Emília Augusta e a ultradiscrição dos Alencastro…
Diário da Manhã
Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 22:11 | Atualizado há 7 anosEmília Augusta Fleury Curado – ou simplesmente Emília – é o nome da minha única prima próxima mulher – pelo lado da minha mãe.
Somos como se fôssemos irmãos de verdade cuja mãe – que infelizmente nos deixou – Elba de Alencastro Fleury Curado era a única irmã casada de minha mãe.
As outras duas solteiras e também falecidas – Célia e Eny de Alencastro – funcionavam como atentas mães postiças na educação da gente…
É o sentido gregário – que falei aqui outro dia – um cuidando do outro…
Tia Elba muitíssimo bem casada com o primo José Fleury Curado – viveram juntos e felizes mais de 60 anos – como dois recentes namorados…
Assistiam televisão juntos de mãos dadas – como dois pombinhos – até o final da vida.
Viviam na cobertura de um prédio que ele empresário guerreiro bem sucedido – mandou construir especialmente para ela – com seu nome inclusive.
Um belo edifício na Av 136, no Marista – para abrigar ali em cada andar um de seus cinco filhos…
Sem querer – o ultra discreto José Fleury Curado – deu charme àquela que seria uma icônica avenida – quando os engenheiros Marcos Spencieri e Roberto Rassi construíram ali do lado – o prédio mais luxuoso – mais caro e mais disputado de Goiânia – o Excalibur – onde moram milionários tradicionais famosos e novos ricos também em busca de aceitação. Coisas da vida, bem entendido…
Tia Elba e tio José aliás – não estavam nem ai – principalmente ela que tinha sobrenomes ilustres por todos os lados …
Fato que aliás – nunca alterou sua rotina de vida.
Ela era naturalmente simples, boa e sem vaidade.
Queria mesmo é ser feliz a cada dia ao lado de sua linda família – louvando a Deus e fazendo caridade – sem olhar a quem…
Não foi à toa que tio José Fleury Curado – patrocinou com o nome da sua eterna amada – uma casa de apoio vinculada à Paróquia Santo Expedito do Estigmas – que dá assistência aos pacientes e seus respectivos acompanhantes – que vem do interior – em tratamento do câncer em Goiânia.
Tudo na família era em casa dos super amáveis Tia Elba e Tio José.
Eu nasci lá. Minha única irmã – idem.
Pois minha mãe – Eunice – bem viva aos 99 anos, na Cidade de Goiás – como disse lá em cima – era sua única irmã casada.
Daí a permuta de filhos e sobrinhos como se fosse delas próprias – como bravas leoas do Seringueti…
Tio José orgulhoso e apaixonado – aprovava tudo…
Meu pai Nagib Pelles – ultra reservado – era encantado por tia Elba, tio José e filhos.
Estava sempre de porta abertas – para recebê-los – na acolhedora e muito simples casa – da Rua do Carmo – na Cidade de Goiás.
Sempre a mesma – desde que me entendo por gente…
Esta singela casa, aliás – tem história…
Nagib Pelles deu para Eunice quando foram se casar – em 1957. Fica numa estratégica esquina.
Foi herança de uma tia – Totó Caiado de Alencastro – do meu avô materno – Enéas Caiado de Alencastro.
Quando o maduro e apaixonado Nagib Pelles – casou-se aos 42 anos e mammys – com 38 – fez questão de comprar aquela histórica casa familiar – que originalmente ia de uma rua à outra – para abrigar sua família…
O ramo dos Alencastro – comerciantes de bravura, que vieram do Rio Grande do Sul – via Rio da Prata – pararam em Mato Grosso quando fincaram sua principal bandeira em Cuiabá. Chegando depois a Goiás – quando João Baptista de Alencastro casou com Joaquina Emília Caiado de Souza – amplamente conhecida como Quinita – irmã dileta do Velho e poderoso – no melhor sentido – Senador do Império e da República – Antônio José Caiado – que tinha uma filha Thereza Flamina Caiado que casou com primo Felipe Baptista de Alencastro – que continuou com brilhantismo do negócios de seu pai – o gaúcho João Baptista de Alencastro.
Foi Felipe Baptista – quem incentivou o seu dileto sobrinho José Caiado de Alencastro – mais conhecido como Zeca de Alencastro a abrir sua muito conhecida loja – Alencastro Veiga -, na Cidade de Goiás.
E depois com filial em Goiânia – sendo sinônimo de sofisticação e variedade nos moldes originais do adorado tio Felipe Baptista – cuja loja chamava-se – “Casa Baptistinha” – que funcionava onde era a antiga Choparia – em frente ao Palácio Conde do Arcos, na Cidade de Goiás – cujo lema era:
“Na Casa Baptistinha – tem tudo – tudo tem – e terá???”
Comenta-se entre os da família que um homem poderia entrar nu ali – saindo vestido de fraque – bengala e cartola – montado ainda num cavalo de raça com direito a melhor montaria – já dizia a saudosa mestra Consuelo Caiado.
Pode uma coisas dessas – meus sempre amados leitores???
Os Alencastro eram tão ricos – mas tão ricos – que davam casas de presente para seu amados – em vez de poderosas jóias com brilhantes e esmeraldas…
Minha mãe aliás – quando infanta – ganhou uma de presente de sua tia e madrinha de crisma – Judith Caiado de Alencastro Guimarães – casada com Maneco Santerry Guimarães – quando foi transferido para Curitiba – como chefe dos Correios ali – em meados dos anos 20.
Uma bisneta sua aliás – é dona da Philco/Britannia.
Uma mulher linda, naturalmente amável e super reservada – que passa discretamente sem o menor risco de grandeza e esnobismo…
(Jota Mape, jornalista)
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