Goiás tem a maior taxa de desemprego desde 2012
Diário da Manhã
Publicado em 24 de fevereiro de 2018 às 00:03 | Atualizado há 1 semanaGoiás e Brasil encerraram 2017 apresentando as maiores taxas médias anuais de desemprego – ou de desocupação, nome empregado como para suavizar a crise – da série histórica iniciada em 2012, 10,5% e 12,7% respectivamente. Em 2016, Goiás apresentou 10,4%, enquanto Brasil teve 11,5%. Os dados são do IBGE e foram divulgados ao Diário da Manhã, ontem, pela Supervisão de Documentação e Disseminação de Informações, ligada à instituição em Goiânia.
A taxa de desocupação no 4º trimestre de 2017 apresentou, segundo o IBGE, estabilidade em Goiás, ficando em 9,4%, ou seja, 0,2 ponto percentual maior quando comparada com o trimestre imediatamente anterior (9,2%), e também menor do que o registrado no 4º trimestre de 2016 (11,2%). A taxa para o Brasil também recuou, ficando em 11,8%, o que apresentou redução de 0,6 ponto percentual em comparação com o 3º trimestre de 2017 (12,4%), e de 0,2 ponto percentual frente ao 4º trimestre de 2016 (12,0%).
No 4º trimestre de 2017, a taxa composta da subutilização da força de trabalho (que agrega os desocupados, os subocupados por insuficiência de horas e os que fazem parte da força de trabalho potencial) ficou em 17,4% em Goiás, o que mostra uma estabilidade quando comparada com o trimestre imediatamente anterior (17,3%), e um aumento quando comparada o 4º trimestre de 2016 (17,1%).
A taxa do Brasil ficou em 23,6%. No ano de 2017 tivemos uma média de 26,5 milhões de pessoas nessa situação no Brasil e 661 mil pessoas em Goiás. No 3º trimestre de 2017, para Brasil, essa taxa foi de 23,9% e, no 4º trimestre de 2016, 22,2%.
A taxa combinada de sub-ocupação por insuficiência de horas trabalhadas e desocupação (pessoas ocupadas com uma jornada de menos de 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar em um período maior, somadas às pessoas desocupadas) em Goiás foi de 13,5%, 0,2 ponto percentual abaixo do trimestre imediatamente anterior (13,7%) e 0,8% menor do que a taxa do 4º trimestre de 2016 (14,3%).
No Brasil, a taxa foi de 18,0%. No ano de 2017, houve uma média de 18,8 milhões de pessoas nessa situação no Brasil e 488 mil pessoas em Goiás. No 3º trimestre de 2017, para Brasil, essa taxa foi de 18,5% e, no 4º trimestre de 2016, de 17,2%.
A taxa combinada da desocupação e da força de trabalho potencial, que abrange os desocupados e as pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, ou que procuraram, mas não estavam disponíveis para trabalhar (força de trabalho potencial), foi de 13,5% em Goiás, indicando um aumento quando comparada com o trimestre imediatamente anterior (13,0%).
A taxa do 4º trimestre de 2016 para Goiás foi de 14,2%. No Brasil, a taxa ficou em 17,8%. Em 2017 uma média de 19,9 milhões de pessoas estavam nessa situação no Brasil e 512 mil em Goiás. No 3º trimestre de 2017, para Brasil, essa taxa foi de 18,3% e, no 3º trimestre de 2016, de 17,4%.
RENDIMENTO
O rendimento médio real habitualmente recebido por mês de todos os trabalhos ficou estimado em R$ 2.072 em Goiás, representando um aumento em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 2.028), e em relação ao estimado do 4º trimestre de 2016 (R$1.997). O estimado no Brasil foi de R$ 2.154. No 3º trimestre de 2017 o registrado no Brasil foi de R$ 2.134 e no 4º trimestre de 2016, R$ 2.120.
Destaque para a Região Metropolitana de Goiânia que teve a 3º menor taxa de desocupação dentre as regiões metropolitanas de todo o Brasil, ficando em 8,7% no 4º trimestre de 2017, atrás somente do Vale do Rio Cuiabá (MT) com 8,2% e Florianópolis (SC) com 7,4%.
Dentre as capitais, Goiânia teve a segunda menor taxa de desocupação no 4º trimestre de 2017, 7,1% ficando atrás somente de Campo Grande (MS) com 5,7%. O contingente dos desocupados em Goiás no 4º trimestre de 2017 era de 339 mil pessoas, com participação dos pardos de 62,2%, dos brancos de 28,1% e dos pretos 9,3%.
No Brasil o mesmo contingente no 4º trimestre de 2017 era de 12,3 milhões de pessoas, com participação dos pardos de 51,9%; a dos brancos ficou em 35,6% e dos pretos subiu para 11,9%.
Falta trabalho para 26,3 milhões de brasileiros
Um total de 26,3 milhões de brasileiros não têm emprego ou trabalham menos horas do que gostariam. Esse é o contingente que a economia brasileira desperdiçou de mão de obra, um índice de 23,6% de trabalhadores subutilizados ao fim de 2017.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) trimestral, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve queda em relação ao terceiro trimestre (23,9%), mas a taxa se manteve elevada na comparação com o mesmo período de 2016, 22,2%. Já a taxa média anual para 2017 ficou em 23,8%.
A taxa de desocupação no quarto trimestre de 2017 (11,8% no Brasil) apresentou redução de 0,6 ponto percentual na comparação com o 3º trimestre de 2017 (12,4%) e ficou estatisticamente estável frente ao 4º trimestre de 2016 (12%).
A taxa de subutilização da mão de obra agrega a taxa de desocupação, a de desocupação por insuficiência de horas e da força de trabalho potencial, por isso é sempre bem mais elevada que o índice de desemprego.
Só é considerado desocupado, e entra na estatística de desemprego, quem não está trabalhando, procurou emprego nos 30 dias anteriores à pesquisa e estava apto a começar a trabalhar. Mas existem outras situações medidas.
São considerados subocupados aqueles que trabalham menos de 40 horas por semana e gostariam de trabalhar mais. A força de trabalho potencial é formada por pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuram, ou procuraram mas não estavam disponíveis para trabalhar no momento da pesquisa. Mulheres que estão fora do mercado para cuidar dos filhos, por exemplo, entram nessa conta.
A taxa combinada da desocupação e da força de trabalho potencial foi de 17,8% no quarto trimestre, o que representa 20 milhões de pessoas. No trimestre anterior essa taxa foi de 18,3% e no mesmo período de 2016, 17,4%. Já a taxa média anual ficou em 18,4%.
INFORMALIDADE
O ano de 2017 apresentou uma contínua redução da taxa de desemprego. Trimestre a trimestre o IBGE, mostrou que o número de trabalhadores em busca de uma ocupação foi decrescente, mas a informalidade deu o tom o comportamento do desemprego ao longo de 2017.
No fim de 2017, 75% dos empregados do setor privado, com exceção dos trabalhadores domésticos, tinham carteira de trabalho assinada, 1,4 ponto percentual a menos que um ano antes. O Nordeste (59%) e o Norte (61%) apresentaram as menores estimativas desse indicador, enquanto a Região Sul, mesmo com queda contínua desde 2016, se manteve com o maior patamar (82,8%).
Apesar disso, apenas a Região Norte teve aumento na carteira de trabalho de 2016 para 2017: de 59,4% para 61%, enquanto as demais registraram queda na proporção desses empregados. Entre os trabalhadores domésticos, a pesquisa mostrou que 29,5% deles tinham carteira de trabalho assinada. No mesmo trimestre de 2016, essa proporção havia sido de 31,9%.
Santa Catarina foi o estado onde o desemprego mais cresceu entre 2014 e 2017 (170,2%), passando de 100 mil para 270 mil desocupados. No estado, o aumento foi motivado pelo fechamento de postos de trabalho, principalmente, na Construção (-3,8%), na Indústria (-2%) e nos Serviços (-0,6%).
O Rio de Janeiro, por sua vez, apresentou o segundo maior aumento no número de desocupados (157%), passando de 494 mil em 2014, para 1,2 milhão de pessoas sem trabalho em 2017. No estado, o desemprego cresceu em razão da redução de vagas, principalmente, na Indústria (-19%), na Construção Civil (-13,8%) e nos Serviços (-8,4%).
DESALENTO
Pela primeira vez, a Pnad Contínua traz dados sobre o desalento e no fim de 2017 o contingente de desalentados chegou a 4,3 milhões, o maior da série histórica iniciada em 2012.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Ela faz parte da força de trabalho potencial.
Do total nacional, 59,7% estavam no Nordeste (2,6 milhões de pessoas). Entre as unidades da Federação, os maiores contingentes estavam na Bahia (663 mil) e Maranhão (410 mil). A taxa de desalento no 4º trimestre ficou em 3,9% da força de trabalho ampliada do Brasil, com Alagoas apresentando a maior taxa entre as unidades da Federação (15,4%).
O Nordeste tinha 59,7% do total de desalentados. Entre as unidades da federação, os maiores contingentes estavam na Bahia (663 mil) e Maranhão (410 mil).
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