A tranquilidade da gravidez saudável
Diário da Manhã
Publicado em 7 de dezembro de 2016 às 00:54 | Atualizado há 8 anos
Tomar vacinas antes mesmo de engravidar e fazer um acompanhamento pré-natal completo durante a gestação são medidas essenciais para prevenir diversas doenças e infecções que podem ser passadas para o feto, ainda na barriga da mãe. Atenta a esses cuidados, a bacharel em Direito Tarcila Gomes Araújo Ribeiro, 27 anos, desde que descobriu que estava grávida recorreu a um acompanhamento médico rigoroso para se prevenir de possíveis doenças.
“Assim que comecei o pré-natal, minha ginecologista me explicou todos os cuidados que eu deveria tomar durante a gestação, a primeira coisa que fiz foi colocar em dia meu cartão de vacinas e fazer uso de ácido fólico. Depois a questão da alimentação, como evitar uso de bebidas alcoólicas, evitar carne malpassada e redobrar o cuidado quanto à higiene de folhas e legumes (por causa da toxoplasmose). Inseri no meu dia a dia a ingestão de muita água, para evitar infecção urinária”, define.
O ginecologista e obstetra Jurandir Passos afirma que uma interpretação correta do resultado destes exames, por parte de um médico, pode evitar danos na saúde do bebê. “Uma vez diagnosticada a infecção, a mulher deve procurar o tratamento adequado o quanto antes, para que os efeitos sobre o bebê sejam menores possíveis. Infelizmente algumas doenças, como a citomegalovirose não tem tratamento, mas mesmo assim, quando identificada precocemente, melhora o acompanhamento do crescimento da criança a fim de reduzir danos”, avalia.
Ele acrescenta que o uso de vacinas antes da gravidez é uma das melhores formas de prevenir importantes doenças nas mães e nos fetos, já que as mulheres ficam com uma imunidade reduzida durante a gestação. “As mães, antes mesmo de engravidar, devem fazer uma avaliação para saber quais doenças já tiveram. Assim, sabem quais anticorpos criaram e quais doenças não terão novamente. As que ainda não foram pegas, são passíveis de ocorrer durante a gravidez, por isso, se existirem vacinas para elas, a melhor prevenção é vacinar-se preventivamente”, explica.
No entanto, ele observa que nem sempre a mãe consegue planejar a gravidez e programar os tratamentos antes de ter o filho. Nestes casos, o especialista recomenda que todas as mães devem passar por uma segunda triagem, já durante a gestação, conhecida como acompanhamento pré-natal. “Existem doenças que às vezes passam desapercebidas, por terem poucos ou nenhum sintoma. É o caso da zika vírus por exemplo. Por isso é importante realizar os exames de sorologia para identificá-las, repetidamente, durante o pré-natal”, reforça.
Tarcila recorda que na época em que engravidou não estava fazendo uso de nenhum método contraceptivo, contudo, a gravidez não foi planejada. A jovem descobriu com menos de um mês de gestação e de imediato deu início ao pré-natal. “É muito importante fazer o pré-natal, pois permite que a gestação seja conduzida da forma mais saudável possível. Além disso, as possíveis alterações são detectadas e tratadas precocemente, o que reduz bastante a chance de resultados desfavoráveis, protegendo a saúde da mãe e do bebê”, afirma.
Maior risco
O ginecologista e obstetra Jurandir Passos descreve que as doenças virais mais comuns que afetam a mãe e o bebê durante a gestação é a rubéola, hepatite A, B e C e a citomegalovirose. Ele explica que a citomegalovirose é uma doença comum em crianças no qual a passagem se dá através de secreções. Por isso, ele orienta as mães, que não criaram anticorpos à doença na sua infância, a não compartilhar alimento com o filho primogênito, tomar muito cuidado na hora de limpar a fralda e sempre lavar muito bem a mão. E, se for a primeira gravidez, lembrar que a doença pode ser pega de qualquer outra criança com quem tenha contato.
Já as doenças infecciosas mais comuns que afetam a mãe e o bebê durante a gestação o especialista aponta sífilis e toxoplasmose .“Ambas doenças podem ser tratadas com tipos específicos de antibióticos que podem ser tomados durante a gravidez. Para isso a mulher deve ser acompanhada pelo especialista desde o diagnóstico da doença”, identifica.
Ele alerta que os períodos de gestação com maior risco são os três primeiros meses, período em que os órgãos estão sendo formados. “Se o embrião é infectado nesse momento, algumas células, que estariam se multiplicando e produzindo outras células para construir um órgão, serão destruídas. Com isso o aparelho fica com alguma sequela. A intensidade do dano vai depender de vários fatores”, narra.
O obstetra acrescenta que se um adulto pega gripe, em uma semana está curado. Isso porque o nosso corpo reage contra o agente agressor, por meio do sistema imunológico. A imunologia do bebê está se estabelecendo a partir de 18 semanas e apenas após 22 semanas ele responde aos quadros infecciosos com mais precisão. Ou seja, o vírus tem uma liberdade de atacar todos os tecidos do neném antes desse período”, esclarece.
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