Os santos juninos
Diário da Manhã
Publicado em 23 de junho de 2017 às 22:45 | Atualizado há 8 anosUm pouco das vidas dos santos mais festejados no Brasil, Santo Antônio, São João e São Pedro. Todos os três morreram no mês de junho, donde. São João é, entre eles, o mais comemorado, sendo Santo Antônio o mais solicitado. São Pedro é mais lembrado na base da gozação, por ter sido pescador e, sendo pescador… Também, devido a suas fraquezas junto ao Mestre. Santo Antônio, nascido Fernando Bulhões, em Lisboa, foi culto, advogado brilhante, orador vibrante, morreu muito jovem (36 anos), em Pádua, Itália, e não foi conterrâneo de Jesus. Morreu em 13 de junho. Realizou o fenômeno da ambiguidade (bicorporeidade): estando pregando em Portugal, viu o seu pai ser julgado na Itália por um crime que não cometera. Continuou fazendo o sermão e foi ao julgamento do pai, livrando-o e revelando o assassino. Com 15 anos de idade entrou para a Ordem de Santo Agostinho. Posteriormente transferiu-se para uma ordem mais pobre, a de São Francisco, recebendo o nome de Antônio. É o patrono, o protetor das moças casadouras, que fazem propostas ridículas, como descerem a imagem ao fundo do poço amarrada a um cordão: “Meu Santo Antônio querido, meu santo de carne e osso. Se tu não me dás marido, não tiro você do poço”; enterram também a imagem, só voltando ao seu nicho quando o noivo for encontrado: “Meu santo Antônio querido, eu vos peço por quem sois. Dai-me o primeiro marido, que os outros arranjo depois”. Santo Antônio foi também responsador:”Santo Antônio aplaca a fúria do mar, tira os presos da prisão, o doente torna são, o perdido faz achar”.
São João batizou e foi batizado por Jesus. Foram primos. Quando sua mãe Izabel, velha e estéril, estava grávida, foi visitada por Nossa Senhora, que desejava saber como tomaria conhecimento do nascimento. Izabel disse que faria um grande fogo no alto daquele morro, dando origem, assim, à tradicional fogueira junina. A fogueira representa, também, o sol que fecunda a terra. E rezando com fé invocando o santo para não queimar os pés, atravessa-se descalço a fogueira sobre o braseiro. Pulando uma fogueira, duas pessoas juntas, se tornam compadres: “Santo Antônio foi que disse, São João quem mandou, que a gente fosse compadres, São Pedro confirmou”.
O mastro é levantado em dia da festa do Santo, tendo a sua estampa no alto, e as frutas e flores são para pedir boas colheitas. Como São João é dorminhoco utilizam-se de fogos para despertá-lo: “São João está dormindo, não acorda não. Acordai, acordai, São João”. Na véspera do seu dia, o mais longo do ano devido o solstício, tiram-se “sortes”: a moça vai à pimenteira, com os olhos vendados e apanha uma pimenta; se for verde, casa com jovem; se for de-vez, casa com “coroa”; se for vermelha, casa com viúvo. Há uma versão que foi São João quem criou a dança da quadrilha.
São Pedro foi um pobre pescador da Galiléia, que se chamava Simão.
Tem as chaves do céu. Foi o primeiro papa. A pedido, próprio, foi crucificado de cabeça para baixo. Fazem-se gozações com ele por ter sido pescador e mentiroso. Negou o Mestre por três vezes. E o trovão é a sua barriga que está roncando. Morreu a 29 de junho.
Festejam-se os santos nas datas das mortes e não dos nascimentos, por serem desconhecidos.
Macktub!
(Bariani Ortencio. barianiorten[email protected])
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