em torno de dois milhões de reais, e o desenvolvimento do projeto, três milhões. Já a execução a prefeitura alega que faz com 30 milhões, mas a gente avalia que serão necessários de 45 a 50 milhões de reais para a conclusão de toda a obra de recuperação definitiva da Marginal Botafogo”, conclui Everton Schmaltz.
Enquanto uma solução definitiva não sai para os graves problemas de infraestrutura da Marginal Botafogo, quem continua sofrendo com as constantes interdições da via é a população, já que a Marginal Hoje é fundamental para o escoamento do trânsito em toda a sua extensão. Com as interdições constantes, o trânsito fica totalmente tumultuado nas vias que cercam a Marginal, principalmente nos horários de pico.
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