A doença de Michel Temer
Diário da Manhã
Publicado em 7 de janeiro de 2018 às 00:18 | Atualizado há 1 semanaMichel Temer faz parte do grupo de 14 milhões de brasileiros que convivem com a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), uma doença que provoca o aumento da próstata. Os dados são da Sociedade Brasileira de Urologia. Em 45 dias, do fim de outubro a meados de dezembro, Temer foi operado por três vezes: uma cirurgia cardíaca, para colocação de três stents em artérias coronárias; e duas urológicas. Desde o procedimento mais recente, para desobstruir a uretra no dia 13 de dezembro, o emedebista cancelou quatro viagens, seguindo recomendações médicas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a HPB acomete cerca de 80% dos homens acima dos 50 anos. A doença afeta a qualidade de vida do homem e, segundo o urologista Fernando Leão, a alta incidência de homens que sofrem com a doença está diretamente relacionada ao aumento da expectativa de vida. “Estamos vivendo mais e é uma condição inevitável para a maior parte do universo masculino a partir da meia-idade. Aos 90 anos, pesquisas indicam que a HPB acomete cerca de 90% dos homens, por exemplo”, explica.
Ligada ao aumento da produção do hormônio testosterona, a hiperplasia prostática benigna comprime a bexiga e obstrui parcial ou totalmente a uretra, com consequente prejuízo ao fluxo normal da urina. O médico recomenda que os homens fiquem atentos aos sintomas que vão do desconforto na bexiga com a sensação de peso, o jato urinário fraco, a sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, a ardência ao urinar, o aumento do ato de urinar à noite, a urgência miccional até a incontinência urinária.
“Tais sintomas prejudicam a qualidade do sono, exigindo que o paciente acorde inúmeras vezes durante a noite para urinar, e deixando-o cansado e impaciente para as atividades diurnas”, destaca o urologista.
Para diagnosticar a HPB, são necessários exame físico e o de sangue, em que é mensurado o nível de Antígeno Prostático Específico (PSA). “A prevenção deverá ser feita a partir dos 40 anos de idade, se houver antecedentes na família; caso não haja, o recomendado é ir ao urologista anualmente a partir dos 50 anos”, ressalta Fernando Leão.
A boa notícia é que a HPB tem cura e a medicina disponibiliza tratamentos da HPB que podem trazer mais conforto ao dia a dia do homem, e eles são recomendados de acordo com o grau da doença.
“Já estou bem. Recuperadíssimo”
AGÊNCIA BRASIL
O presidente Michel Temer havia feito uma caminhada na manhã do dia 4, no Palácio do Jaburu, residência oficial, em Brasília. Ele disse que está “recuperadíssimo” ao comentar sobre seu estado de saúde. A caminhada matinal foi registrada por fotógrafos e cinegrafistas que estavam perto da grade que cerca o Jaburu, às margens do Lago Paranoá.
“Perfeito, recuperadíssimo, graças a Deus”, disse Temer ao ser questionado por jornalistas sobre sua saúde. Sobre o horário da caminhada, que ocorreu às 8h20, ele comentou: “Deus ajuda a quem cedo madruga”. Acompanhado por dois seguranças, Temer se exercitou de roupa esportiva ao longo da pista de caminhada interna do palácio
TRATAMENTOS
Medicação
Os medicamentos para HPB incluem alfa-bloqueadores, que relaxam os músculos em volta do colo da bexiga, tornando o ato de urinar mais fácil, e inibidores de alfa-redutase, que servem para encolher o tamanho da próstata.
RTUP
Este é um procedimento cirúrgico realizado para remover tecido da próstata aumentada. Neste caso, não há remoção total.
Vaporização da próstata
Este procedimento, minimamente invasivo, é o mais recomendado atualmente nos casos em que é necessária uma intervenção cirúrgica. A vaporização remove o tecido obstrutivo da próstata pelo uso de lasers de alta energia combinados com fios de fibra ótica, e permite uma rápida recuperação do paciente, além da redução de vários transtornos típicos de processos operatórios.
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