Joesley confessa que era criminoso
Welliton Carlos da Silva
Publicado em 1 de setembro de 2017 às 13:24 | Atualizado há 7 anosEm entrevista para a revista “Veja”, Joesley Batista, dono da JBS, voltou a analisar sua situação: ele assumiu que teme o “teste da rua”. Dono da Friboi, ele não tem coragem de sair de casa.
Joesley Batista acusou 1 829 candidatos eleitos de receber propina de sua empresa.
O empresário goiano enviou novos áudios para a Justiça na quarta-feira. “Na hora em que os nossos anexos começarem a revelar outras organizações criminosas, aí talvez a sociedade vá olhar e dizer: ‘Pô, o Joesley teve a imunidade, mas olha como ele ajudou a desbaratar a corrupção’.”
Para a “Veja”, Joesley desacredita Michel Temer: “Esse Temer que você vê na televisão é falso. O Temer verdadeiro é o que eu gravei. Aquele Temer que fala sem cerimônia”. Ele diz que o presidente “sempre foi muito direto, ele pedia dinheiro mesmo.”
Trechos da entrevista
Sob qual ângulo o senhor enxergava antes? Nós somos empresários e os empresários estão subordinados ao Estado. Se os mandatários do Estado negociam com você daquela forma, você acaba achando que opera dentro de um padrão de normalidade. A gente vai ficando anestesiado.
Quando o senhor começou a mudar de ideia? A primeira vez que a polícia fez busca e apreensão na minha casa foi em 1º de julho de 2016. Graças a Deus eu não estava, tinha acabado de chegar de uma viagem internacional com a minha família. Mas, como tenho câmeras de segurança lá, acessei pelo celular e assisti ao vivo àquele monte de gente andando no meu quarto, pelos corredores. Olhava aquilo parado, congelado. Não é uma coisa com que você esteja acostumado, e eu não estava entendendo o que estava acontecendo. Da mesma forma, acho que a grande maioria dos políticos e dos empresários ainda não entendeu o que está acontecendo.
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