Natal: tempo de bruxas, demônios e homens do saco
Diário da Manhã
Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 21:39 | Atualizado há 2 semanasA o redor do mundo 126 países são de maioria cristã, a maior parte dos cristãos está na América. O Natal é uma festa cristã, comemorada de diferentes formas pelo globo. O modo mais clássico é o American way of life (estilo americano), dos Estados Unidos, o país mais cristão do globo, ou seja, consumismo desenfreado, abuso de luzes e comida em embalagens coloridas.
Os clássicos natalinos adotados no Brasil, o segundo País mais cristão do mundo, você já conhece: Papai noel, decoração de inverno rigoroso mesmo a 40° na sombra, presentes, ceia ostensiva, cantatas, árvore e luzes. Em Goiás temos nossas especificidades, como bonequinhas da OVG para as crianças, aldeia do Papai Noel na Praça Cívica e Papai Noel chegando de carro de boi.
Pelo mundo as celebrações acontecem com os mais diversos elementos, desde representação de um ser meio demônio, meio cabra na Áustria até participação especial de bruxas na Noruega. O ponto em comum dos elementos natalinos em diferentes culturas é alimentar a magia inclusa neste tipo de festa.
Confira uma lista com peculiaridades natalinas ao redor do mundo:
Áustria – Da série meio demônio, meio ovelha participando do Natal pra bater em criancinha temos o Krampus na Áustria. Krampus são criaturas horrendas, que parecem demônios com chifres e o corpo coberto de pele de ovelha, e carregam varas e correntes. Algumas vilas promovem desfiles perto do dia de São Nicolau (6 de dezembro), onde várias pessoas se vestem de Krampus e saem assustando e chicoteando as pessoas que assistem ao desfile. São Nicolau também desfila junto, mas não significa que os Krampus são assistentes dele. Ao contrário dele, que dá presentes para as crianças que foram boas, os Krampus por sua vez punem as crianças que foram más.
Noruega – Na Noruega no Natal tem crossover, ou seja, personagens de diferentes histórias interagindo, no caso tem participação especial de bruxas. Bruxas malvadas, que roubam as vassouras das casas para ficar sobrevoando os vilarejos. Assim, nessa época as vassouras s impl e s ment e somem de vista, já que durante as celebrações as mulheres escondem esses objetos para manter os espíritos malignos bem longe de seus lares. Então se você possui um modelo mais arrojado de vassoura, como uma Nimbus 2000, tem que ficar duas vezes mais esperto
Islândia – A tradição lá não é de um só Papai Noel, mas treze Papai Noéis diferentes, que vêm das montanhas um a um nos 13 dias antes do Natal. Nos tempos a crença é que eles vinham apenas para pregar peças e roubar comida e utensílios das casas das pessoas. Hoje em dia ainda se acredita nessa parte de pregar peças, mas também existe a tradição de que eles deixam pequenos presentes para crianças que deixam os sapatos na janela. Quer dizer, as crianças comportadas ganham presentes, e as mal-comportadas ganham uma batata. Isso não chega a ser um castigo, batata não é um playstation, mas é bom também.
Holanda – A Holanda tem uma prática peculiar e tosca de black face natalino, o Pedro Preto. Não são bruxas ou demônios que aterrorizam as festas de Natal, mas um personagem sinistro chamado Zwarte Piet – ou Pedro Preto em tradução livre. Apesar de ele ser um dos queridos ajudantes do Papai Noel, o Pedro também tem um lado assustador: ele é uma espécie de “homem do saco” que leva as criancinhas desobedientes embora para a Espanha, que, curiosamente, é onde o Bom Velhinho dos holandeses mora.
Ucrânia – O Natal ucraniano tem em suas histórias um rolê meio Programa do Gugu, uma história de pobreza triste acompanhada por uma reviravolta impressionante. Além dos enfeites de Natal que todo mundo conhece, na Ucrânia as árvores são decoradas com teias de aranha. A origem desse costume vem de um conto sobre uma mulher muito pobre que não tinha como comprar os adornos para pendurar no pinheiro. Mas na véspera de Natal uma mágica aconteceu e a mulher descobriu na manhã seguinte que uma aranha havia enfeitado a árvore com uma linda teia de metais preciosos.
Espanha – Em alguns lugares deste país existe uma figura bem estranha nos presépios, o Caganer. Tradicionalmente um simples agricultor com um gorro vermelho típico catalão e um cachimbo na boca, sua comicidade está no fato de ele estar agachado, “fazendo suas necessidades”, e ainda (ou justamente por isso) representar um símbolo da fertilidade e da sorte e alegria para o ano. A origem do caganer não é certa. Mas, aparentemente, sua simbologia remete ao fato de que suas necessidades seriam uma ótima fonte de fertilidade para a terra. É isso, Jesus na manjedoura, José e Maria contemplando e um camponês literalmente defecando pra isso, polêmico.
Outras curiosidades:
Suíça: Anualmente, na pequena cidade de Samnaun, há uma competição local na casa de esqui do vilarejo que elege o melhor Papai Noel. Popularmente conhecida como “ClauWau”, conta com 100 participantes vestidos a caráter que encaram desafios como escaladas, circuitos com obstáculos e corridas malucas.
Alemanha: A tradição do picles de Natal é costume na Alemanha. Basicamente, há uma árvore de Natal muito grande dentro da casa de alguém. E dentro da árvore – escondido entre todas as bolas e enfeites tem um picles. O objetivo do “jogo” é tentar rastrear esse picles. Quem descobrir primeiro ganha um presente extra de Natal e “muita sorte” no ano seguinte.
Catalunha: Além de receber a visita do Papai Noel e dos Reis Magos, uma das atrações natalinas de lá é um tronco. Conhecido como Caga Tió, esse pedaço de madeira chega nas casas no dia 8 de dezembro e fica até o Natal. Ele fica coberto por uma manta e é alimentado diariamente com frutas, pães e restos de comida. Na noite de Natal, as crianças batem no Caga Tió enquanto cantam, para que o personagem cague os presentes. De acordo com essa tradição natalina, os troncos são importantes porque dão luz e calor no inverno, além de servir para cozinhar.
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