CNPC quer retirada da vacina contra aftosa
Diário da Manhã
Publicado em 30 de junho de 2017 às 01:36 | Atualizado há 8 anosPara o Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC), o problema gerado com a suspensão das compras de carne bovina in natura, por parte dos Estados Unidos pode começar a ser resolvido com algumas medidas simples por parte do Ministério da Agricultura: proibição da vacinação contra febre aftosa por via intramuscular, proibição da adição de saponina na vacina, e investimentos na extensão rural. Além disso, a redução do volume da dose de cinco para dois mililitros, e a realização de testes sobre as substâncias usadas pelos fabricantes de vacinas. Todas essas ações o CNPC e outras entidades ligadas aos pecuaristas solicitam há muito tempo.
No entender do Conselho, esses seriam os primeiros passos, mas devemos continuar com o programa de retirada da vacina contra aftosa no nosso país. Para boa parte dos pecuaristas brasileiros, os argumentos para retirada da vacina são fortes: o Brasil já possui um rebanho de 118 milhões de cabeças que não apresenta focos da doença entre e 20 anos e 24 anos.
Outros estados entre 15 anos e 20 anos sem focos atingem 41 milhões de cabeças. Além disso, o Panaftosa afirma que após quatro ou cinco anos sem focos pode-se prescindir da vacina. Goiás está há 23 anos sem um foco e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faeg), a Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) e a Agrodefesa desenvolvem esforços para a retirada da vacinação, o que tem merecido sinalização positiva por parte da Organização Internacional de Epizootias (OIE), sediado em Paris, França.
Trabalhos recentes feitos pelo Panaftosa mostraram perdas da ordem dois quilos de peso morto por animal, o que corresponde a quatro quilos de peso vivo que ocorre em milhões de cabeças. Alguns criadores relatam perdas ainda maiores.
Tais perdas de peso decorrem de reações inflamatórias resultantes de vacina ou da vacinação, que são provocadas por diferentes fatores e que precisam ser pesquisados. Há também a necessidade de se fazer um investimento, por parte dos laboratórios, em extensão rural, visando orientar melhor quem faz as aplicações.
REUNIÕES
Inúmeros contatos do CNPC e de outras entidades pecuárias com os laboratórios foram infrutíferos. Desde 2013, foram feitas cinco reuniões com pecuaristas, principalmente do Mato Grosso do Sul, com representantes do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), dos fabricantes de vacinas e também da Embrapa Gado de Corte. Nesses encontros discutiu-se o problema e ficou acertado que seriam conduzidos testes a respeito do assunto, mas nada aconteceu até agora.
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