Cotidiano

Maus tratos contra detentos em presídios de Goiás são investigados pelo MP

Diário da Manhã

Publicado em 30 de novembro de 2017 às 17:24 | Atualizado há 7 anos

Imagem ilustrativa

Um inquérito para investigar agressões contra detentos de vários presídios foi aberto pelo Ministério Público do Estado de Goiás. Vídeos que exibem maus tratos como aplicação de choque apesar de não ter reação por parte dos presos foram entregues ao órgão. Dois agentes do Grupo de Operações Penitenciarias (Gope) foram afastados.

Na penitenciária de São Luís de Montes Belos, imagens mostram um reeducando sentado no chão gritando antes levar choque. Em Jataí, um caso semelhante foi registrado. Um detento dormia quando dois agentes aparecem na cela e disparam contra o homem. Após dois disparos, o homem cai da cama.

Em Formosa, também houve registro de agressões. Sentando um preso leva choque e ao levantar recebe outro.

Denúncia 

A denúncia partiu de um dos agentes penitenciários que atuava nas revistas, porém não aprovava as práticas violentas. Ele enviou os vídeos gravados para o MP e o promotor de Justiça Marcelo Celestino deu início as investigações.

“Ali já ficou comprovado que é maus-tratos. Não é a forma que deve ser adotada na condução de presos dentro do sistema prisional, ou seja, quando você comete uma injustiça contra o preso, você cria um motivo de rebelião no sistema. Pode contaminar e gerar uma rebelião muito maior dentro do sistema prisional”, disse à TV Anhanguera.

Ele afirma ainda que irá verificar se casos como estes acontecem em mais unidades. Celestino recebeu uma denúncia de um presidiário do Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia por meio de carta. No texto, o detento diz ser vítima de agressões. Ao término do banho de sol, agentes dispararam spray de pimenta contra os olhos de vários presos, durante revista.

O MP já havia indagado o superintendente executivo de Administração Penitenciaria, Newton Castilho, se estes profissionais recebem algum curso de formação para o cargo dentro das penitenciárias. A resposta foi dada por meio de ofício no dia 10 de outubro deste ano. O documento aponta que embora o grupo exista há 8 anos, não foram determinados procedimentos padrões e que este está em fase de criação.

Superintendente 

Castilho afirmou à imprensa que apesar de ter sido denunciado agora, as filmagens não são recentes. Ele informou que dois funcionários envolvidos já foram afastados e que os outros que aparecem nas imagens serão investigados.

Ainda de acordo com ele, o procedimento padrão que estava em elaboração já foi concluído e está em funcionamento desde semana passada. Além disso, cerca de 80 agentes deverão receber treinamento.

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