Opinião

Nossa economia nas mãos de um estrangeiro

Diário da Manhã

Publicado em 14 de junho de 2017 às 02:34 | Atualizado há 8 anos

Diante de tantas incongruências nesta nossa política porca, sempre vivo aproveitando meu ócio de aposentado e para pesquisar a razão de tantas coisas esquisitas.

E embora não tenha tino para a economia, detive-me ocasionalmente, por mera curiosidade, a virar o juízo com a nossa situação econômica, quando os juros alcançam a estratosfera, a inflação, embora convenientemente maquiada, escapa do natural um dígito podendo chegar aos dois, qualquer hora destas..

Num país em que os rumos da economia são ditados pelo Banco Central, fui ver que a autarquia é que dita a política econômica, sendo de sua competência uma interminável lista de atribuições.

A ele compete emitir papel-moeda e moeda metálica, controlar o meio circulante, receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras e bancárias, realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras, efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais, exercer o controle de crédito, exercer a fiscalização das instituições financeiras, autorizar o funcionamento das instituições financeiras, estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras, vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.

Como se vê, deveria ser muito criteriosa a escolha de seus dirigentes, posto que é o principal agente financeiro do governo, e também o depositário do Tesouro Nacional, além de representar o governo brasileiro perante as instituições financeiras internacionais.

Além disso, o Banco Central é o responsável pelas reservas cambiais do país em ouro e em moeda estrangeira, É essa autarquia que monitora o sistema financeiro nacional (e sua movimentação diária), além de autorizar o funcionamento das instituições financeiras nacionais e estrangeiras dentro do país (bem como exercer a fiscalização das mesmas); insere ou retira moeda do mercado, regula as taxas de juros, e controla a quantidade de moeda estrangeira em circulação no país. Essas operações são conhecidas como “open market” (ou “operações de mercado aberto”) e consistem principalmente na compra e venda de títulos públicos ou de moeda estrangeira; e como espécie de “banco de última instância”, provê empréstimos exclusivos aos membros do sistema financeiro a fim de regular a liquidez ou mesmo evitar falências que poderiam causar uma reação em cadeia de falências bancárias. Ele também mantém os depósitos compulsórios dos bancos comerciais, regulando assim a multiplicação da moeda escritural no mercado (é como se todos os bancos e demais instituições financeiras fossem “clientes” do Banco Central).

Pois bem, o Regimento Interno do Banco Central estabelece que “sua Diretoria Colegiada é composta por até nove membros, um dos quais o Presidente, todos nomeados pelo Presidente da República, entre brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, após aprovação pelo Senado Federal, sendo demissíveis “ad nutum”.

Vê-se, portanto, que, dada sua importância estratégica, o próprio regimento estabelece que a Diretoria Colegiada, sob o comando do presidente, será nomeada “entre brasileiros…”,

O presidente, que chegou ao Banco Central pelas mãos de Henrique Meirelles em 17 de maio e foi nomeado por Temer em 6 de junho do ano passado (empossado no dia 9 seguinte), o quando sabatinado no Senado, foi rejeitado por treze senadores, pois era economista-chefe e um dos donos do Banco Itaú, que sob sua gestão  teve uma dívida de 25 bilhões perdoada pelo Governo, e indicado por Henrique Meirelles o presidente do Banco Central que mais permaneceu no cargo (de 2002 a 2011), sendo também companheiro de Ilan Goldfein no Itaú.

Um detalhe interessante é que a mídia israelense ficou sabendo da sua indicação muito antes dos brasileiros e dos veículos de comunicação nacionais.

O jornalista Yediot Aharonot (Ynet News) publicou: “Israelense é feito presidente do Banco Central do Brasil”.

Realmente, Ilan Goldfein, que anteriormente atuou como economista-chefe do Itaú, maior banco privado do Brasil, que é acusado de sonegar 18,7 bilhões em impostos, foi assessor do Banco Mundial e também do Fundo Monetário Internacional (FMI), entidade que quer impor a taxação de grandes fortunas a países endividados, nasceu em Haifa, Israel, em 12 de março de 1966. Sua família reside em Israel, e ele a visita regularmente. Portanto, nem brasileiro é.

E, empossado no Banco Central, disse que para obter sucesso o Governo teria que tomar medidas impopulares, como aumento de impostos, cortes no orçamento e aumento da idade de aposentadoria

Estranhamente existe o desejo de aumentar impostos, de fazer cortes no orçamento, lembrando que a dívida pública brasileira consome mais de 45% do orçamento.

Talvez Ilan Goldfein não queira agredir os bancos que cobram juros escorchantes, como é público e notório.

Afinal de contas, Ilan Goldfein é produto dos banqueiros de Israel, e não do Brasil. Cada dia mais me convenço de que é difícil entender este nosso Brasil.

 

(Liberato Póvoa, desembargador aposentado do TJ-TO, membro-fundador da Academia Tocantinense de Letras e da Academia Dianopolina de Letras, membro da Associação Goiana de Imprensa (AGI), escritor, jurista, historiador e advogado, [email protected])

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