O pobre escritor goiano
Diário da Manhã
Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 00:32 | Atualizado há 7 anosNós goianos não temos praticamente uma editora que imprima os livros, faça revisão, distribua nas livrarias da capital e interior e acerte 10% com o autor.
É claro que temos exceções marcantes, mas a maioria não passam de gráficas, apenas imprimem, recebem o pagamento e esquecem. Mas existe uma editora nessa terra goiá, dirigida por uma senhora muito e muito financista.
Essa madame retira livros das livrarias, das escolas, do comércio, enfim, com fraca revisão, pior: só comercializa pela internet e jamais, jamais mesmo, presta conta ao escritor. É conhecida pelas academias e pelos escritores em geral –as pessoas se referem a ela como “a grande malandra”. Ela vai furando os desavisados, os novatos, incautos, ainda caem no conto da pilantra. Pior: Sem nenhuma formação que a autorize a editar livros, aliás, o que essa editora visa mesmo é Lucro. Que se danem os pobres escritores! Aliás, quem já viu um escritor bem financeiramente?
A não ser poucos nomes nesse país, artistas – escritor é “pé-rapado” como dizem.
Essa senhora dona da editora está com muitos processos nas costas e não emenda. Seria necessário que os meios de comunicação divulgassem e nomeassem tanta pilantragem. Só a mídia tem poder de desmascarar a famosa “dita cuja”.
Também acredito que todas nossas livrarias deveriam promover o lutador escritor goiano. O espaço que reservam para os autores é pequeno e normalmente nos fundos da livraria.
Aliás, não se interessam pelo escritor da terra, o que difere Rio de Janeiro e São Paulo. Nós temos gente boa, que dedicaram suas vidas escrevendo bons livros e não alcançam o mercado nacional.
Há um nome aqui, outro lá que conseguiu saltar o Rio Paranaíba. O restante morre por aqui, sem que seus trabalhos de excelente qualidade salte além de nossas fronteiras. Aliás ser artista e professor nesse estado e nesse país é um desconforto total em matéria financeira.
Qual artista que é reconhecido fora de nosso estado? Poucos nomes, todos sabem disso. E temos artistas de vários matizes: músicos, pintores, compositores, escritores, homens de teatro, arquitetos, decoradores – muitos talentos e pouquíssimos reconhecidos. Todos sabem que ser Artistas, especialmente escritor em Goiás é “Fria” para dizer em alto e bom som.
(Augusta Faro Fleury de Melo, poeta, escritora, membro da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, Academia Goiana de Letras e pioneira da poesia infantil em Goiás. Tem os livros “A Friagem” e “Boca Benta de Paixão” (contos e adultos) traduzidos em inglês, espanhol e alemão)
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