Como integrar os conhecimentos
Diário da Manhã
Publicado em 2 de janeiro de 2018 às 23:59 | Atualizado há 7 anosA Ciência no Primado da Consciência se distingue da Ciência no Primado da Matéria por três razões fundamentais. Primeiro, porque não se submete a uma interpretação físico-química da realidade, ou com outras palavras, porque não está submetida às influências criteriológicas de Augusto Comte. Esse filósofo e sociólogo francês postulava a “incognoscibilidade” de Deus, e por isso, sugeriu que a ciência se limitasse à apreciação fenomenológica refutando radicalmente a intuição e a imaginação como legítimos instrumentos de aprendizagem. Entretanto, gênios e pináculos da ciência não desprezaram esses mananciais. Einstein, um dos grandes
Gênios da ciência dizia que: “A imaginação é mais importante que o conhecimento.” “Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio – eis que a verdade se me revela.” Em segundo lugar, porque a Ciência no Primado da Consciência não se limita apenas à apreciação da realidade dita objetiva. Ela invade os terrenos da filosofia para realizar a construção da ponte entre o ponderável e imponderável. A terceira é porque se trata de uma “Ciência com Consciência”, ou seja, seus movimentos, suas procuras e suas colocações visam à ampliação da consciência da humanidade e consequentemente, o aperfeiçoamento da interpretação das leis da natureza, do senso de justiça e a criação de tecnologias capazes de gerar energia limpa, segura e ilimitada para erradicar definitivamente o estado miserável em que vivem atualmente bilhões de seres humanos em nosso planeta.
Nos altos escalões do pensamento científico muito já se fala da conquista de tecnologias capazes de gerar energia limpa, segura e ilimitada. Se se isso for verdade, “quem” ou “o que” está obstruindo o caminho para uma gigantesca prosperidade para toda humanidade?
A “Ciência com Consciência” procura dar subsídios ao pensamento humano para que possa se libertar das influências pseudofilosóficas, ou pseudopolíticas, que são apenas sutis opções oferecidas por algum “senso egocêntrico”. Partindo do pressuposto de que “o conhecido é conhecido conforme a dimensão do conhecedor”, o autoconhecimento é uma das mais poderosas armas de transformação do cenário humano, pois na medida em que o homem se conhece melhor, lança um novo olhar sobre a realidade, mais abrangente e mais capacitado a compreendê-la. Não se limita apenas a ajustar e a interpretar a realidade em conformidade com idéias já estratificadas e preconcebidas anteriormente, sem sequer desconfiar que os seus condicionamentos sejam na verdade sua mordaça.
Na cômoda e ingênua convicção de que “a verdade é aquilo que é útil”, o pragmatismo parece ter dominado a quase totalidade dos corredores das ações humanas. Essa deturpação filosófica acarretou um enorme grau de alienação no mundo. Somente uma mudança no modo de olhar a realidade pode trazer ao homem um novo sentido para a existência.
Talvez a possibilidade de surgimento de uma sociedade lúcida e fraterna não esteja na dependência dos fatores externos e quantitativos como até agora se sucedeu, sem êxito; e sim a partir de uma compreensão dos “labirintos internos” existentes em cada um de nós.
O desenvolvimento unilateral da perspicácia intelectual focada na busca do conhecimento analítico, sem considerar os mananciais internos do homem criou uma sociedade em que a maioria das pessoas apenas finge estar em comunhão. Todos têm plena consciência da necessidade de uma mudança em suas bases existenciais, mas por estarem condicionados a padrões repetitivos recebidos por cognição imitativa abdicam a bússola interior e continuam a alimentar aquilo que já é superado e até absurdo, ao invés de corajosamente superarem com uma nova percepção da realidade, tudo que, irresponsavelmente temos procurado legar às gerações futuras.
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