“Quem busca o caminho da criminalidade fez sua escolha”
Hélio Lemes da Silva Filho
Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 01:14 | Atualizado há 1 semana“Vamos dar continuidade ao combate efetivo à criminalidade e aproximar a polícia do cidadão”, afirmou o ex-governador Irapuan Costa Júnior ao assumir a Secretaria de Segurança Pública. O novo gestor foi empossado, ontem, pelo governador Marconi Perillo e pelo vice-governador Zé Eliton. O professor Ricardo Balestreri deixou a SSP e assumiu o Gabinete de Assuntos Estratégicos do Governo de Goiás como secretário-chefe.
DISCURSO
Em seu discurso, Irapuan destacou a importância do papel das forças policiais no combate ao crime. “É uma profissão que sempre acompanhei de perto. Sei de todos os riscos e dificuldades e, por isso, vamos valorizá-la”, disse.
Irapuan também elogiou o trabalho desempenhado por Ricardo Balestreri na pasta. Segundo ele, as ações realizadas foram fundamentais para diminuir os indicadores de criminalidade no Estado. “Nosso objetivo é continuar esse trabalho e aumentar ainda mais a sensação de segurança dos goianos”, garantiu.
Em seu discurso, o governador Marconi Perillo destacou os investimentos do Governo de Goiás em segurança pública. “Apesar da maior crise econômica nacional, realizamos os ajustes necessários e conseguimos honrar nossos compromissos em relação a uma área tão estratégica e importante para a população goiana”, declarou.
O vice-governador Zé Eliton, por sua vez, também citou as conquistas do governo para o setor. “Somos um estado que, diariamente, se moderniza e aponta caminhos para o futuro”, afirma. “Reunimos esforços para avançar ainda mais no combate à criminalidade e na prevenção da violência”, disse.
DESEMPENHO
Ao deixar a SSP, o professor Ricardo Balestreri agradeceu o empenho de todos os profissionais da pasta. “Temos as melhores polícias do Brasil e somos o estado que mais reduz os indicadores criminais”, disse. “Isso é motivo de muito orgulho para todos nós”, declarou. “Agradeço a confiança do governador Marconi e do vice-governador Zé Eliton”, concluiu.
Isso é motivo de muito orgulho para todos nós. Agradeço a confiança do governador Marconi e do vice-governador Zé Eliton”
ÍNTEGRA DO DISCURSO DE IRAPUAN COSTA JÚNIOR
“Não poucos amigos me indagam sobre as razões de abandonar, nesta etapa da vida, o conforto do ócio com dignidade para arrastar um chuchu (0’13) de uma tarefa dura. A resposta reside primeiramente na confiança que eu deposito nesses dois indivíduos competentes, dignos e modernos que são o governador Marconi Perillo e o vice-governador José Eliton, se me brindam com a sua confiança, não posso contestar senão com confiança e ombrear com eles nas tarefas públicas. Some-se a isso o reconhecimento pelo que fazem e a amizade, ainda há consciência de que temos todos que colaborar até onde nos seja possível para que vença o bom, o belo e o verdadeiro.
Estamos convictos que devemos fazer nossa parte e enfrentar os males que ameaça o poder crescente, a sociedade goiana e brasileira. Goiás em termos de segurança não pode se tornar um Rio de Janeiro, como não pode o Brasil converte-se numa Venezuela, essa nação irmã que vive seus piores momentos.
Procurei me inteirar nesses dias sobre a pasta de Segurança Pública do Estado, fui agradavelmente surpreendido pelo trabalho realizado e pela estrutura implantada pelos secretários anteriores Joaquim Mesquita, José Eliton e Roberto Balestreri. Dar-me-ei por satisfeito se puder dar continuidade a esse trabalho e melhorar ainda nessa mesma senha da nossa segurança e se puder aproximar ao máximo o policial e o cidadão. Na trindade que divide o meio social, cidadão e policial e mau-feitor, só há um caminho, de nos unirmos da maneira mais estreita possível. Os cidadãos e os policiais e isolarmos o bandido.
Já me ensinaram anos atrás, meu amigo de boas e más horas, um brilhante advogado e um filósofo do Direito, Marco Antonio Meneghetti, que a origem do mal que os homens praticam vem deles próprios, do seu interior, do livre arbítrio como afirmava Santo Agostinho. E essa afirmação permanece real e presente mais de um milênio e meio após ser enunciada pelo filósofo da igreja.
Meu intelecto nunca conseguiu aceitar a máxima do chamado “politicamente correto”, eufemismo usado pelos adeptos do totalitarismo marxista, de que o traficante, o assaltante, o latrocida sejam vítimas de uma sociedade injusta que lhes regou todas as oportunidades, conduzidos por um corredor sem saída que desemboca na criminalidade. Não! Ele se tornou o que é pela teoria da vida. (3’46)
Eles fez suas contas e optou pelo ganho superior da marginalidade, optou por mais dinheiro e menos (não entendi -3’54). O marginal não é cego e não pode ignorar o sofrimento que vê estampado na face das suas vítimas todos os dias em que esta exercendo o seu abominável ofício. Ora dependência, ora surpresa, ora indignação, pavor, dor e agonia muitas vezes na face dos que são assassinados. O malfeitor despreza consciente o sofrimento que provoca.
Ele fez sua escolha equivocada, nada temos, nós reunidos aqui, de culpa, nós que labutamos todos os dias pelo nosso sustento, com essa sujeira. Quem busca o caminho da criminalidade fez sua escolha. Se assim quis sinta então a força da polícia e peso da lei. Que seja segregado da sociedade cuja (não entendi – 4’56). Vejam os que me ouvem a esmagadora maioria dos brasileiros. Tomem como exemplo o feirante, o jardineiro, o pedreiro, o caminhoneiro, o balconista, o enfermeiro e tantos outros empenhados em seu labor com marcas de suor brilhando em seu rosto e a universidade brilhando em suas consciências. Também eles exerceram seu livre arbítrio, preferiram frutos do trabalho correto e útil ao que poderiam ganhar, e seriam muitas vezes mais, como traficantes de drogas ou (não entendi – 5’42) desigual.
Poderemos aceitar a comparação e o nivelamento e até o rebaixamento entre esses trabalhadores e os bandidos como pretende o politicamente correto. Não! Nem mesmo a combinança.
Reservo para os policiais algumas palavras, se não me sentir o momento de compreensão. Filho de policial que ocupou os mais diferentes postos na carreira conheço todas as (não entendi – 6’08) da profissão. Vivi dentro de casa, contemplei os perigos que vive um policial e os que viveu meu pai não foram poucos. Senti as durezas da carreira, o salário curto, as jornadas exaustivas e o esforço honesto e cansaço que meu pai muitas vezes tentando não conseguia esconder, e o companheirismo da minha mãe juntando seu salário de professora ao de meu pai para que tivéssemos o mínimo de conforto e uma boa escola. Ainda criança, mesmo sem compreendê-la em toda extensão, senti a angustia de minha mãe quando a missão policial era de tal forma arriscada que poderia devolver a ela um marido morto.
Falo aos policiais corajosos e honestos, imensa maioria daqueles com que vamos juntos trabalhar de agora pra frente, sim eu sei o que vocês, meus caros e úteis bombeiros, policiais civis e policiais militares, por tê-los sentindo também afianço à vocês que estarei do seu lado. Quando tivermos vitória nós a comemoraremos juntos, quando não alcançarmos reanimaremos para chegar até ela na oportunidade seguinte. E até nos erros, desde que involuntários, não teremos policiais abandonados.
Acataremos o que nos ditar a lei, mas estaremos lado a lado aproveitando a lição para não voltarmos a errar. E biblicamente não atiraremos no companheiro a primeira pedra. Conclamo a todos os policiais nessa tarefa de darmos mais segurança à população que ainda está bastante carente.
O politicamente correto vem há mais de duas décadas tentando implantar em nossa mente a noção de que somos irresponsáveis e incapazes de nos defender e adotou uma política de desarmamento que tornou o marginal muito mais forte. Descuidou despensas áreas urbanas que se tornaram territórios controlados pelo crime organizado. Ao contrário do cuidado com os direitos humanos que prega, o politicamente correto permitiu que as prisões se transformassem em currais de animais amontoados e viu o crime assumir o seu controle.
Subestimou avisada ou desavisadamente o poder financeiro do tráfico e teve como resposta uma força marginal cujo o poder de fogo supera em muitos lugares o das forças policiais. E curiosamente até a pouco limitou-se o poder dos policias se armarem devidamente para os confrontos. Isso precisa ser revertido, isso começa a ser revertido, mas não se pode esmorecer, pois ainda temos índices de criminalidades maiores do mundo.
Persigamos as nossas metas, congreguemos policiais e cidadãos e possamos ao final desse ano, bem como nos anos vindouros, festejar um Goiás mais seguro. Muito obrigado
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