Opinião

Um caos chamado saúde pública brasileira

Diário da Manhã

Publicado em 12 de maio de 2017 às 03:00 | Atualizado há 8 anos

Bom seria se todos pudessem ter um bom serviço de saúde e pudesse usá-lo sempre que precisasse de um atendimento médico. Quando se ouve estas palavras, logo se pensa em um plano de saúde privado, pois bem, não estou aqui falando de um plano privado, estou falando de um bom plano público, que muitos países já contam com ele em suas políticas públicas. Vai me dizer que é querer demais? Não, não é querer demais! Com os impostos que nosso país cobra de seus cidadãos, no mínimo o que se espera é sua contraprestação nas três primeiras necessidades básicas: Saúde, Segurança e Educação.

Mas o que se vê em vez dessa contraprestação, é uma saúde pública precária e medíocre, que vem se arrastando por décadas até chegar ao  caos que hoje se encontra e um Estado que não dá   importância aos gritos desesperados da população que pede e clama por socorro.

Não dá para ficar apostando que a saúde aguenta mais um tempo. Ficar tampando um buraco aqui outro ali, não é a solução e sim uma contribuição a mais para agravar esta situação lastimável na qual se encontra a saúde brasileira.

É muita indignação e não acho que seja pedir demais quando se exige uma saúde de qualidade! Estamos acompanhando uma triste realidade que vem afetando milhares de brasileiros que buscam incansavelmente por  tratamento médico, mas infelizmente não estão obtendo êxito. Muitos destes que necessitam da saúde pública tem sofrido além de sua enfermidade, com tamanho descaso, despreparo e negligência.

Será que os governantes ou gestores não  sabem o que é sofrer com uma enfermidade?  Sabem o que é a angustia de uma espera, que muitas vezes têm um fim trágico? Será que não sabem quão grande são as necessidades desse povo por uma saúde melhor? Será que estão fazendo o melhor para a saúde?  Está faltando interesse ou preocupação com a saúde?

Ou será desvio de prioridades? Corrupção ou simplesmente descaso daqueles que deveriam agir?

Confesso que não cheguei a uma conclusão definitiva quanto ao porquê  de tamanha crise na saúde pública. Até porque além de serem muitos os questionamentos, eles acabam sendo um pouco de cada. Porém, de uma coisa eu sei, a saúde pública está na UTI e precisa ser cuidada. Continuar sendo omisso e desviando-se da responsabilidade é decretar de vez a falência da saúde pública brasileira, o que não pode acontecer.

Não dá para fechar os olhos e simplesmente deixar acontecer, a população não pode ser penalizada por esta situação. Estamos falando de vidas que muitas vezes são perdidas, por falta de tratamento.  Instituições sem médicos, sem medicamentos e materiais necessários, sem UTIS, e até mesmo sem uma estrutura digna  de atendimento. O mínimo que se espera é que a

população tenha um atendimento médico digno, até que se reverta esta situação para que, em seguida, possa se buscar melhorias permanentes.

Para alguns, certas ideias e apontamentos são discursos de oposições. No entanto, não é o que temos aqui. Se outros países conseguem oferecer uma saúde de qualidade, por que o Brasil não consegue garantir um sistema eficaz de saúde pública para os seus cidadãos? E volto a insistir: isso não é pedir demais, é o necessário. Precisamos dos investimentos que a saúde necessita de forma integral e suficiente. E cabe ressaltar que não basta o simples investimento, é preciso que o Poder Executivo saiba gerir com qualidade esses investimentos direcionados para a saúde.

É até compreensível a impossiblidade de suprir, de imediato,  100%  de todas as necessidades da área da saúde. No entanto, o que não é compreensível é esta negligência que estamos vendo. Pacientes tendo que enfrentar todos os dias uma verdadeira guerra nas filas das urgências e emergências em todo o país, e no fim, não terem atendimento,  medicamentos, equipamentos para diagnósticos, leitos adequados.

Sabemos que as demandas no sistema de saúde são imensas, mas isto não justifica esta situação vergonhosa. Os governantes precisam e devem dar a devida prioridade que a situação exige senão não sairemos desse caos chamado saúde pública.

Aos incompetentes, peçam para sair.

 

(Waldir Soares, deputado delegado)

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