Uma análise psicológica sobre a pedofilia
Diário da Manhã
Publicado em 4 de março de 2018 às 00:18 | Atualizado há 7 anosReiniciando meus artigo neste ano, gostaria de trazer até o leitor temas polêmicos sobre os conflitos humanos num período de transição planetária.
Muitos pacientes que tenho tentando ajudar ao longo de meus trinta anos como Psicólogo e Psicoterapeuta, traziam consigo, sobre formas de ‘neuroses’, depressão, ‘esquizofrenia’, ‘conflitos de identificação sexual’ e outros transtornos, algum episódio de “abuso sexual na infância”, principalmente aqueles que, embora não tenham chegado a ser consumado, deixou marcas profundas na vítima.
As consequências se apresentam nas mais variadas formas, desde pequenos transtornos como inibição, frigidez, medo de se relacionar sexualmente; vergonha da nudez e de seu próprio corpo, tendências homossexuais, ‘voyuerismo’ e/ou ao extremo como “tara sexual”, compulsão sexual, ‘serial killer’, dentre outros.
Como podemos ver: falta equilíbrio, ou se vive num extremo ou noutro. Lembrando que, qualquer pessoa que vive nos extremos da vida psíquica constrói desequilíbrio e grandes dificuldades de relacionar consigo mesmo e com os outros. A pedofilia é um termo que ouvimos cada vez mais. Embora as autoridades estejam conscientes da situação, nós como integrantes da sociedade não podemos ignorar as conseqüências do abuso sexual na infância.
Esses crimes acontecem em qualquer lugar e abrangem todas as classes sociais sem corresponder a um nível educativo, uma etnia ou uma religião específicos. O abuso sexual de crianças não é um fenômeno novo. Não é possível determinas desde quando começou a acontecer na historia, mas é provável que exista desde a origem da humanidade.
Sigmund Freud, o Pai da Psicanálise dedicou sua existência na terra em “investigar”, principalmente, o inconsciente humano e especificamente a sexualidade.
Embora muito mal compreendido até o presente momento por Psicanalistas (imaturos psiquicamente) deixou um verdadeiro ‘tratado’ sobre a alma humana.
Freud acreditava que a personalidade era desenvolvida através de uma série de estágios de infância em que as energias da busca do prazer do ID tornam-se focadas em determinadas áreas erógenas. Esta energia psicossexual, ou libido , foi descrita como a força motriz por trás do comportamento.
A teoria psicanalítica sugeriu que a personalidade é mais estabelecida aos cinco anos de idade. As primeiras experiências desempenham um grande papel no desenvolvimento da personalidade e continuam a influenciar o comportamento mais tarde na vida.
Segundo a teoria freudiana todo ser humano passa (consciente ou inconscientemente) por cinco fases: Oral, Anal, Fálica. Latente e Genital.
E se uma pessoa não consegue progredir através de um estágio completamente ou favoravelmente? Se essas etapas psicossexuais são concluídas com êxito, uma personalidade saudável é o resultado. Se certas questões não são resolvidas na fase adequada, fixações podem ocorrer. A fixação é um foco persistente em um estágio psicossexual. Até que este conflito seja resolvido, o indivíduo mantém-se “preso” nesta fase. Por exemplo, uma pessoa que está fixada na fase oral pode ser mais dependente dos outros e pode buscar estimulação oral através de fumar, beber ou comer. Assim como acontece nas outras fases caso haja algum comprometimento psicológico que impeça a “superação” do estágio em curso – no nosso caso (artigo) crianças que são molestadas durante a fase anal e genital, principalmente. Assim como experiências com pessoas do mesmo sexo ocorrido nestas fases podem se transformar em “transtornos de identificação sexual” – CID10 – F64. Construindo nestes indivíduos, transtornos tais como: “depressivos ‘crônicos” e/ou dependentes químicos e alcoolistas, baixa auto-estima e/ou “tendências suicidas”, dentre outros.
É importante salientar que a maioria das pessoas acredita que apenas “padrastos” são responsáveis pelo abuso sexual na infância de seus enteados, principalmente, entretanto os relatos das vítimas não traduz essa realidade, haja vista que, muitos abusos acontecem por parte de familiares das vítimas.
Claro está que, a mídia sempre tem dado mais ênfase aos padrastos e, na verdade, acredita-se que quando uma mãe se separa e encontra ou busca outro companheiro todo cuidado é pouco (lembrando que nenhum comportamento humano pode ou deve ser generalizado). Mesmo estando com trinta anos estudando e trabalhando com o comportamento e mente humana, ainda somos incapazes de prever tais acontecimentos, devido à imprevisibilidade da mente humana.
Recentemente tivemos um exemplo por parte de um ‘delegado’, de alto conceito na sociedade, envolvido num caso de pedofilia, sem que sua companheira percebesse. Tendo sido ocorrido quando a vítima tinha por volta de oito anos. A vítima na idade adulta e casada não conseguia ser feliz com o marido nas relações sexuais, ato inerente à condição humana. Após um tratamento psicoterápico e regressão de memória a vitima lembrou dos abusos. O que ocorre, muitas vezes, é acharmos que a criança está “criando”, “fantasiando” e/ou “inventando” histórias. Acarretando nessa vítima um processo doentio de culpa pelo ocorrido por parte do adulto.
O Rabino da Galileia em um de seus dizeres, assim falou: “vocês tem olhos e não vêem; tem ouvidos e não ouve”. A maioria de nós só enxerga aquilo que nos convém enxergar e só escutamos aquilo que nos convém ouvir.
Finalizando este artigo gostaríamos de salientar que no processo de educação de nossos filhos com a presença paterna ou não, torna-se imprescindível que os responsáveis pela educação dos filhos tenham um diálogo aberto e deixe que seus filhos tenham liberdade de expressar seus sentimentos. Jamais ignore o que seu filho tem a dizer, aprenda a acreditar em suas histórias e não tire conclusões precipitadas.
Como já colocamos no início deste artigo, após trinta anos de exercício da profissão em Minas Gerais e Goiás, ouve de muitos pacientes relatos que foram ignorados pelos pais e gerou ao longo da vida dessas pessoas transtornos que poderiam ter sido amenizados e os sofrimentos evitados.
Sempre falo em minhas palestras e livros editados que o maior presente que um Pai e/ou uma Mãe podem dar ao seu filho na adolescência é uma boa psicoterapia para que o adolescente aprenda a conhecer a si mesmo e compreender melhor os “traumas” vividos durante suas cinco primeiras fases de sua vida.
(Dr. José Geraldo Rabelo. Psicólogo holístico. Psicoterapeuta espiritualista. Parapsicólogo. Filósofo clínico. Artista Plástico. Prof. Educação Física. Especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo. Escritor e Palestrante. WhatsApp – 984719412 rabelojosegeraldo@yahoo.com.br e/ou rabelosterapeuta@hotmail.com)
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