O perigo dos buracos
Diário da Manhã
Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 01:32 | Atualizado há 1 semanaNa última terça-feira (9/01), um capotamento ocorrido na Avenida Marginal Botafogo, próximo à entrada da Rua 115, no Setor Sul, deixou uma vítima fatal e outras quatro feridas. A condutora do veículo afirmou que perdeu o controle da direção após tentar desviar de um buraco na pista. Todos os anos a história se repete, mais do mesmo. As chuvas agravam a situação de ruas e avenidas esburacadas em Goiânia e os danos se entendem a acidentes graves,como o ocorrido.
Boa parte da população compartilha de uma mesma ideia a respeito da falta de manutenção do asfalto de Goiânia que resulta no surgimento dos buracos. Para a população ações básicas, como tapa buracos não é a solução, sendo apenas um paliativo, que dura, infelizmente até a próxima chuva. “O asfalto tem vida útil em média de 15 anos e nossa malha urbana tem em média 30 anos, sem que houvesse um trabalho efetivo de manutenção preventiva”, expõe a funcionária pública Cristina Alfonso.
“Todos os anos quando iniciam-se as chuvas, vemos o quanto nosso asfalto é ruim e mal feito pela prefeitura. Buracos de todos os tamanhos são vistos e causam prejuízos aos motoristas da cidade. Espero que em 2018 e nos próximos anos Goiânia volte a ser bem cuidada e bonita. Torço que em 2020 possamos eleger um prefeito, gestor, que será responsável com a cidade e principalmente com os direitos do cidadão”, espera o estudante de direito Paulo Torminn Borges Neto.
A realidade é que os prejuízos aos donos de veículos, nessa época do ano, redobram e as queixas dos condutores é a mesma. Os constantes baques do veículo nos buracos que geram estragos principalmente aos amortecedores e às peças que ficam presas debaixo do carro. Para driblar os problemas que surgem com os buracos existentes nas vias públicas da capital os motoristas buscam fazer outras rotas para evitar passar nos trechos afundados.
“A rota que faço pela Av. Anhanguera permite-me sair do trânsito engarrafado, mas esbarro na buraqueira. A sensação que tenho é de impotência porque parece que o poder público não faz nada com o dinheiro arrecado para dar manutenção nas ruas. Se for para ficar assim é melhor não fazer nada e deixar a gente no atoleiro”, protesta o empresário Thiago de Melo Berguerand.
O Estudante Marcio Henrique Alves Bovo avalia que a situação das ruas e avenidas da cidade, de um modo geral, é ruim e acredita que esta também se agrava com a estação das chuvas. “A chegada da chuva aumenta o perigo porque o asfalto que já se encontra deteriorado, por consequências de chuvas e remendos realizados em anos anteriores, fica cheio de novos buracos e, o que é pior, esses buracos se encontram em vias de alimentação para avenidas como a T-7 e a T-2”, adverte.
NÃO HÁ SOLUÇÃO
No caos que se repete todos os anos, com o surgimento de novos buracos e ampliação dos já existentes nas vias públicas de Goiânia, o funcionário público Mario Ivanio Divino e Silva ressalta que simplesmente fazer ações paliativas são medidas que só servem para jogar dinheiro fora e não dar uma solução definitiva para o problema. “O poder público instalam verdadeiras armadilhas de arrecadação de multas de trânsito, enquanto as ruas todas esburacadas, asfaltos já degradantes e ainda usando massa asfálticas para remendos de péssimas qualidade”.
“O poder público deveria garantir que nossas vias urbanas estivessem em boas condições, aja visto que pagamos impostos e taxas para a manutenção das mesmas. Já perdi pneu e até roda”, assevera Marcio.
Aumento na procura por consertos de veículos
Donos de oficinas reconhecem que, nesta época do ano, a procura por consertos de veículos aumenta, sendo uma das principais causas os incidentes causados pelos buracos nas ruas da cidade.
O técnico em eletromecânica e administrador de empresas, Sandro Vinicius Gobbi Baltazar destaca que aumento na procura é uma realidade sazonal. “Com a chegada do período chuvoso, realmente, existe um aumento de casos de quebras e empenos da suspensão. Os casos vão de simples empenos de roda até rompimento de amortecedores e buchas”, descreve.
“Eu tenho moto e nessa época do ano é recorrente a quebra das carenagens e da suspensão, além de as rodas ficarem fragmentadas”, lamenta Thiago. Sandro estima que os valores dos reparos podem variar de 50,00 até 1.200,00, em média, e os serviços mais procurados são a troca de buchas de suspensão e barras de direção.
REPAROS
A Seinfra informou, em nota, que a operação Tapa-Buraco é realizada durante todo o ano, sendo inevitável que, no período chuvoso surja uma demanda maior. “Neste período as ações são intensificadas para reduzir ao máximo os buracos nas vias. O material utilizado é o CBUQ – Concreto Betuminoso Usinado à Quente, um composto de areia, brita e cimento asfáltico, de qualidade superior entre os pavimentos. No método de tapa-buraco com asfalto “à quente”, a massa asfáltica utilizada tem cerca de 100ºC. O processo consiste na varredura da pista, depois na colocação de um material ligante e aderente, conhecido como Betume, posteriormente coloca-se o CBUQ”.
O órgão acrescentou ainda que a prefeitura de Goiânia mantém equipes diárias para a execução do serviço. Cada equipe utiliza 10 toneladas de massa asfáltica. O serviço também está sendo executado no período noturno e nos finais de semana quando necessário.
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