Opinião

A queda da taxa de juros e seus desdobramentos

Júlio Nasser

Publicado em 13 de abril de 2017 às 03:22 | Atualizado há 8 anos

Tenho destacado na Câmara dos Deputados, e sempre que sou questionado, que a economia brasileira já começa a dar sinais mais fortes de recuperação, e que podemos ter certeza de que o pior já passou. Isso pode ser afirmado com base nos diversos indicadores que apresentam melhora contínua, embora ainda tenhamos que lidar com a face mais triste de uma crise econômica: o desemprego que assola o nosso povo.
Por outro lado, já podemos verificar que a inflação recuou. A expectativa é de que o índice feche o ano em 4,09%, abaixo do centro da meta estipulada pelo Banco Central. O recuo da inflação já permite, portanto, que a equipe econômica não se faça valer do uso da taxa básica de juros, a taxa Selic, para conter a alta dos preços, uma estratégia comumente usada pelo governo anterior e que nos custou muito caro.
Neste sentido, o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, no dia 10 do presente mês, também já estima que a taxa básica de juros fechará 2017 em 8,50% ao ano.
Vale lembrar que iniciamos o ano com uma taxa de 13,75% e que o Comitê de Política Monetária, o Copom, tem cortado sistematicamente o percentual. No governo anterior, que não gostamos de lembrar, a taxa chegou a mais de 14%. Essa queda agora deve ter um reflexo positivo em breve na economia, tendo em vista que taxas de juros altas tendem a inibir o consumo, que, em um país continental e populoso como o nosso, é um dos fatores fundamentais para a geração de empregos e produção de riquezas. Com essa redução significativa na taxa Selic, vamos verificar em breve o aumento da oferta de crédito e um reaquecimento contínuo da economia.
A queda da taxa de juros e o aumento do crédito também tende a baratear os financiamentos, inibir o investimento especulativo e estimular um investimento que gere emprego e renda no país. Trata-se de um ciclo positivo que logo veremos tomar forma e que é resultado de um trabalho sério de retomada capitaneado pelo ministro Henrique Meirelles. Desta vez, embora infelizmente a nossa população venha sofrendo muito, podemos ter certeza de que o nosso futuro crescimento econômico virá amparado em bases sólidas e não em um populismo irresponsável de se gastar mais do que arrecada e que nos colocou em um período de três anos sombrios.

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