Suspeito de matar cunhado e fazer dívidas em nome da vítima é preso em Goiânia
Júlio Nasser
Publicado em 16 de setembro de 2017 às 14:18 | Atualizado há 2 semanasFoto:Reprodução
A Polícia Civil prendeu o advogado Sebastião Carlos de Oliveira, suspeito de matar a tiros o próprio cunhado, o lenhador Hélio Alves Borges, de 66 anos, em maio deste ano, durante uma discussão sobre a posse de terras, em Guapó. Testemunhas contaram à corporação, que o homem também pode ter criado empresas no nome da vítima, que têm hoje dívidas que chegam a R$ 7 milhões.
A detenção foi realizada na sexta-feira, 15, em um hotel de Goiânia, após o homem ser localizado pelo departamento de inteligência da Polícia Civil. Ele foi encaminhado para a Unidade Prisional de Guapó, onde ocorreu o assassinato.
Segundo a corporação, havia um mandado de prisão temporária contra Sebastião na época do crime, mas a defesa conseguiu um habeas corpus e anulou a decisão, porém, foi expedido novamente o mandado de prisão, feita junto ao Ministério Público, que foi cumprido ontem.
O suspeito deve responder pelo crime de homicídio qualificado por impossibilitar a defesa da vítima.
Em contrapartida, o advogado do investigado, Tadeu Bastos, informou que vai entrar com pedido de revogação da prisão e já solicitou que o cliente fique em uma cela especial por possuir ensino superior completo. Além disso, ressaltou que Sebastião agiu em legítima defesa, uma vez que na ocasião do crime, a vítima estava indo em direção a ele com um facão. Bastos salientou que a denúncia de que o acusado criou dívidas no nome do lenhador é falsa.
Entenda o caso
O lenhador foi morto com um tiro nas costas em maio deste ano durante uma discussão com o advogado. Na ocasião eles discutiam sobre a posse de terras deixadas pelo irmão de Hélio.
O fato de a vítima ter sido atingida pelas costas contrapõe a versão do advogado de Sebastião, no sentido de que o cliente tenha agido em legítima defesa. Além disso, a polícia informou que o facão citado pela defesa do suspeito, nunca foi encontrado no local do crime.
Sobre as dívidas, testemunhas relataram que elas começaram há mais de sete anos, quando a vítima e o suspeito ainda moravam na fazenda de Sebastião, em Guapó. Durante os depoimentos, as pessoas ouvidas pela polícia, alegaram que o advogado colocava empresas em nome do cunhado, gerando dívidas impagáveis.
Ainda conforme os relatos, o lenhador recebia dinheiro de Sebastião, o que teria gerado algumas discussões. Na época, Hélio tomou conhecimento sobre as ações do cunhado, após ser abordado por uma policial rodoviário, enquanto trabalhava às margens de uma rodovia.
Na ocasião, o agente fez um levantamento para confirmar se Hélio tinha licença para cortar árvores no local, mas a abordagem revelou dívidas milionárias.
Após descobrir sobre o fato, o lenhador denunciou Sebastião e pediu proteção por meio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma vez que sofreu ameaças do cunhado.
A vítima conseguiu ficar por quase sete anos longe da propriedade, mas retornou à fazenda em maio por causa da morte de seu irmão. Ele reclamou sobre a herança deixada pelo parente e acabou sendo morto durante a briga com Sebastião.
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