Entretenimento

Eberth Vêncio lança, quintafeira, Bipolar, coletânea de textos publicados na Bula

Diário da Manhã

Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 00:54 | Atualizado há 7 anos

  •  Autor traz um olhar pessimista e com radical desilusão. Com uma narrativa visceral e irônica que chega a alimentar o riso
  •  Livro é carregado de bastante ironia, ilustrado com elevado sarcasmo, exageros no deboche da situação e até humor negro
  •  A obra Bipolar será lançada dia 7 de dezembro, no Restaurante Cateretê, localizado no Jardim Goiás, das 18h30 às 22h30
  •  

     

    Bipolar, 2017, Editora Ca­minhos, é o livro de crô­nicas que Eberth Vêncio lança nesta quinta-feira, das 18h30 às 22h30, no Restaurante Cateretê, Jardim Goiás, próxi­mo ao Shopping Flamboyant, em Goiânia. O autor reuniu as melhores crônicas que publicou na criativa Revista Bula, site de cultura na internet, nos últimos 10 anos. De 2007 a 2017.

    O escritor traz um olhar pes­simista e com radical desilusão. Com uma narrativa visceral e irônica que chega a alimentar o riso. Médico e empresário, o cronista recorre com frequên­cia a uma overdose de ironia. O seu texto é ilustrado com ele­vado sarcasmo, além de exa­geros no deboche da situação. Até humor negro, informa .

    Talento raro no mundo li­terário nacional, ele diz não possuir otimismo em relação ao ser humano. Mais: que se deixa contagiar pelo o que classifica como “negativismo”. Apesar dessa visão que resva­la para o catastrofismo, a sua crônica, em um estilo autoral, mostra que tristeza e ausên­cia de esperança podem virar entretenimento.

    Inventivo, o cronista da vida cotidiana lembra que, em Psi­quiatria, a bipolaridade é clas­sificada como uma mudança repentina de humor. Mesmo assim, o novo livro do médico, empresário e escritor Eberth Vêncio aponta que o termo pode ter múltiplas conota­ções. – Retrato o meu senti­mento com as coisas que vejo acontecendo, explica o “enfant terrible”.

    Como me deparo mais com situações negativas do que posi­tivas, não tenho muito otimismo em relação ao ser humano.

    Interessados em comprar a obra, mas que não pude­rem comparecer ao lança­mento, poderão adquiri-lo pelo site da Editora e Livra­ria Caminhos. Eles estarão à venda já a partir do dia 8 de dezembro, sexta-feira.

    SOBRE O AUTOR

    Nascido no turbulento ano de 1965, pós-golpe de 1964, Eberth Vêncio é empresário, médico  e escritor. A sua estreia literá­ria ocorreu em 1999, com o li­vro Faz de Conta Que Somos Fe­lizes. Ele participa de dezenas de antologias. Registro: com desta­que para Os Melhores Textos da Bula, publicada em 2017. Bipo­lar é a segunda publicação in­dividual do autor.

     

    ” O escritor traz um olhar pessimista e com radical desilusão. Com uma narrativa visceral e irônica”   Inventivo, o cronista da vida cotidiana lembra que, em Psiquiatria, a bipolaridade é classificada como uma mudança repentina de humor”

     

     

     “A Fé das pessoas me intimida, me constrange”

     

    Diário da Manhã – Qual a origem de Eberth Vêncio?

    EberthVêncio – Meu pai garan­te que começa em locais diversos, nas vidas pregressas que vivi, mas, como sou um ignorante convicto, não creio em coisas assim. Acredito, piamente, que provenho mesmo do enlace e cruzamento dos gametas de um bem-sucedido funcionário do Banco do Brasil e uma humilde professora de escola pública. Coi­tada da mamãe… Nasci e vivo em Goiânia há 52 anos.

    DM – Há um pessimismo radical nos seus textos. Essa descrença, sem possibilidade de redenção ou esperança, é meramente literária ou é uma faceta autobiográfica?

    EberthVêncio – Infelizmente, isso não é ficção. E não me sinto orgu­lhoso, pode acreditar. Quisera es­crever algo mais altruísta. Voltar a escrever poesia já seria grande coisa, uma possibilidade de cura, a redenção.

    DM – Lendo os textos do livro é possível perceber reverberações da literatura confessional de Bukowski e William S. Burroughs, mas também doses acentuadas do lirismo de Drummond e Mario Quintana. Como é transitar por universos tão díspares?

    EberthVêncio – Escreve-se como válvula de escape, movido pelo “es­tado de espírito” e, no meu caso, ele é bastante oscilante. Daí o nome do livro: Bipolar. Lamento infor­mar que o pragmatismo e mau hu­mor predominam na obra. Sim, eu sou chato.

    DM – Além da descrença, Deus é um tema recorrente nos seus textos, muito embora, em tom de ironia. Em sua opinião, Deus é cientificamente plausível? Em que ciência ele existe?

    Eberth Vêncio – A fé das pessoas me intimida, me constrange. Não me gabo pela descrença, não faço propaganda dessa fraqueza, pois percebo que a maioria das pessoas sente-se incomodada com isso. A desvantagem em ser um agnósti­co é que sobra quase nada no que se agarrar. Ainda bem que existe a música.

    DM – Qual livro levaria para uma ilha deserta?

    Eberth Vêncio – The Beatles: A Biografia, escrita por Bob Spitz.

    DM- Qual a melhor definição de Eberth Vêncio: um homem feliz, angustiado, mal-humorado, cheio de amor e compaixão, ou tudo isso ao mesmo tempo?

    Eberth Vêncio – É chato falar de si mesmo. Parece presunção. Sinto­-me incompleto. Tenho tudo para ser um homem feliz, mas a infeli­cidade e a desgraça de muitos me afetam. Talvez devesse me impor­tar menos, parar de levar o mun­do tão a sério e aproveitar melhor a viagem.

    DM – Qual epígrafe o acompanha?

    Don´t try, do Bukowski, me re­presenta.

     

     

    LEIA UM TRECHO DO LIVRO “BIPOLAR”

    “Eu queria ser Clint Eastwood para dar um tiro na sua cara”

    “O calor que tem feito esses dias deve estar cozinhando os meus miolos. Um sujeito chegou perto de mim e disse me passa a carteira. Mesmo com o trabuco na mão, eu não passei a carteira porque não ando com carteira. Entreguei uma mochila com coisas de pouco valor, como livros, um kit de barbear e um pacote de camisinhas. Não leio, não me barbeio e não meto há tempos, desde sábado. O cara montou na garupa de um cavalo, digo, de uma moto na qual um comparsa o aguardava, e ambos vazaram dali mais rápido que o evacuar de um ganso. Eu queria ser Clint Eastwood para dar um tiro na sua cara, foi o que eu pensei. Aliás, eu tenho pensado muitas coisas inusitadas ultimamente, como aprender o idioma russo, dar o rabo e comprar uma arma. Porém, tudo não passa de especulações da minha mente cansada com tanta iniquidade. O velho Clint não se deitaria com outro homem, nem fodendo. Será que só eu surtei ou essa sensação de estar de saco cheio com a humanidade pode se tornar, quem sabe, uma unanimidade?

     

     SERVIÇO

    Livro: Bipolar

    Autor: Eberth Vêncio

    Gênero: Crônicas

    Data: 7 de dezembro, quinta-feira

    Horário: 18h30 às 22h30

    Local: Restaurante Cateretê, localizado na Rua 52 nº 357, Jardim Goiás (próximo ao K Hotel)

    Contato: (62) 3877-7787

    Acesso gratuito

     

    ]]>


    Leia também

    Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

    edição
    do dia

    últimas
    notícias