Agricultura familiar e agronegócio
Diário da Manhã
Publicado em 20 de dezembro de 2017 às 00:18 | Atualizado há 7 anosDiante do caos que se instalou em nossa economia, dois setores impedem que haja uma depressão maior que a ocorrida na economia americana, que apesar da adoção da brilhante teoria de John Maynard Keynes só veio a se recuperar graças à eclosão da segunda guerra mundial; são eles a Agricultura Familiar e o Agronegócio.
Juntos eles propiciam uma oxigenação da economia, na medida em que atendem tanto a camada menos favorecida da população quanto a demanda de exportação tão necessária para equilibrar nossa balança de pagamentos.
Nas cidades do interior, onde as grandes empresas não se instalam devido à falta de visão de seus administradores e principalmente pela escassez de mão de obra especializada, a agricultura familiar gera renda e atende a demanda de uma população que não vive refém de atravessadores graças ao oferecimento de sua produção nas feiras livres evitando a alta de produtos agrícolas e ao mesmo tempo empregando uma considerável parcela da população e com isso refreando a expansão do desemprego.
No outro seguimento o agronegócio impulsionado pela supersafra recorrente, a expansão da pecuária aliada à busca permanente e necessária de tecnologia de ponta, impede o debacle final suprindo o mercado externo e trazendo dólares e euros para pindorama.
A guerra ideológica que se instalou no Brasil com a ascensão da esquerda deu origem ao maior de todos os paradoxos; uniu os extremos, deu vazão ao lógico, desconstruiu a guerra de classes no campo e possibilitou uma convivência até então inimaginável entre o micro e o grande produtor rural, atrelando a sobrevivência de um ao outro, afinal não se pode conceber uma economia apenas de exportação e nem apenas de sobrevivência, uma deve complementar a outra.
O comércio em geral, ganha substancialmente com essa integração, e se por um lado a grande indústria lucra e obviamente emprega mais nas grandes cidades, por outro lado as pequenas cidades do interior também ganham com o fortalecimento do comércio local e passam a oferecer mais empregos criando o moto contínuo da economia.
A nossa agricultura é substancialmente independente, não é sensível às oscilações da geopolítica, pois o ser humano não vive exclusivamente de ideologia, ele basicamente necessita se alimentar, e nesse quesito reside nosso trunfo.
A convivência pacifica e cooperativa entre os dois extremos da agricultura produz a paz social e alimenta o progresso, principalmente porque essa é a nossa vocação; temos a nosso favor o solo fértil, o clima, e em última análise a índole pacífica de nosso povo.
Nesse caldo cultural econômico e politico nos faltam mandatários com mais cultura e conhecimento para conduzir nossas prioridades e que estejam voltados às necessidades maiores de nossa população, administrando com responsabilidade social e econômica, trazendo seriedade à administração pública, deixando de lado teorias esdrúxulas trazidas de países de economias díspares, devemos incentivar o setor que mais contribui para nosso desenvolvimento que é a agricultura; fomentando a agricultura familiar e o agronegócio como irmãos siameses que são.
(Cassius de Paula, empresário. Goiatuba-GO)
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