Cotidiano

Os altos e baixos do café

Diário da Manhã

Publicado em 27 de abril de 2018 às 01:56 | Atualizado há 1 semana

 Em pesquisa, Embrapa informa que tipo arábica do café teve maior aceitação por parte do mercado internacional

 

A exportação de café sofreu queda de 3,8% nos dois primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2017. Ao todo, o produto brasileiro foi exportado para 99 países e o vo­lume da bebida atingiu a marca de 5 milhões de sacas de 60 quilos. A receita cambial também teve ligei­ro declínio e passou girar em torno US$ 808 milhões. Só no mês de fe­vereiro foram exportadas 2 milhões de sacas, que tiveram arrecadação superior a US$ 377 milhões. Preço médio do pacote custa US$ 160.

Em levantamento realizado em meados do mês de março deste ano, a Empresa Brasileira de Pes­quisa Agropecuária (Embrapa) in­formou que o tipo de café que pos­sui maior aceitação por parte do mercado internacional é o arábi­ca, cujo volume de produção ficou em torno de 89,1% do total enviado ao exterior no ano passado. Por ou­tro lado, na pesquisa, notou-se ain­da que o mês de fevereiro registrou crescimento tímido nas exporta­ções da variação robusta da bebida em comparação com 2017.

Mesmo assim, a bebida atrai o paladar da população brasileira em diversas horas do dia. A estu­dante universitária Rafaella Soares, 21, não abre mão de um bom copo de café quando chega de manhã na faculdade. De acordo com ela, o efeito energético provocado pela bebida no combate ao sono matu­tino é imediato. “É preferível pres­tar atenção no que o professor fala do que ficar dormindo na sala de aula”, conta a estudante, que dor­me tarde e tem na bebida sua prin­cipal companheira na batalha para ficar acordada no começo do dia.

A professora de Geografia An­dréia Cristina Tavares, 43, compac­tua com a preferência de Rafaela. Ao levantar da cama, Andréia dis­se que procura bebericar um copo de café. “Sinto que fico acordada quando degusto um café”, decla­ra a professora. Assim, ela criou uma relação quase afetiva com a bebida. Mas garantiu que prefere bebê-lo com leite, pois o famige­rado ‘café preto’ lhe desperta sin­tomas de ansiedade. “Sofro de dis­túrbios de ansiedade, portando a única forma de eu não abandoná­-lo é misturá-lo com leite”.

Segundo a nutricionista Pau­linne Corrêa, pessoas que pos­suem propensão à insônia, à an­siedade e à pressão alta devem utilizar a bebida com moderação. “Quem sofre de síndrome do pâ­nico, por exemplo, pode ter esses efeitos potencializados, intensifi­cando os sintomas, caso bebam grandes quantidades de café por dia”, esclarece a especialista, rati­ficando que o componente essen­cial da bebida é o principal vilão desses problemas. “A cafeína é o principal fator desencadeador de tais sintomas”, afirma.

BENEFÍCIOS

De acordo com estudo da Universidade de Southampton, no Reino Unido, o café pode trazer vários benefícios para a saúde. Dentre eles, o uso con­tínuo previne o aparecimento de doenças cardíacas e de mor­te prematura. Na pesquisa, que foi divulgada em novembro do ano passado, ainda ficou claro que o hábito de beber café tam­bém está ligado a menores ris­cos de diabetes, doenças no fíga­do, demência e até alguns tipos de câncer.

No entanto, a análise é de cunho prioritariamente obser­vacional e os responsáveis não possuem provas suficientes de que ingerir a bebida é a razão às queixas e elogios propagados. Os pesquisadores perceberam que, entre os adeptos do café que aceitaram contribuir com a pes­quisa, os indicadores de saúde eram melhores. Por conta disso, os especialistas em nutrição di­zem que ninguém deve começar a bebê-lo com o objetivo de trazer melhorias para a saúde.

Para a nutricionista Paulin­ne Corrêa, o café pode fazer bem para algumas pessoas, mas a ou­tras pode ser contraindicado. “A cafeína pode aumentar o trânsito intestinal, mas também é um irri­tante da mucosa gástrica”, afirma. Porém, ainda que pessoas com propensão a desenvolver proble­mas emocionais, como distúrbios ansiosos e de humor, precisem evitar a cafeína, a bebida pode trazer benefícios para quem sofre de déficit de atenção. “Ele ajuda a elevar a concentração”.

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