Cotidiano

Por um cérebro mais saudável

Diário da Manhã

Publicado em 30 de dezembro de 2017 às 22:44 | Atualizado há 2 semanas

É natural que haja um declí­nio cognitivo com a idade, ou seja, o cérebro envelhe­ce da mesma forma que todos os outros órgãos do corpo. No entan­to, um novo estudo realizado por pesquisadores do Centro Médico da Universidade Rush, em Chica­go (EUA), descobriu que comer uma porção de salada de folhas verdes por dia pode ajudar a pre­servar a memória e as habilidades de pensamento à medida que o organismo fica mais velho.

O estudo utilizou voluntários que já participavam do proje­to “Memory and Aging” da Uni­versidade Rush, que começou em 1997 entre os residentes de comu­nidades de aposentados da área de Chicago. Um “questionário de fre­quência alimentar” foi adicionado de 2004 a fevereiro de 2013, o qual 1.068 participantes completaram. Destes, 960 também fizeram pelo menos duas avaliações cognitivas para analisar mudanças.

A pesquisa envolveu essas 960 pessoas, que no início do estudo ti­nham uma idade média de 81 anos e não apresentavam demência. Suas habilidades de pensamento e memória foram testadas todos os anos e seguidas por uma mé­dia de 4,7 anos. O questionário de frequência alimentar avaliou, en­tre outras coisas, quantas vezes e quantas porções os idosos come­ram de espinafre, couve, alface e outras folhas verdes.

O estudo dividiu os participan­tes em cinco grupos com base na frequência com que comiam vege­tais de folhas verdes, e comparou as avaliações cognitivas daqueles que comiam a maior quantidade (uma média de cerca de 1,3 porção por dia) com as daqueles que comiam a menor (0,1 porção por dia).

RESULTADOS

No geral, as pontuações dos participantes nos testes de pensa­mento e memória diminuíram a uma taxa de 0,08 unidade padroni­zada por ano. Em mais de 10 anos de acompanhamento, a taxa de de­clínio daqueles que comiam mais folhas verdes foi mais lenta em 0,05 unidades padronizadas por ano. Essa diferença é equivalente a 11 anos a menos de idade.

Os resultados sugerem que as pessoas que comem uma porção de salada verde por dia têm uma taxa de declínio cognitivo mais len­ta do que as pessoas que raramente ou nunca comem. “Adicionar uma porção diária de vegetais de folhas verdes à dieta pode ser uma ma­neira simples de promover a saú­de do cérebro. Continua a haver aumentos acentuados na porcen­tagem de pessoas com demência, e estratégias efetivas para prevenir a condição são criticamente neces­sárias”, disse uma das autoras do es­tudo, a epidemiologista nutricional Martha Clare Morris.

Os achados permaneceram vá­lidos mesmo após os cientistas le­varem em consideração outros fa­tores que poderiam afetar a saúde cerebral, como consumo de frutos do mar e de álcool, tabagismo, pres­são arterial elevada, obesidade, ní­vel de escolaridade e quantidade de atividades físicas e cognitivas. “Os resultados do estudo não pro­vam que comer salada verde retar­da o envelhecimento cerebral, mas mostra uma associação”, afirmou Morris, acrescentando que outros possíveis motivos para a relação não podem ser excluídos ainda.

Além disso, porque o estudo se concentrou em adultos mais velhos, sendo a maioria dos participantes brancos, os resultados podem não se aplicar a adultos mais jovens e a pessoas de outras etnias. As desco­bertas precisam ser confirmadas por outros estudos em diferentes populações e por meio de ensaios clínicos randomizados para estabe­lecer uma relação de causa e efeito.

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