Delegacia soluciona 75% dos casos de homicídios registrados em 2016
Diário da Manhã
Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 01:28 | Atualizado há 8 anosA Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH) apresentou ontem o balanço anual da especializada. De acordo com o delegado titular, Douglas Pedrosa, em 2016, 75% dos crimes foram solucionados pela DIH, quando em 2015 a resolutividade ficou em 45%.
“Para se ter uma ideia, os EUA conseguem elucidar cerca de 65% dos casos. Então, se conseguimos 75%, é um índice bem superior”, afirma o delegado. “Estamos em níveis de países de primeiro mundo”, explica.
Homicídios tiveram redução de 24,63% na capital em 2016, com 410 registros. No ano anterior, foram 544 no mesmo período. Nesse ano, 343 inquéritos concluídos foram remetidos ao Poder Judiciário, ou seja, 54,55% a mais que 2015 (222 processos).
“O tráfico era responsável por 80% dos homicídios ocorridos na capital, então nossa missão era prender traficante que mata”, afirma o delegado ao explicar que, em 2015, a DIH registrou a detenção de 221 suspeitos. Em 2016 esse número subiu para 426, ou seja, uma variação positiva de 92,76%.
“Somente traficantes foram presos mais de 200”, afirma. “Nunca se prendeu tanto traficante que mata, nunca se apreenderam tantas armas e drogas, além de mandatos de prisões cumpridos”, explica Douglas.
Em 2015, Goiânia teve 37,55 homicídios por cada 100 mil habitantes. Já neste ano, foram 28,3, uma redução significativa.
Os números registrados na capital goiana ficaram abaixo da média nacional, que foi de 29,1 para cada grupo de 100 mil habitantes. Os dados são do Atlas da Violência 2016, estudo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica aplicada (IPEA) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FPSP).
Douglas afirma que ações mais firmes de repressão ao crime de homicídio partiram de uma determinação do vice-governador e titular da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP), José Eliton, no começo deste ano, quando ele assumiu a pasta.
“Vivíamos uma situação muito preocupante, com números superiores à média nacional e isso serviu de padrão para o investimento na delegacia”, cita ao avaliar a alta capacidade dos profissionais da especializada.
O delegado relata, ainda, que as parcerias com o Ministério Público, Poder Judiciário e Polícia Militar também foram primordiais para alcançar melhores resultados.
Quedas
Outro ponto apresentado pelo delegado Douglas Pedrosa são as ações coordenadas pelas delegacias nas Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP). Na região Noroeste da capital eram registrados cerca de oito homicídios por mês. Em setembro deste ano, por exemplo, ficaram em apenas três casos.
Já na região Oeste a média era 6,9 homicídios por mês. Em agosto, esse número foi de dois. Nesta região, a DIH efetuou a prisão de 12 homicidas no mês anterior. Douglas esclarece que a prisão de traficantes evita outros crimes e, por isso, é visível a redução nessa modalidade de crime.
O delegado explica que esse número é resultado do esforço dos policiais e investigadores que estão cada vez mais capacitados. Este ano, todos os servidores da delegacia passaram por especialização na Academia da Polícia Civil, considerada uma das melhores do País. Douglas salienta que na especializada nenhum crime é tratado com prioridade, todos os casos registrados são investigados com a mesma intensidade e preocupação.
O titular da DIH cita que os criminosos estão cada vez mais ousados nos armamentos e com o envolvimento de mulheres no mundo do crime. “Isso se deve à prisões de grandes traficantes que, não tendo como cometer os homicídios, envolvem suas próprias mulheres nessas situações”, finaliza.
]]>