Opinião

Celg (geradora): a AGI foi contra a venda

Júlio Nasser

Publicado em 14 de abril de 2017 às 03:05 | Atualizado há 8 anos

A Celg nasceu no governo de José Ludovico de Almeida, que abriu caminho para que Juscelino Kubitschek transferisse a Capital da República para o Planalto Central.
Em 2003, no 48° aniversário da Celg, o seu então presidente, José Paulo Loureiro, declarou, em seu pronunciamento: “Ao longo de sua existência, a Celg representou um consistente instrumento propulsor do desenvolvimento da potencialidade sócio-econômica do Estado de Goiás cumprindo a principal finalidade de sua criação, até que, num lamentável equívoco de estratégia administrativa, o Governo de Goiás privatizou a Usina da Cachoeira Dourada, em setembro de 1997, ceifando do povo goiano um dos seus principais patrimônios, deixando a maior empresa do Centro-Oeste brasileiro em situação praticamente insustentável. sob o ponto de vista econômico e financeiro”.
Campanha para a venda
Preparando a opinião pública a Assessoria de Comunicação do Governo Maguito Vilela publicou matérias na imprensa  argumentando o acerto da privatização e, também, elementos de proa da administração estadual visitaram as entidades de classe (inclusive a AGI) perfilando as vantagens da venda.
Naqueles dias foram poucos os que se manifestaram contrários à venda da Cachoeira Dourada.
Mas a AGI – Associação Goiana de Imprensa – foi contra desde quando a idéia da venda veio à luz, influenciada pelos argumentos dos investidores espanhóis, atuais donos da hidro-elétrica junto a Itumbiara.
E a AGI era membro do Conselho Estadual dos Consumidores da Celg, entidade criada sob os auspícios do governador Henrique Santillo, que prestou inestimáveis serviços a Celg, inclusive sugerindo e orientando a instalação de novas linhas, processos de economia, combate ao consumo clandestino de energia, etc. Cerca de onze entidades faziam parte do Conselho, inclusive com um representante da própria Celg.
Numa  reunião do conselho sob da efervescência do tema da venda a AGI apresentou uma moção radicalmente contra a venda da usina geradora. A moção foi aprovada por unanimidade, mas de nada adiantou. Ainda mais que a mídia em Goiás (sob pressão) ignorou a decisão do Conselho. A imprensa em geral nada disse  sobre a importante brado do Conselho, e muito menos contra a venda da Usina no governo de Maguito Vilela.
Agora, nesses dramáticos dias vividos pela Celg, decorrentes primordialmente da privatização da usina, muitos se arrependeram de terem silenciado na ocasião. Menos a AGI que, também, encetou campanha contra a venda das ações da Petrobras no exterior e a favor da venda das ações do Banco do Brasil somente para brasileiros.
O Conselho de Consumidores da Celg foi paralisado, que pena! Mas fica aqui a minha saudação a todas as entidades que dele fizeram parte e cujos representantes cerraram fileira em torno da moção apresentada pela AGI naquele ano. Vale lembrar, que presidia a Celg o Juquinha das Neve, ex-presidente da Valec. o qual, mesmo no Governo, sempre foi contra a venda. Depois da venda da usina da Cachoeira Dourada e Juquinha Neves foi espinafrado do governo de Goiás por te sido contra.
Daí o “como e porque” a AGI foi homenageada solenemente, no Governo de Marconi Perillo-Alcides Rodrigues, por ocasião do 48° aniversário da Celg. Decidiram os diretores da Celg. na época. que a AGI, pela ação em sua defesa deveria ser homenageada.
Em nome da AGI, como seu presidente, tive a  ventura de receber tão valiosa láurea.

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