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Clássico de Juan Rulfo ganha lançamento com extras

Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 00:34 | Atualizado há 7 anos

Um dos nomes mais im­portantes da literatu­ra latino-americana do século XX, Juan Rulfo escreveu O galo de ouro pouco tempo de­pois de Pedro Páramo, que se tornou um dos livros mais acla­mados do México. Seu segundo romance foi lançado postuma­mente em 1980, após o texto ter sido usado como base para o ro­teiro do filme homônimo, que estreou em 1964.

Na trama, depois de uma dis­puta de rinha de galos, a vida de Dionisio Pinzón muda comple­tamente. Ao decidir salvar um galo moribundo, o homem mise­rável fica rico e acaba despertan­do o interesse da sensual La Ca­ponera. E é assim que Dionisio descobre que a vida do homem pode ser bastante semelhante à de um galo de briga: cheia de lu­tas e conquistas que podem ser perdidas em um único revés.

A nova edição de O galo de ouro traz a sinopse inédita que Rulfo escreveu para a produção do filme, textos extras dos aca­dêmicos José Carlos González Boixo, Douglas J. Weatherford e Dylan Brennan sobre a obra e uma nova transcrição de A fór­mula secreta, que foi escrito para o cinema. Chega às livrarias nes­te mês de fevereiro pela editora José Olympio.

O AUTOR

Juan Rulfo (1917-1986) nas­ceu em Jalisco, no México. Pu­blicou seus primeiros contos em revistas, mas foi a partir de Pedro Páramo que alcançou prestígio e passou a ser consi­derado um dos mais celebrados escritores de língua espanhola. Traduzido em mais de 10 lín­guas, recebeu o Prêmio Nacio­nal de Literatura do México, em 1970, e o Prêmio Príncipe das Astúrias, em 1983. Em 1991 foi criado o Prêmio Juan Rulfo, que condecora grandes nomes da li­teratura latino-americana.

Rulfo nasceu em uma famí­lia de proprietários de terra que ficou arruinada pela Revolução Mexicana. Seu pai e dois tios morreram na época da Guer­ra Cristera e com a morte de sua mãe, por um ataque cardí­aco quatro anos depois, Rulfo foi enviado a um orfanato em Guadalajara, onde viveu entre 1927 a 1935. Ele foi morar em Ciudad de México, capital do país e lá conheceu Clara Aparí­cio, que passou a ser sua com­panheira para toda sua vida. Frequentou um seminário por um breve período e mudou-se para a Cidade do México, a fim de estudar direito. Não pôde terminar os estudos e durante os vinte anos seguintes traba­lhou, primeiro como agente de imigração por todo o México e logo como agente da empresa Goodrich-Euzkadi.

Em 1944, Rulfo fundou a re­vista literária Pan. Na década de 1950, o autor publica o livro de contos El llano en llamas e o romance Pedro Páramo. Apesar de ter abandonado a escrita de livros depois da publicação des­tas obras, Rulfo continuou ativo na cena literária mexicana, co­laborando com outros escrito­res em roteiros (Carlos Fuentes e Gabriel García Márquez), escre­vendo para televisão, e dedican­do-se à fotografia.

Desde 1962 até sua morte, Rul­fo foi diretor do departamento de publicações do Instituto Na­cional Indígena do México. Foi membro da Academia de Letras Mexicana e recebeu vários prê­mios literários em vida, de entre os quais o Prêmio Príncipe de As­túrias, em 1983. O escritor mor­reu, de câncer, aos 68 anos.

OBRA

Publicou apenas duas obras em vida: El llano en llamas (1953) e Pedro Páramo (1955), que foram traduzidas para várias idiomas. Em 1996, a Colección Archivos mexicana publicou suas obras completas, incluindo esparsos publicados em revistas e roteiros de cinema.

A influência de Rulfo na nar­rativa e em geral na literatura la­tino-americana é sentida na obra de vários escritores que protago­nizaram o chamado boom lite­rário da segunda metade do sé­culo XX. Mesmo poetas, como Nicanor Parra (que se considera um antipoeta), foram influencia­dos por sua obra. Rulfo é consi­derado o principal precursor do chamado Realismo Mágico la­tino-americano, um movimen­to que contou com integrantes como García Márquez, Jorge Luís Borges e Julio Cortázar, todos confessos admiradores de Rulfo.

Poucas vezes, obras tão su­cintas (Rulfo sempre afirmou fazer um exercício de redução literária ao mínimo indispensá­vel) tiveram tanta importância e influência sobre uma geração inteira de escritores. Boa parte de sua obra foi alvo de adapta­ções cinematográficas.

 

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