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Ex-CEO da Americanas é preso nesta sexta-feira, 28

O ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, foi preso nesta sexta-feira, 28, em Madri, na Espanha

admin

Publicado em 28 de junho de 2024 às 15:45 | Atualizado há 4 meses

O ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, foi preso nesta sexta-feira, 28, em Madri, na Espanha, pela polícia local, após ser alvo da operação Disclosure da Polícia Federal brasileira e ter sua prisão preventiva decretada pela Justiça por suspeita de envolvimento em um esquema de fraude bilionária na varejista.

A Operação Disclosure, deflagrada pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público Federal, teve como alvo ex-diretores da Americanas acusados de fraudes contábeis que somam R$ 25,3 bilhões.

Cerca de 80 policiais federais cumpriram dois mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão no Rio de Janeiro. A investigação revelou que os executivos maquiaram os resultados financeiros da empresa para demonstrar um falso aumento de caixa, valorizando artificialmente as ações na bolsa. Com base nesses números manipulados, os diretores recebiam bônus milionários e obtinham lucros ao vender ações infladas. Os crimes identificados incluem manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que podem chegar a 26 anos de prisão.

Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, teve uma longa carreira na varejista, ascendendo na hierarquia até atingir o cargo máximo.

Durante seu mandato, ele mantinha um perfil discreto, evitando entrevistas e contato com investidores. Após o escândalo contábil vir à tona, Gutierrez mudou-se para a Espanha, onde possui cidadania. Ele é acusado de envolvimento em um esquema de fraude que chegou a R$ 25 bilhões, incluindo crimes de uso de informação privilegiada, manipulação de mercado e associação criminosa. Gutierrez nega qualquer irregularidade, mas foi preso em Madri após ter seu nome incluído na lista vermelha da Interpol. A Polícia Federal alega que ele se desfez de bens e enviou dinheiro para offshores em paraísos fiscais antes de deixar o Brasil.

Os acionistas da Americanas, especialmente os minoritários, desempenharam um papel crucial durante a crise da empresa. Após a revelação das inconsistências contábeis em janeiro de 2023, que levou à queda abrupta das ações de R$ 12,00 para R$ 2,72 em um único dia, os acionistas minoritários iniciaram processos judiciais contra a companhia, alegando manipulação de fatos e indução a erro na avaliação dos papéis. A crise resultou na exclusão das ações da Americanas (AMER3) de todos os índices da bolsa brasileira. Com a aprovação do plano de recuperação judicial em dezembro de 2023, espera-se uma tímida retomada do valor das ações ao longo de 2024, embora a desconfiança do mercado persista. Os acionistas minoritários têm o direito de fiscalizar a atuação da empresa e podem solicitar mais prazo ou até mesmo suspender assembleias, demonstrando seu papel ativo na governança corporativa durante períodos de crise.


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