“Críticas no início são naturais”
Hélio Lemes da Silva Filho
Publicado em 9 de maio de 2017 às 01:34 | Atualizado há 8 anosO prefeito Iris Rezende (PMDB) afirmou não se incomodar com críticas e questionamentos dos atos praticados nos quatro meses iniciais de sua administração, vindos da classe política ou de qualquer outros segmento da sociedade goianiense. “As críticas, os questionamentos no início de qualquer trabalho são naturais. Não me abalam qualquer cobrança porque sou um homem calejado na vida pública”.
O peemedebista disse que a população de Goiânia tem conhecimento de que recebeu, em 1º de janeiro, uma prefeitura sucateada, com R$ 600 milhões de dívidas, “suja, com lixo para todos os lados, emburacada e por aí afora. “Não é possível consertar tudo de uma vez, leva tempo. Nãos e faz mágina na vida pública. É preciso paciência, prudência. Até agora arrumamos a casa e agora vamos dar ritmo à administração”.
Nos quatro meses, o peemedebista priorizou a coleta de lixo pelos 850 bairros, operação tapa-buracos pelas ruas e avenidas de todas as regiões da cidade. “Vejam que Goiânia é uma cidade limpa, sem buracos, devido ao esforço que fizemos neste início de trabalho”, lembra Iris.
Em entrevista à rádio 730/AM, Iris Rezende, quando questionado sobre críticas frequentes de vereadores, principalmente da oposição, ressaltou que as recebe com “elevado espírito público” e que o foco é o de cumprir, em quatro anos, todos os compromissos firmados com a população. “Não vamos improvisar, tomar decisões paliativas. Depois de conversar muito com os secretários, estamos iniciando o cumprimento do cronograma de obras”.
Iris frisou que, no início de mandato, é normal que a administração contrarie interesses e destacou que a prefeitura aos poucos tem conseguindo melhorar a prestação de serviços em diferentes áreas. “No início ela (administração) muitas vezes contraria interesses. Mas a população está sentindo um esforço da prefeitura. Hoje já não se vê buracos nas ruas como estava aí há quatro, cinco meses, hoje não se vê tanto lixo nos lotes baldios, na periferia da cidade. O ensino municipal está se ajustando, a saúde vai se ajustando. Enfim, a equipe está trabalhando noite e dia para fazer jus a confiança desta cidade à nossa gestão”.
Legislativo
Sem a definição ainda da chamada base aliada – grupo de vereadores que darão sustentação ao governo na Câmara Municipal -, Iris Rezende tem sistemática oposição de Jorge Kajuru (PRP), Elias Vaz (PSB, Cristina Lopes (PSDB), Sabrina Garcêz (PMB), Allyson Lima (PRB), Priscila Tejota (PSD), Cabo Senna (PRP), Paulo Magalhães (PSD) Zander Fábio (PEN), Eduardo Prado (PV) e Tiãozinho Porto (Pros) principalmente.
Os vereadores aproveitam as comissões especiais de investigação, como as das Contas da Prefeitura, da secretaria de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana e do Transporte Coletivo para não apenas questionar a gestão anterior (Paulo Garcia, do PT), como também o trabalho de Iris de 2005 a 2010.
Iris Rezende sequer tem líder no Legislativo para fazer a defesa do seu governo, tarefa que é conduzida por vereadores mais próximos do Paço Municipal, sem muito entusiasmo, casos de Clécio Alves e Wellington Peixoto, ambos do PMDB, e Paulinho Graus, do PDT.
As dificuldades vividas pelos Cais de Goiânia, com a rescisão de contratos com os médicos, levaram os vereadores a pedirem o afastamento da secretária Fátima Mrué da pasta da Saúde. O prefeito, de imediato, reagiu e destacou a trajetória curricular de Mrué e acusou os médicos de receberem altos salários sem a devida prestação nos plantões das unidades de saúde.
Iris também foi criticado por permitir que a Guarda Municipal usasse a força para desocupar professores grevistas da sede da secretaria municipal de Educação. Iris se defendeu, dizendo que lá existiam não “professores e sim vândalos”, que usaram da violência, com bombas, para a ocupação do prédio”.
A crise da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), com dívidas, má-prestação de serviços e pagamento de quinquênios aos servidores também trouxe aborrecimento a Iris Rezende e também críticas de vereadores oposicionistas. O prefeito determinou à direção da companhia cortes imediatos nos gastos, com a consequente redução de despesas. O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) ordenou a suspensão dos pagamentos dos quinquênios aos servidores, o que desencadeou uma crise interna que poderá culminar em uma paralisação.