Cotidiano

Vovozinhos no zoológico

Diário da Manhã

Publicado em 14 de abril de 2018 às 01:46 | Atualizado há 1 semana

O Parque Zoológico de Goiânia foi fundado em 1956 por um morador do Lago das Rosas, Saturnino Ma­ciel de Carvalho. Consta nos rela­tos do zoo que os primeiros ani­mais chegaram no local a partir de doação do ornitólogo pelo professor José Hidasi.

Dentre os mais antigos, des­taca-se a ursa-parda Lucy. Ape­sar da fama de sua espécie ser perigosa e agressiva, os servido­res se emocionam e se sentem or­gulhosos ao narrar os momentos do animal que hoje superou sua expectativa de vida.

Lucy faz parte da história do zoo­lógico e tem cuidados especiais.

A ursa veio de um zoológico de São Paulo nos anos 80. Não há registros da idade da época que chegou, mas de acordo com o supervisor geral do zoológico de Goiânia, veterinário Rafael Cupertino, que acompanha os animais do parque desde 2005, Lucy tem aproximadamente 32 anos. Sua expectativa de vida é de 25 anos. Ela se caracteriza como um animal dócil, mas devido a idade avançada tem alguns pro­blemas de saúde, como locomo­ção e artrose. Devido a este fator, inspira cuidados. “Sempre tive­mos um carinho pela Lucy. Ela é um ícone, a tratamos de forma es­pecial”, diz o veterinário.

Desde que chegou ao zooló­gico, Lucy procriou uma vez: ela é a mãe do Robin, que se encon­tra ao lado da mãe, em jaula se­parada. Devido às condições de saúde, Lucy segue restrita sob os cuidados dos profissionais do parque. “É muito gratificante cuidar desses animais, trabalha­mos para proporcionar o bem­-estar e o enriquecimento am­biental”, relata.

Jailson da Silva é tratador de animais há 9 anos. Ele é apega­do a Lucy e tem acompanhado seu envelhecimento. Está sem­pre atento às suas necessida­des. Jailson é um dos responsá­veis em alimentá-la e dar banho quando necessário.

Ele declara que não é fácil ver um animal que já foi forte e ativo estar nessas condições. “É triste ver um animal indefeso, que ti­nha muita saúde estar tão frágil. Vi Lucy ter um filho, e hoje está desta forma, com certeza ela ain­da está viva porque temos o maior cuidado”, relata.

CUIDADOS

O zoológico é muitas vezes visto como a prisão de vários ti­pos de animais que são expos­tos. No entanto, os funcionários salientam que o zoológico existe para salvar a vida dos animais. O maior foco é proporcionar bem­-estar e qualidade de vida.

Segundo Rafael Cuperti­no, os animais reconhecem quem são seus protetores, seja tratador de animais ou ve­terinários. Criam, desta forma, vínculos com cada um. Alguns animais que chegam ao parque foram capturados por estarem sofrendo maus tratos e, se caso, não fossem resgatados, não es­tariam vivos.

O histórico do zoológico de Goiânia contém registros de ani­mais que ultrapassaram sua ex­pectativa de vida. De acordo com veterinários, isso acontece, devi­do a dedicação que os funcioná­rios têm com os animais.

Há quem diga que ao visitar o parque, só encontra os animais dormindo e visivelmente can­sados, mas o veterinário Rafael Cupertino salienta que alguns ani­mais têm características noturnas. E durante o dia permanecem dei­tados. Com isso tem-se a impres­são de que está sendo mal cuidado.

Além dos mais idosos, alguns não estão expostos para os visitan­tes, pois são animais que já estão fragilizados. “O Zoológico de Goiâ­nia segue a normativa do Ibama”.

O zoológico pretende ainda tra­balhar com espécies ameaçadas e em extinção. E através da reprodu­ção, impedir que sejam extintos.

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