Fazer amor: tão pobre amor
Diário da Manhã
Publicado em 4 de janeiro de 2018 às 22:08 | Atualizado há 7 anos“Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.”
Friedrich Nietzsche
A expressão ” fazer amor” é um eufemismo para a “pratica do sexo” e, também, um indicador da hipocrisia, enfeite da falsa moralidade social. As feministas dizem, para seduzir seus parceiros: — “as mulheres fazem amor e os homens, sexo”. Depois, ao defender sua opção sexual, dizem que, em questão de amor, ninguém manda em seu próprio coração. Então, devem estar fazendo alguma coisa estranha sem querer, chamando-a de amor! Ou me responda, por que, às escondidas, todos demonstram esses sentimentos naturais, usando os impulsos sexuais? Em seguida, fica tudo bem, depois se banham como quem come e escova os dentes e sorrindo faz de conta que nada aconteceu: é como um trabalho qualquer!
Eu na qualidade de cliente, não quero nada com “amor”. Se o dinheiro compra tudo que o amor pode me dar, basta-me o prazer do poder. A prisão social, causada pela falta de condição, desvirtua os puros sentimentos, ou melhor, só há saúde psicológica com autonomia, sem a exigência de quem eu prometi fidelidade até a morte. Então, “fazer amor” é uma fantasia absurda dos devassos, os ricos compram pronto o amor e seus atributos. “Amor (verdadeiro) só dura em liberdade”. O resto é compromisso e obrigações impostas.
Sim, esse amor imposto é “tão pobre amor”, como disse o músico Raul Seixas, na canção: “A Maçã”. Jamais o quero para mim. A maior perversidade sexual é o esforço exercido na manutenção da aparência de quem nunca usa dele. Mas, se não fosse assim, nada fluiria em uma sociedade ensinada a hipocrisia. Chamem-no de qualquer coisa, todos são passivos da motivação: “crescei e multiplicai”. Por isso dar prazer o fazer amor, bem como praticar sexo. O que seria a intensão de multiplicar se não fosse a intensão do orgasmo? Qual é o prazer do criar filho? Fazer amor ou sexo termina sendo a mesma coisa quando apenas se visa o lucro? “Passei a ocupar meus dias pensando sobre o que, afinal, é isso que todo mundo enche a boca pra chamar de amor” (Martha Medeiros).
(Claudeci Ferreira de Andrade, pós-graduado em Língua Portuguesa, licenciado em Letras, bacharel em Teologia, professor de filosofia, gramática e redação em Senador Canedo, funcionário público)
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