Opinião

O valor da obra de arte

Diário da Manhã

Publicado em 29 de junho de 2017 às 23:10 | Atualizado há 8 anos

Há apro­xi­ma­da­men­te qua­tro anos, em maio de 2013, a te­la ‘One­ment VI’, do pin­tor ame­ri­ca­no Bar­net Newman (1905 – 1970), foi ven­di­da por US$ 43,84 mi­lhões em um lei­lão da Ca­sa So­theby’s de No­va York. A obra mos­tra dois re­tân­gu­los de azul in­ten­so di­vi­di­dos por uma li­nha em tom mais cla­ro da mes­ma cor.

Em maio de 2016, ‘Black Fi­re I’, do mes­mo ar­tis­ta, atin­giu US$ 84,16 mi­lhões Não fo­ram pou­cos os que fi­cam sur­pre­sos com es­ses nú­me­ros do mer­ca­do de ar­te. Ca­be lem­brar que, na ava­li­a­ção de uma obra, dois ele­men­tos são es­sen­ci­ais: o com­po­nen­te téc­ni­co e o sim­bó­li­co.

O pri­mei­ro diz res­pei­to ao di­a­lo­go do ar­tis­ta com seus re­cur­sos téc­ni­cos. O se­gun­do vol­ta-se pa­ra as re­la­ções en­tre a ar­te, o su­jei­to e a so­ci­e­da­de, o que in­clui o cur­rí­cu­lo do ar­tis­ta, a pre­sen­ça ou não de su­as obras no mer­ca­do e o mo­men­to his­tó­ri­co que re­pre­sen­ta. A obra de Newman ex­pres­sa uma pes­qui­sa vi­su­al de cor em que as­so­cia um pen­sar com um fa­zer.

Seu tra­ba­lho é exem­plar no ex­pres­sar per­cep­ções de es­tar e sen­tir a exis­tên­cia. O re­sul­ta­do des­sa for­ma de co­nhe­cer o mun­do é con­se­quên­cia de to­do um pro­ces­so men­tal e plás­ti­co. O mon­tan­te fi­nan­cei­ro de­pen­de de mui­tos ou­tros fa­to­res, mas al­go é cer­to: na­da sub­sti­tui o pra­zer de con­tem­plar uma obra de ar­te ao vi­vo, o que es­tá aci­ma dos ci­frões que atin­ge.

 

(Os­car D’Am­bro­sio, dou­tor em Edu­ca­ção, Ar­te e His­tó­ria da Cul­tu­ra e mes­tre em Ar­tes Vi­su­ais, atua na As­ses­so­ria de Co­mu­ni­ca­ção e Im­pren­sa da Unesp)

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