Cotidiano

Queda de braço entre ambientalistas e ruralistas

Diário da Manhã

Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 23:40 | Atualizado há 7 anos

O Sindicato Rural de Cabecei­ras representado por seu presidente o produtor ru­ral e dirigente classista Arno Bru­no Weis procurou a reportagem do Diário da Manhã para, em nome de todos os produtores rurais do muni­cípio, protestar contra a instalação e implantação da “Reserva da Biosfe­ra do Cerrado”, instrumento de ges­tão feito pelo governo brasileiro para a preservação do Bioma do Cerrado.

“O Sindicato Rural de Cabecei­ras, em nome de todos os produ­tores rurais do município, entende que se aprovarem a implantação da Reserva da Biosfera do Cerrado a principal atividade econômica o agronegócio, responsável pela maior fonte das riquezas do município, fi­caria comprometida, como tam­bém a principal fonte de emprego e renda para nossos trabalhadores e colaboradores. E, de uma forma direta comprometeria o comercio local, parte importante na cadeia do agronegócio de Cabeceiras”, declara­ram em nota de reconhecimento.

Em entrevista à reportagem do Diário da Manhã a superintenden­te executiva de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Jacqueline Viei­ra, membro do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera do Cerra­do em Goiás (CRBC-GO) esclare­ce que as reservas da biosfera têm em comum a implantação do de­senvolvimento sustentável nas re­giões da Reserva da Biosfera. Tam­bém privilegia a conservação dos remanescentes ainda intocados de Cerrado, a recuperação de áreas alteradas e de corredores ecológi­cos já fortemente degradados, com perdas importantes de solo.

“As reservas da biosfera têm em comum a busca de soluções concre­tas para conciliar a conservação da diversidade biológica com o desen­volvimento humano para benefício das atuais e futuras gerações. Elas estão ligadas por uma rede mun­dial das reservas da biosfera, com o objetivo de garantir o intercâmbio de resultados de pesquisa científi­ca, processos de gestão, experiên­cias positivas e desafios na resolu­ção dos problemas”, esclarece.

Em manifesto também contrá­rio ao que definiram de “a chama­da Reserva da Biosfera” vereadores de Cabeceiras disseram se mostrar contrários à aprovação de quais­quer projetos que possa atrapalhar o agronegócio do município. “Contra­pondo- se a isso, vemos o surgimen­to da chamada Reserva da Biosfera do Cerrado, que devido a uma pa­lestra que foi realizada no município leva a crer que estão querendo ins­talar tal proposta no nossa região”.

Eles encerram o manifesto afir­mando que “em virtude de acredi­tarmos que caso implantada aqui, por este ser um município extrema­mente produtivo, isso trará conse­quências de níveis inimagináveis”.

Em resposta ao que considerou um significativo equívoco, por par­te das autoridades de Cabeceiras, a superintendente executiva de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Jac­queline Vieira ressaltou que a Reser­va da Biosfera do Cerrado é um ins­trumento de gestão feito com muito critério pelo governo brasileiro.

“Estive em Cabeceiras, partici­pei da reunião na Câmara Munici­pal com a presença do prefeito, do Sindicato Rural, da FAEG. Foi uma reunião muito importante para ex­plicar isso. Eles estão incluídos den­tro da Reserva da Biosfera, porque a biosfera é estabelecida a partir de corredores, de uma conexão. Eles não podem decidir que não vão ser biosfera, porque eles são biosfera, são estudos feito com muito critério”.

DESENVOLVIMENTO

A superintende expõe que a preocupação dos produtores ru­rais não se justifica, uma vez que, a Reserva da Biosfera do Cerrado tem três funções e uma das fun­ções é desenvolvimento econô­mico sustentável. “Visitei os 26 municípios da Reserva da Bios­fera para levar exatamente quais são as possibilidades do desen­volvimento econômico na região. O nosso trabalho é nesse senti­do, de fazer um desenvolvimento sustentável daquela região”.

Jacqueline conclui observando que Cabeceiras não pode decidir o que pode e o que não pode no terri­tório. “Isso já está decidido pelo Có­digo Florestal e não tem nenhuma ingerência. A Reserva da Biosfera do Cerrado é importantíssima para a preservação do Bioma do Cerrado, sobretudo para o reconhecimen­to do Cerrado e para o desenvolvi­mento da região. Ela confere para o município produtos locais, inclu­sive, os produtos agrícolas e ainda o município passa a ter reconheci­mento, uma visibilidade internacio­nal e a possibilidade de ter recursos e a posse para o desenvolvimento econômico sustentável.

 

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