O maçom, uma criatura polivalente
Diário da Manhã
Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 22:51 | Atualizado há 7 anos“Vós sois a luz do mundo… Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras…”
Mt, 5,14 e 16.
Analisado sob os aspectos operativo e especulativo o maçom de acordo com a expressão sagrada, é um ser livre e de bons costumes, tendo como objetivo principal o aperfeiçoamento moral e intelectual. E no afã de buscar perfeição, ele esforça-se no sentido de adquirir o conhecimento de si mesmo, libertando-se das paixões ignóbeis, da intolerância, da sensualidade e de outros males que o dominam. E nesse desbaste de pedra bruta, como bem afirmou Findel, ele poderá começar a difundir a verdade, inspirar a nobreza e a virtude e a procurar o bem do próximo, segundo a vontade do Grande Arquiteto do Universo.
Estamos num período do ano no qual esta criatura, também denominada de “pedreiro livre”, passa a receber justas homenagens pelas valiosas obras realizadas. A primeira honraria o maçom recebe dia 10 de agosto, pela divinal missão da paternidade, desempenhando compromissos altamente humanos no seio da família, sendo bons maridos e criando os filhos nos princípios da moral e dos bons costumes. Em seguida, neste mesmo mês, dia 20 lhe foi consagrado, especialmente, cuja efeméride marca e relembra – as corajosas decisões tomadas numa memorável sessão das três lojas metropolitanas há 186 anos, quando irmão Joaquim Gonçalves Ledo em enérgico e fundado discurso, demonstrando com sólidas razões ser imediatamente proclamada. E esta data consta no calendário histórico como o dia do Maçom.
A terceira honraria ao maçom acontece dia 7 de setembro, enaltecendo a consumação das ideias e movimentos levados a efeito pela Maçonaria brasileira que culminaram com a vibrante tomada de posição do irmão D. Pedro, nas margens do riacho Ipiranga. Com o inesquecível grito de “Independência ou Morte”, tornava-se público o que havia sido resolvido por idealistas maçons anteriormente. Uma semana após o magno gesto, o irmão D. Pedro tomou posse no cargo de Grão Mestre do GOB, sendo coroado e consagrado a 24 de novembro de 1822.
Há que se ressaltar a quarta homenagem justificada pela libertação dos escravos, arrancada heroica em prol da liberdade para uma raça sofredora. Irmãos da estirpe de Rui Barbosa, Saldanha Marinho e tantos outros, ergueram bem alto a bandeira da abolição e fizeram justiça.
Finalmente, outro grande feito de Ordem Maçônica foi a proclamação da República – 15 de novembro de 1889 – , quando o irmão marechal Manuel Deodoro da Fonseca, atendeu o pedido de inúmeros maçons republicanos, que inspirados na doutrina da Revolução Francesa arquitetaram o fim da monarquia em nosso país importante ser mencionado que todos os membros do primeiro governo da República, eram maçons.
Assim, além destes respeitáveis fatos históricos que mostram claramente o idealismo, destemor, responsabilidade e tantas outras grandes virtudes do maçom, existem uma infinidade de obras espalhadas e registradas pelo mundo inteiro, provando de maneira cabal a grandiosidade e sublimidade da ação do “pedreiro livre” e “construtor” do bem estar da humanidade .
(Aníbal Silva, jornalista e membro da Academia Goiana de Letras)
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