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Diário da Manhã

Publicado em 5 de janeiro de 2018 às 22:45 | Atualizado há 1 semana

Situado na região central da cidade de Lisboa, ca­pital de Portugal, o Ele­vador de Santa Justa (também chamado de Elevador do Car­mo) é um excêntrico sistema de transporte inaugurado em 1902, e também um dos mo­numentos mais visitados da Baixa de Lisboa. Oferece uma visão panorâmica da cidade bastante apreciada pelos tu­ristas. É responsável por por criar uma via de acesso entre o Largo do Carmo e as ruas do Ouro e do Carmo. A es­trutura do edifício, composta por ferro fundido, é adornada com atraentes arcos neo-gó­ticos e padrões geométricos, enquanto seu interior inclui duas carruagens de madeira que transportam os passagei­ros até as ruínas do Convento e da Igreja do Carmo, através da saída que se encontra no nível superior.

O monumento foi tema de um artigo do site The Vintage News, que tem como foco analisar es­truturas extravagantes criadas no passado. O texto analisa não só a personalidade diferenciada do elevador, mas a vista que ele proporciona da cidade de Lisboa, conhecida também como ‘cida­de das sete colinas’. “Na última década, Lisboa se tornou uma das cidades mais populares da Europa. Demora apenas uma vi­sita à essa joia europeia para en­tender o porquê: clima agradável, comida e vinho deliciosos, noites divertidas e musicais, e uma infi­nidade de vistas”, conta o autor. “Além disso, a cidade, conhecida como Cidade das Sete Colinas, oferece visões panorâmicas es­petaculares sobre suas estrutu­ras arquitetônicas pitorescas”.

O relevo acidentado de Lis­boa, de acordo com o The Vin­tage News, tem um papel importantíssimo no desenvol­vimento da arquitetura e da ur­banização de Portugal, ofere­cendo aos profissionais da área verdadeiros desafios que possi­bilitaram a criação de estrutu­ras como a do Elevador de Santa Justa. “As sete colinas de Lisboa tiveram uma influência crucial na urbanização e nos sistemas de mobilidade interna da cida­de”, explica o autor. Além dis­so, as colinas originaram uma cultura forte de construção de mirantes, ou seja, pontos de ob­servação da paisagem, em Lis­boa. “Os mirantes, ou miradou­ros (em português de Portugal), podem ser encontrados em lu­gares perdidos ao redor de Lis­boa. Este, por outro lado, é mui­to frequentado por turistas”.

ELEVADORES

O monumento em questão não é o único do tipo a habitar Lisboa. Algumas outras cons­truções do tipo, verdadeiras gambiarras finas, superprodu­zidas e enfeitadas, também en­contram evidência como pa­trimônio histórico em outros pontos da cidade. “Em Lisboa existem quatro elevadores his­tóricos que são considerados patrimônio nacional – o Ele­vador da Glória (1885), o Eleva­dor de Bica (1892) e o Elevador de Lavra (1884), apesar do San­ta Justa, uma construção de 45 metros em estilo neo-gótico, é o mais atraente deles”, sugere o site The Vintage News. “Este elevador foi construído ainda no século XIX, e inaugurado em 1902, quando o ferro forja­do (mesmo material utilizado na Torre Eiffel) era considerado uma forma de arte, além de ser um material de construção”.

Além da ostentação artística oferecida à cidade em plena vi­rada do século XIX para o sécu­lo XX, o elevador também sim­boliza a chegada da tecnologia, e a substituição do sistema an­tigo de transporte, que funcio­nava através de animais. “O tra­balho de construção começou dois anos antes da abertura, a fim de substituir o elevador fer­roviário inicial, com propulsão animal, por um elevador verti­cal. Em 1901, o Rei Carlos inau­gurou o Santa Justa, que passou a operar com todas as funções já no ano seguinte”. O novo siste­ma foi totalmente bancado pela Casa Real, e sua inauguração foi um dia de festa para a popula­ção. “O primeiro dia teve mais de 3 mil ingressos vendidos. No final do primeiro ano, mais de meio milhão de passageiros passaram pelo elevador”.

Todo o projeto foi elabora­do por um arquiteto português de origem francesa. “O Eleva­dor de Santa Justa foi desenha­do pelo arquiteto Raoul Mes­nier de Ponsard, ex-aprendiz e engenheiro civil do arquiteto Gustav Eiffel, hoje famoso por ter desenvolvido o design da Torre Eiffel de Paris [inaugu­rada em 1889]”. Do intercâm­bio e da troca de conhecimento entre os dois profissionais sur­giu o elevador “Quando Pon­sard terminou seus estudos, re­tornou ao seu país de origem e decidiu colocar seu conheci­mento em prática”. Isso explica o fato de o monumento portu­guês ter sido apelidado de “Tor­re Eiffel de Portugal”, de acordo com o The Vintage News. O ele­vador funciona das 7h às 23h, e consegue transportar até 25 pessoas de cada vez.

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