Uma Esquizophonia que faz a ‘cabeça’ de Gustavo Campello
Diário da Manhã
Publicado em 31 de dezembro de 2017 às 05:01 | Atualizado há 2 semanas
– Esquizophonia.
Esse é o título do novo livro de Gustavo Campelo. Drama, suspense e humor negro temperado com o swingue de David Bowie, ícone do rock internacional e autor da dançante música ‘China Girl’. Paulista, o autor informa ao DM Revista, o caderno de cultura do Diário da Manhã, que lança obra pela ‘Me Leve Para Longe Publicações’. Trata-se de uma extensão do seu site literário http://meleveparalonge.com.br/ . Filho de Laura Almeida, professora, e de Celso Riva, engenheiro de antepassados anarquistas, neto ainda de Míriam Baptista, escritora, o inventivo autor diz que o seu livro tem muito de John Fante, Charles Bukowski, misturado com Six Feet Under e histórias e quadrinhos de autores como Keith Giffen e J.M. DeMatteis. Autoral, o cult e radical Gustavo Campello aborda temas como relacionamento interpessoal, amoroso, homofobia, vida profissional, depressão, vazio existencial. Com Ernest Hemingway como referência, ele afirma ser contra padrões, ideias e comportamentos pré-fabricados pelo status quo hegemônico.
O livro tem muito de John Fante e Charles Bukowski misturado com séries como Six Feet Under e histórias e quadrinhos de autores como Keith Giffen e J.M. DeMatteis (Gustavo Campello) Publiquei os contos “Nem Alfa, nem Ômega”, “E os Deuses se Foram”, “Quando um Homem é Homem” e “Por Que Lutamos” (Gustavo Campello)
Leia a íntegra da entrevista:
Diário da Manhã – Qual o título do seu novo livro?
Gustavo Campello – Esquizophonia
DM – O gênero?
Gustavo Campello – Difícil classificar, mas para facilitar eu diria que é um livro sobre crescimento, com doses de drama, romance e humor negro.
DM – Quanto tempo para escrevê-lo e editá-lo?
GustavoCampello- Demoreiunsdoisanos para escrevê-lo. O livro estava pronto desde 2010. Mas seria exagero dizer que foram sete anos para editá-lo. Já que comecei a editoração no final de 2016. Então, pode-se dizer que foi um ano para editá-lo. Mudou bastante coisa depois da revisão da Fabi, inclusive teve um capítulo inteiro cortado, a versão final ficou bem melhor.
DM – Quando chega às livrarias?
GustavoCampello- Láprafevereirodevejá estar em formato ebook em lojas como Amazon e Livraria Cultura.
DM – Produção independente?
Gustavo Campello – Sim, estou lançando pela ‘Me Leve Para Longe Publicações’, uma extensãodomeusiteliteráriohttp://meleveparalonge.com.br que começou como um blog em 2010. A ideia é publicar outros autores. O livro pode ser comprado pelo site também.
DM – O que há de inventivo?
Gustavo Campello – Difícil dizer, acho que isto depende mais do leitor. Acho que o que vale é as referências que acabamos usando para se criar algo novo: tem muito de John Fante e Charles Bukowski no livro, mas misturado com séries como Six Feet Under e histórias e quadrinhos de autores como Keith Giffen e J.M. DeMatteis.
DM – Qual é a sinopse – resumo da obra?
Gustavo Campello – Vitor Scaglia é um cara que arranja um trabalho em um Call Center de uma importante empresa de telefonia celular onde conhece o amor, o mercado de trabalho, pessoas em geral e principalmente seu crescimento como pessoa. A obra aborda temas como relacionamento interpessoal, amoroso, homofobia, vida profissional, depressão, vazio existencial… enfim, se procurar tem de tudo um pouco.
DM – Quando começou a sua carreira literária?
Gustavo Campello – Publiqueialgunscontos, ganhei em 3º lugar um prêmio literário em 2011, mas este é meu primeiro romance. Consideroqueminhacarreiracomeçacomele.
DM – Obras e textos publicados no mercado editorial?
Gustavo Campello – Já publiquei os contos “Nem Alfa, nem Ômega”, “E os Deuses se Foram”, “Quando um Homem é Homem” e “Por Que Lutamos” em diferentes antologias, mas publico séries de crônicas no site Me Leve Para Longe que já foi citado há sete anos.
DM – O que te inspira?
Gustavo Campello – Ser contra padrões, ir contra ideias e comportamentos pré-fabricados pelo status quo predominante da sociedade atual. Nadar contra a corrente, sempre.
DM – Qual a influência de David Bowie em seus textos?
Gustavo Campello – Hahahahaha, você sabe que é um dos meus grandes ídolos, assim como Ernest Hemingway. Bowie representa exatamente o que comento na pergunta anterior. Não quero ficar conhecido por um estilo literário, quero poder mudar o que escrevo assim como Bowie transitava entre outros estilos musicais. Não entendo escritores que escrevem sobre o mesmo tema durante toda a sua vida.
DM- Oquehádecinemaemsuaspáginas?
Gustavo Campello – Sou um grande fã de cinema, logo deve ter muito de cinema no que escrevo me influenciando, mas não saberia dizer exatamente o que. O livro tem muitos diálogos, mas dizer que é uma influência direta do Tarantino seria um exagero, ultimamente tenho lido muito mais livros do que assistido filmes, acho que livros andam me influenciando bem mais.
DM – Quais autores fizeram e fazem, hoje, a sua cabeça?
Gustavo Campello – É uma lista imensa, sou um grande entusiasta da obra de Ernest Hemingway, mas tenho lido muita coisa boa: Dostoievski, Paul Auster, PhilipRoth, ItaloCalvino, Roberto Bolaño, Franz Kafka, George Orwell, Garcia Marquez, William Burroughs, Herman Melville e Thomas Pynchon são os que me vem na cabeça agora… lógico que estou esquecendo um monte, mas foram John Fante e Charles Bukowski que mais me inspiraram a escrever este livro especificamente.
DM – O que há de novo no cenário literário no Brasil e no mundo?
Gustavo Campello – Muita coisa boa, sou completamente contrário ao slogan “Leia os clássicos”… lógico que é bom ler os clássicos, mas não fique só neles. Aqui no Brasil temos ótimos autores como Vanessa Barbara, Daniel Galera, Ana Paula Maia, Fernando Mendonça e Antônio Xerxenesky (São os que me vem de memória). No mundo tenho lido ótimas obras atuais como dos americanos Ted Chiang e Paul Beatty, do chinês Mo Yan, do angolano José Eduardo Agualusa e no momento estou lendo uma obra do islandês Sjón.
DM – Como é o seu processo de criação?
Gustavo Campello – O principal pra mim é referência, é preciso ler muito pra escrever. Tento ser uma esponja quando o assunto é literatura, cinema, arte, ciências sociais e política. Um copo de gim tônica do lado também ajuda bastante. Tento criar algo novo sabendo usar as referências que tenho em mãos.
DM – Qual o seu projeto para 2018?
Gustavo Campello – Continuar escrevendo e expandindo o site (http://meleveparalonge.com.br/) é o primordial para o ano de 2018, o site deve funcionar agora para publicar outros autores que podem nos mandar contos que deverão ser posteriormente publicados em uma revista literária. Estou também escrevendo dois livros no momento, que provavelmente não serão publicados em 2018: um com bastante referência ao estilo literário de Thomas Pynchon e que deve demorar um bom tempo pra ficar pronto e outro que é uma homenagem suprema a Júlio Verne, de quem sou bastante fã.
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