Cotidiano

Procura por clínicas populares cresce em Goiânia e Região

Diário da Manhã

Publicado em 1 de setembro de 2017 às 23:14 | Atualizado há 7 anos

Apesar de serem chamadas clínicas populares, o serviço médico com preços acessíveis é ainda pouco reconhecido em Goiânia. Entretanto, com o aumento do desemprego e instabilidade econômica, a procura por esses estabelecimentos tem aumentado por conta da agilidade no atendimento, números de especialidades médicas ofertadas, preços até 100 reais por consulta e possibilidade de parcelamento.

A redução de beneficiários dos planos de saúde também pode ser um fator atribuído a esse aumento. De acordo com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o número de beneficiários dos planos de saúde no Brasil, de março de 2016 a março de 2017, reduziu em 2%. Os dados do IESS mostram que Goiás também teve uma redução de 1,5%, mais de 16 mil em números absolutos de beneficiários no Estado.

Com a redução dos beneficiários dos os planos de saúde e valores das consultas particulares na faixa de preço entre R$ 200 à R$300, as clinicas populares são apresentadas como alternativa para quem não quer depender dos serviços públicos de saúde e ter um atendimento mais imediato.

Lara Caiado, sócia de uma das clínicas populares em Goiânia, explica como funciona a unidade de saúde. “Equiparamos nossos valores de consulta próximo ao que os planos de saúde normalmente aplicam aos médicos. Nossa preocupação, antes de tudo, é com a qualidade do serviço prestado, tanto aos pacientes quanto aos médicos que trabalham em nossa estrutura”, afirma Lara.

Em sua clínica, os valores da consulta variam entre R$ 70 à R$ 120, oferta mais de 20 especialidades médicas e o paciente é atendido em até 48 horas após o agendamento.  Além das consultas, a clínica oferta também exames médicos, laboratoriais e todos os tipos de ultrassom.

“Hoje atendemos praticamente todas as regiões de Goiânia, inclusive cidades do entorno, como Aparecida de Goiânia; por isso vamos abrir uma nova unidade no próximo mês, e estamos com previsão de inauguração de mais duas em breve, a fim de atendermos a demanda de tantas regiões que hoje nos procuram”, comemora.

Laynne Criskel, funcionária pública, conta que procurou uma clínica popular por saber que numa unidade pública de saúde iria esperar muito pela consulta.  “Eu estava com dor no pulso e fui num posto de saúde. A médica do SUS pediu um exame e ela me encaminhou para o ortopedista. Só que pelo SUS ia demorar muito, aí procurei uma clínica e me indicaram uma”, afirma.

A funcionária pública relata que a consulta foi marcada pela internet e o atendimento na clínica popular foi rápido e tranquilo. “Foi super prático, o atendimento foi bem rápido, mas resolveu, então valeu. O médico da clínica popular me passou um anti-inflamatório e recomendou o uso da órtese por duas semanas” afirma.

Talita Atahalpa, desenvolvedora de software, também precisou de uma consulta ao ortopedista e conta que soube das clínicas populares pela internet. Entretanto relata que por um erro da clínica teve que esperar mais do que havia previsto. “Marquei para o primeiro horário, 7h30, mas a recepção não enviou meu nome para lista do médico ortopedista e acabei sendo atendida às 11h30 da manhã”, diz.

Talita menciona que o atendimento médico em si deixou a desejar. “Foi muito rápido, o médico mal olhou o problema, não vi diferença nenhuma disso pro SUS”, comenta. Todavia, ela destaca que o problema mais grave que encontrou foi os valores dos exames ofertados nas clínicas populares.

“Fiz os exames num lugar que tinha parceria com a clínica que fui atendida, mas achei muito caro, R$ 1000 para dois exames, R$ 500 cada um. Acho difícil para alguém que procura uma clínica popular conseguir fazer esses exames por que eles não tem preço popular, sai muito mais caro”, argumenta.

A desenvolvedora de software lembra que teve que recorrer ao SUS para fazer o tratamento com o fisioterapeuta, pois não teria condições de arcar com o preço do tratamento na clínica popular. “A ideia de uma clínica popular é muito boa, você vai lá pra ser atendido, você é atendido, porém a continuação disso é cara. Parece mais uma isca, pois no fim o atendimento geral sai caro”, argumenta.

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