Aberto o caminho para caça e a anarquia e… Salve-se quem puder
Diário da Manhã
Publicado em 28 de junho de 2017 às 01:02 | Atualizado há 8 anosNojento! Com esse bordão um comediante encerrava sua participação nos eventos de humor. Atualmente a graça virou desgraça porque está dando nojo o nojento cenário no palco do circo Brasil. Os reflexos já se fazem sentir através de anúncios de cortes de verbas internacionais para programas nacionais que interferem no clima do planeta, segundo análise dos organismos que monitoram e estudam o assunto.
Credibilidade é um ativo valiosíssimo em qualquer quadra e assim já enxergava o intelectual, grande político, poeta e escritor Ruy Barbosa, que cunhou lapidar juízo: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”
A política nacional está combalida por uma única e simples razão: é a nossa cara e síndrome de brasileiros cachorros vira-latas. Homens e mulheres independentemente da idade, religião, cor ou Estado. Não há exclusão a ser considerada. Não salva nenhum brasileiro, quer esteja morando dentro ou fora do país. Não sei se por vergonha da honestidade ou por sua ausência não me considero salvo e nem àqueles que se acham imunes e vacinados. Aqui estão incluídos os “salvadores da pátria” Moro e Dallagnol e, sem qualquer sombra de dúvida, os membros do Judiciário de qualquer instância e da Procuradoria da República. Duvidam? Pois basta procurar e premiar a delação com leniência que vai chover denúncias em muito maior quantidade das que já existem hoje e que alguns setores da mídia estão a esconder.
A quem interessa a “carniça-viva”? Confidencia-me um amigo, cientista político, que tal qual urubus, e até a vestimenta faz o figurino sopesar com semelhança, os verdugos do apocalipse estão conseguindo naufragar o colosso Brasil. A piada sobre a quantidade de material fecal necessário para nutrir os vermes que compõem a sociedade retratam com propriedade que vai faltar à dita cuja para tanto sórdidos, portanto, a porcaria será insuficiente para alimentar todos os abjetos (aqui bem suavizado).
A política não figura mais no Brasil como a chave para o avanço pacífico da sociedade. O Estado de Direito enfiou a viola no saco e se encontra amordaçado pelo Estado Judiciário que consegue se disfarçar e traduzir e transformar grito de inconformismo e de censura em latidos de apoio e aplauso.
A violência costurada e disfarçada em balança de peso único só ilude e ludibria quem não enxerga, não tem olfato, não tem paladar, não escuta e nada sente. A massa não está falida, mesmo que aparente, e o risco que o Estado Judiciário está correndo ao plantar a preta semente do Poder Único em balança de muitos pesos está prestes a explodir, como diria Prestes, o caminheiro caçado e cassado por um Estado equivalente, ou, para maior compreensão, único.
Insensível, cego, surdo, mudo e engolindo sem gosto a massa pode ser levada, a qualquer momento, a se fazer verbo-brasilis para dar um basta a este combate tão desigual entre os poderes, resultante do Estado Judiciário, para que o Brasil siga evoluindo, mas, de modo coerente e correto, para promover a verdadeira justiça, dando direito a quem tem direito, como requisito necessário, importantíssimo e indispensável para o equilíbrio entre os poderes.
Todos os sinais, internos e externos, são extremamente visíveis e só não os identifica quem assim não deseja ou resolveu desprezá-los por decisão personalíssima e pessoal porque a quadra é perturbadora e revela que está aberto o caminho para caça e a anarquia e… Salve-se quem puder.
(Miron Parreira Veloso, jornalista, radialista, escritor, bel .C. Contábeis, g. público. Livro pub. Gestão Pública – Prática e Teoria (UEG))
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