PSB decide não assumir nova pasta de Habitação
Hélio Lemes da Silva Filho
Publicado em 4 de março de 2017 às 02:11 | Atualizado há 8 anosO deputado estadual Lissauer Vieira comunicou ao governador em exercício, José Eliton (PSDB), a decisão do PSB de não aceitar convite para assumir a nova pasta de Habitação, a ser criada pelo governo. Ele justificou que o partido não tem consenso sobre a ocupação do cargo, principalmente em razão da posição contrária da senadora Lúcia Vânia, presidente da legenda no Estado.
Para o deputado, a prioridade é preservar a unidade interna do PSB. “Conversei com a senadora Lúcia Vânia e ela acha que não é correto o PSB assumir uma pasta que será criada pelo governo, principalmente em razão do apoio nosso à reforma administrativa, que visa o enxugamento de órgãos”.
Lissauer Vieira disse que a bancada estadual e a direção do partido em Goiás vão continuar com o diálogo com o Palácio das Esmeraldas, na busca de “entendimentos futuros”. Ele adiantou que voltará a conversar com Marconi Perillo tão logo o governador retorne da viagem à Asia.
O convite para o PSB ocupar a pasta de Habitação (a ser criada após envio de projeto à Assembleia Legislativa) foi feito, segundo Lissauer Vieira, tanto pelo governador Marconi Perillo quanto pelo vice-governador José Eliton.
Há algumas semanas, a bancada estadual do PSB, formada pelos deputados Lissauer Vieira, Diego Sorgatto e Marlúcio Pereira, decidiu, em conjunto com a senadora Lúcia Vânia, assumir posição de “independência”, deixando o “alinhamento automático” com o líder do Governo no Legislativo. “Teremos liberdade para concordar e discordar dos projetos do governo”, disse, à época, Lissauer Vieira, aos jornalistas.
Lúcia Vânia não foi sondada pelo Palácio das Esmeraldas sobre a participação do PSB no secretariado, o que foi interpretado pela senadora como uma “atitude” de isolá-la dentro do PSB. “Não concordo com a posição de oferecer cargo a partido, pois a sociedade não aprova essa prática política”, disse ela, em entrevista à rádio 730, na última quinta-feira.
A senadora lembrou que atuou, ao lado da então secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão, pela aprovação da reforma administrativa que enxugou os gastos do Estado e reduziu o tamanho da máquina administrativa. “Eu seria a última pessoa a apoiar a ampliação novamente da máquina de governo, com recriação da secretaria de Habitação”.
Lissauer Vieira disse que o PSB não pressiona o Palácio das Esmeraldas, assumir posição de “independência” na Assembleia Legislativa, com o objetivo de assegurar vaga para Lúcia Vânia na chapa majoritária às eleições de 2018 como candidatura ao Senado. “Lúcia Vânia tem méritos próprios, pelo trabalho político que realiza, para ser candidata a governadora ou a senadora nas próximas eleições”.
PSB na base
O deputado Lissauer Vieira assegurou que o PSB integra a base aliada do governo Marconi, adiantou que o partido tem “independência” para dialogar com todas as forças políticas sobre as eleições de 2018. “Essa história de subserviência de partido a governo não existe. Defendemos o amplo diálogo e o trabalho em favor dos interesses da sociedade goiana”.
O deputado pessebista ressaltou que o PSB busca estabelecer com o Palácio das Esmeraldas um “ambiente político” que resulte em ações práticas que beneficiem, por exemplo, os prefeitos goianos. “O PSB quer parcerias com o governo que se traduzem em benefícios para os municípios de nossa representação política”.
Lissauer Vieira concorda com a senadora Lúcia Vânia de que não é o “momento adequado” para a antecipação do debate sobre as eleições de 2018 e, muito menos, discutir formação de chapas para governador, vice e para dois senadores. “No momento, certo, o PSB vai sentar à mesa e apresentar suas propostas sobre alianças com outros partidos. Queremos o diálogo com todas as forças políticas, sem discriminação ou preconceito”.
A senadora Lúcia Vânia também reafirma o compromisso do PSB com a base aliada governista, ao lembrar que ela foi uma das apoiadoras, em 1998, ao chamado Tempo Novo, que levou Marconi Perillo ao Palácio das Esmeraldas, pela primeira vez. “Tenho compromisso com esse governo, só não concordo que se antecipe o debate sobre eleições e formação de chapa majoritária quando o estado e o país enfrentam sérias dificuldades econômico-sociais”.
Não concordo com a posição de oferecer cargo a partido, pois a sociedade não aprova essa prática política” Eu seria a última pessoa a apoiar a ampliação novamente da máquina de governo”
]]>