Goiânia inteligente, acessível e acolhedora
Diário da Manhã
Publicado em 18 de março de 2018 às 00:07 | Atualizado há 7 anosFala-se muito em cidades inteligentes e tecnológicas, mas nada disso terá efeito prático e benéfico na vida das pessoas se elas não estiverem preparadas para essa nova realidade. É necessário democratizar e facilitar o acesso à internet para toda a sociedade. A cidade tem que ser moderna, eficiente e ágil, mas, sobretudo, acessível, humanista e acolhedora. A diminuição da burocracia é sinal de transparência e eficiência. Facilitar o acesso às informações e serviços públicos cria condições para que todos possam prosperar em suas vidas pessoais e em seus empreendimentos comerciais.
Quase tudo na administração pública pode e deve estar ao alcance de cliques no celular. Isso também serve para algo fundamental para nós, vereadores, e também para toda a população: a tecnologia pode facilitar a fiscalização e a cobrança dos serviços públicos. E mais, com as ferramentas adequadas podemos analisar a cidade considerando as especificidades de cada região, as demandas locais e generalizadas. Isso não é utopia, não custa uma fortuna, não é impossível e não está distante da nossa realidade. Isso requer criatividade, vontade política, ímpeto realizador e significa transparência e responsabilidade social no tratamento da coisa pública.
Além disso, tecnologia também é sinônimo de economia de tempo e de deslocamento, em especial no serviço público, pois não só permite ao cidadão o acesso aos principais serviços pela internet, como poderia contribuir, por exemplo, para desafogar algumas unidades de saúde de Goiânia.
Estudos internacionais apontam que atualmente 50% da população mundial vive em cidades e até 2050 será 75%. Todos condensados em apenas 2% do território do planeta. Essa aglomeração exige planejamento minucioso, organização do espaço e dos serviços públicos com uso da tecnologia e não há como se pensar nisso sem a implantação de uma rede de inclusão digital. Os governos, em parceria com a iniciativa privada e instituições voltadas para o bem-estar social, devem se unir para ajudar as pessoas a se adequar às ferramentas e criar uma estrutura permanente de auxílio àqueles com maior dificuldade, como idosos e pessoas com deficiências. Esse é um caminho positivo e sem volta. Enxergo o futuro com prefeituras, casas legislativas, secretarias e ministérios dedicados à inclusão e ao melhor uso, pela coletividade, das possibilidades tecnológicas. Em muitos lugares já é assim, como em Nova York (EUA). E dá pra comparar Goiânia a essa cidade? Guardadas as devidas proporções, em termos de necessidade de tecnologia e de possibilidades de implantação de uma rede inicial, sim. Além disso, Goiânia já é pólo de inovação e tecnologia com diversas startups na área.
Na Câmara Municipal temos investido em aprimoramento dos serviços com tecnologia adquirindo computadores, melhorando a rede de internet, dando mais acessibilidade e transparência ao portal da Casa e usando a TV Câmara e as redes sociais para divulgar nosso trabalho e facilitar o diálogo com a população. São ações iniciais, mas queremos e precisamos avançar mais nesse setor, em todas as esferas públicas. E tem que ser pra já porque as necessidades são urgentes. As atividades da administração pública têm que caminhar nessa direção, da tecnologia acessível, e devem ser uma porta aberta para as inovações que ainda virão. Por aqui, também, a Prefeitura tem caminhado nessa direção com a informatização das redes e a criação do Alvará Fácil, por exemplo, dentre outras iniciativas.
Com alguns cliques num smartphone as pessoas – físicas e jurídicas – podem solicitar e avaliar serviços, fiscalizar obras, agendar exames e consultas médicas, conferir leis, obter certificados e licenças, pagar encargos e negociar parcelamentos, tirar dúvidas, criticar ações e acessar dados para diversos fins. Cabe ao Poder Público estabelecer parcerias e desenvolver possibilidades para estar sempre ao alcance das pessoas onde quer que elas estejam no município. Não é mais admissível um governo distante e fechado em si mesmo. A tecnologia tem que estar a serviço do bem-estar coletivo e do controle social em todas as esferas da administração pública.
Em tempo: o uso da tecnologia precisa resguardar, ao máximo, a privacidade das pessoas, um bem sagrado para a democracia e os direitos individuais. Esse é um enorme desafio já enfrentado até mesmo por cidades como São Francisco (EUA), terra do Vale do Silício, berço da tecnologia mundial. A proteção à privacidade é um dos principais desafios tecnológicos.
Ressalto que nossa Capital vive um momento ímpar, uma valiosa oportunidade de pensarmos a cidade que queremos para já e para os próximos dez anos ou mais. A Prefeitura está concluindo a revisão do Plano Diretor de Goiânia que será enviado para a Câmara em breve e nós, vereadores, daremos a palavra final sobre o documento após o estudarmos e o debatermos minuciosamente com a sociedade. Sou um estudioso, há anos, do ordenamento urbano e estarei atento a pontos estratégicos do texto como os que tratam da Saúde, da Mobilidade, do Meio-Ambiente e da Tecnologia a serviço da coletividade. Considero o Plano Diretor umas das maiores responsabilidades assumidas por essa Legislatura e a Câmara a honrará com coragem, transparência e rigor constitucional.
Por tudo isso, conclamo a toda a sociedade: vamos juntos encontrar soluções para uma vida segura, empreendedora e próspera.
(Andrey Azeredo é advogado, vereador pelo MDB e presidente da Câmara Municipal de Goiânia)
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